segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Uma grande perda

A nossa vida é feita de encontros e desencontros.
Cada pessoa que encontramos ao longo da nossa existência deixa em nós marcas mais ou menos profundas, conforme a intensidade do nosso conhecimento.
Conforme os anos avançam, vamos perdendo pilares que nos sustentam no dia a dia, formando-nos como pessoas, como profissionais.
Mas quando alguém parte cedo demais, uma parte de nós fica marcada como se de uma cicatriz se tratasse, para todo o sempre. Pequenas lembranças, sorrisos, vivências é tudo o que fica.
Quem hoje partiu foi uma pessoa muito importante na minha vida, a vida profissional. Em mim apostou cegamente, sempre me tratou como igual, pequenas confidências pessoais, e o seu perfume sempre presente cada vez que chegava ao serviço, não era preciso vê-lo para saber que lá estava, eheh.
Quando mais precisei, esteve lá.
Só quero recordar o bom, também não há mau para esquecer.
Lutaste uma luta inglória, sofreste até ao fim.
Irei recordar-te como sempre.
Um grande Amigo.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Desejo a todos os meus seguidores e visitantes um Santo Natal!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

V Antologia de Poetas Lusófonos

“ILUMINA A MINHA LUZ”
Quando o quarto minguante 
lá do alto vai rompendo 
Deixa o céu envolto em prata
Um raio de luz vai nascendo

Movo montanhas, serras e penhascos
Na busca incessante do teu ser
Perco-me, sozinha na noite
No frio procuro me aquecer

A noite continua o meu refúgio
É nela que me sinto segura
Quantos olhos observam
no seu olhar, mais uma criatura

Ouço a tua voz chamar por mim
Ao longe contemplo simples luminosidade
É a chama do Amor
Que nos envolve pela imortalidade 


Ao longe, a luz teima em espreitar
Inquieta o meu frágil ser
Brilhos que ofuscam o dia
Parto, agitado, alteração do meu viver.

Por montes e vales, percorro
Em busca de quem me atormenta
Na penumbra alimento a minha dor
Uma dor que me apoquenta, violenta

Nuvens trespassando os céus
Acompanham o meu caminho
Sigo inglória, em busca da luz
Um trilho que sigo, sozinho!


“PERDIDA”
Perdida na noite
Sem rumo
Perdida de ti
Sem destino
Procuro e não te encontro
Procuro e não te sinto
Deixaste-me sozinha
na solidão
desamparada, triste
Com saudades de te ter
junto a mim
Com saudades de te sentir
dentro de mim
Continua à procura
Sozinha
Perdida...na noite

Prados no Olhar - Colectânea Ocultos Buracos - Pastelaria Estúdios Editora

Naquele momento o sangue escorre pela minha boca como fogo queimando mais que a pele, ardendo mais que os anos passados. Um vermelho intenso, único. Esta é a minha natureza, dúbia, viva, morta, sempre à espreita de escolher entre o certo e o errado. Aos poucos, o corpo que se encontra junto a mim, vai perdendo o quente da vida.
A cada entardecer preparo-me para a saída triunfal. Não é uma situação que me deixe feliz. Por vezes a escolha é difícil, mas o meu “faro” é apuradíssimo a detectar doenças ou pequenas fragilidades humanas. Não posso colocar em risco a minha “saúde” se mordesse um humano doente.
Aconteceu uma única vez no início da minha vida noctívaga. A experiência não era muita na altura, e quando a sede chegava era uma luta constante até encontrar alimento. Valeu-me a ajuda do meu criador, Fausto, um ser belo, irresistível ao olhar feminino das humanas. 1,90m, cabelo grisalho (embora não fosse tão velho assim), corpo torneado pela prática desportiva. Não havia nenhuma mulher, humana ou vampírica que não o olhasse mais do que uma vez quando passava. Comigo foi diferente.
Naquela noite fiquei a terminar um relatório importante. Só dei pelas horas passarem quando o meu estômago reclamou. Arrumei a secretária e quando ia apagar as luzes, tive a sensação de estar a ser observada. “Só pode ser imaginação!”
Quando cheguei à rua, a brisa que se levantou no momento fez chegar até mim o cheiro a tosta mista. Havia um café ao fundo da rua, seria de lá o cheiro? Segui até lá. Não havia muita gente. Enquanto esperava o pedido, reparei em alguém sentado no fundo da sala, parecia alto, cabelo grisalho. Quando o nosso olhar se cruzou, ele sorriu e senti os meus lábios sorrir. “Como sorrir?! Eu não conhecia aquele homem!”.
Depois de ser atendida, saí o mais rápido que me foi possível. No caminho de volta para o carro, senti passos atrás de mim. Com receio não olhei, mas fui sentido, cada vez mais intensamente, uma presença “colada” a mim, e antes que me pudesse voltar, senti uma mão puxar por mim fortemente para trás e antes de desmaiar, fiquei com a sensação que estava a voar.
Não sei quanto tempo fiquei desmaiada, e ao acordar vi alguém sentado a meu lado, olhando-me de uma maneira fria, distante. Os seus olhos estavam tão negros.
“Nada temas!”
Era o homem que estava no café e que tinha sorrido para mim. Fiquei imóvel. Chegou-se mais perto, e a sua boca encostou-se serenamente perto do meu coração. Um beijo! Senti um beijo no meu peito. O coração bombeava o sangue rapidamente, o meu corpo escaldava. Sentia cada bombear ao segundo, ao milésimo até um pequeno rasgo ser feito e nesse momento a minha cabeça “explodiu”. Sentia o sangue a afluir ao pequeno rasgo feito na pele, abandonando o meu corpo, servindo de alimento aquele ser. Enfraquecia rapidamente e nesse momento mil pensamentos convergiam na minha cabeça e arfante consegui dizer: “-Nada temas!”
O homem ficou surpreso com o que disse. O seu olhar encontrou o meu, baixou a cabeça e envergonhado disse: “-Prometo cuidar de ti!”
Desmaiei e a partir daquele dia, a partir do meu novo acordar, a minha vida nunca mais foi a mesma. “Era uma vampira!” Fausto tinha-me transformado. Até então nenhuma das suas vítimas tinha sobrevivido. Ao longo dos anos fui aprendendo tudo o que seria possível para sobreviver com o meu Mestre. Mesmo num dos momentos mais drásticos para o mundo vampírico, tínhamos conseguido sobreviver graças à sua sabedoria.
Certo dia, um descuido meu colocou em risco a nossa sobrevivência. Ainda não conseguia controlar tão bem a minha sede, e o “faro” ainda não estava tão apurado. Mordi um humano doente, e quando me quis levantar não consegui. O sangue fervilhava dentro do meu corpo ferozmente, o doente ia atacando o meu organismo, ia morrendo aos poucos. Como se fosse possível uma morta-viva, morrer de novo! Passaram algumas horas até que Fausto me encontrasse e quando viu o meu estado, deu-me do seu sangue a beber. Quando os meus lábios entraram em contacto com a sua gélida pele, sugaram violentamente o seu sangue, deixando-o bastante debilitado. Quando acordei e vi o estado em que o tinha deixado, fui em seu auxílio. Cacei para o salvar. Éramos a dupla perfeita, tão perfeita que muita gente nos queria ver “mortos”. Uma emboscada afastou-nos para sempre. Fausto foi derrotado por Vicente o vampiro mais antigo e eu fiquei presa durante alguns anos até conseguir escapar. Agora vivia escondida dos humanos, escondida dos vampiros, desconfiando de tudo e todos. Por mais que me escondesse, por vezes encontrava vampiros prontos a acabar comigo.
Mais uma mudança de casa. A nova habitação fica na cave de um velho edifício. Não tem muito movimento e um banco de sangue perto, é uma mais valia. Quando o último turno acaba, e já não há ninguém no edifício, saio do meu esconderijo, vagueando pelos corredores vazios. Uma vez por outra “desvio” um pequeno saco de sangue. Aqui não há o perigo de adoecer sendo o sangue analisado. Abrir a arca frigorífica, escolher o grupo sanguíneo mais apetitoso, segurar o sangue fresco nas mãos, senti-lo escorrer pela boca é uma sensação maravilhosa. Tão maravilhosa como o facto de saber que não matei ninguém para o obter.
Uma noite mais.
O vento sopra forte fazendo a folhagem voar pelo ar, assobiando ao passar pelas fissuras das janelas e das portas. Percorro o parque da cidade, observando os poucos resistentes que ainda por ali andam.
Começo a sentir fome. O meu olfacto tenta decifrar o melhor alimento, mas esta noite é pouca a escolha.
Não muito longe da casa que me serve de abrigo, vejo que alguém me observa. Não consigo deixar de olhar para o meu observador, aquele olhar faz-me recordar o verde dos prados numa manhã de primavera. Pouco a pouco chegamos perto um do outro. Não sinto medo e “sinto” que do outro lado também não há. Vejo um sorriso e antes que tenha tempo de reagir, já dois “torpedos” (seres inimigos de humanos e vampiros) me seguram, enquanto o rapaz dos olhos verdes me injecta uma substância que começa pouco a pouco a lutar contra o meu organismo. Não estou a morrer, ainda, mas o meu corpo não reage a estímulos, nem ao meu pensamento. Ouço-os rir, um sorriso de vitória.
“- Conseguimos! Vingança!” Nenhuma das faces são familiar.
Após verem que não reajo, pegam em mim, atiram-me contra a parede, caindo o meu corpo desamparado no chão. Murros, pontapés, pequenos golpes de navalha, rasgam o meu corpo. Não sei que substância me injectou, apenas sei que me está a tornar humana? Sinto cada golpe desferido, os jorros de sangue salpicam o chão, a parede, inundam o meu olfacto, deixam-me moribunda.
“- Porque não me consigo defender? Sou uma vampira!”
“- Finalmente uma arma contra os vampiros. Agora é aguardar para ver o final.” – ouço-os dizer.
Já pouco de mim sinto. Os golpes são fortes, ou está enfraquecido o meu corpo? Não sei o que pensar, o que sentir. Nada mais há a fazer, quem quer que sejam, estão a matar-me.
“- Vem aí alguém. Vamos embora!” O campo de visão reduzido não me deixa visualizar o que se passa, o meu corpo não se mexe. Ouço-os correr em direcções opostas.
Algo soprou na minha direcção, alguém está a pegar-me ao colo. Quente! Sinto calor como já não sentia há muitos anos. Fecho os olhos, e demasiado fraca, desmaio.
Sangue! Sinto o cheiro de sangue. Por dentro, o meu corpo luta por sangue, uma luta interior, intensa, agoniante.
“- Eu sabia que existias! Se não me fizeres mal, eu ajudo-te!”
“ Como posso fazer mal, se não me mexo?!” – penso.
Uma mão percorre o meu corpo, tocando-me levemente. Acaricia a minha face, os meus olhos, os meus lábios. Sinto uma pequena pressão na minha boca, fazendo com que ela se entreabra. Pequenas gotas de sangue, escorrem pela minha boca, pela minha garganta, alimentando-me, fazendo-me viver a cada segundo passado. A fome é intensa, e após o primeiro saco, segue-se outro e mais outro, fazendo renascer o meu corpo, sarando feridas e golpes. Estou a sentir o meu corpo, de novo!
Subitamente levanto-me, e antes que o meu “salvador” se aperceba, salto para cima dele, derrubando-o contra o chão. Uma das minhas mãos está no seu pescoço e a outra prende uma das mãos, e as pernas entrelaçam as dele, imobilizando-o. Os seus olhos estão fechados.
“- Quem és?!”
“- Sou o novo analista. Chamo-me Gabriel.”
“- Foste tu quem me salvou?”
“- Não. Tu é que te salvas-te, eu só ajudei. Estava a passar quando te vi caída no chão, ferida e trouxe-te para o meu serviço.”
“- Sabes quem sou? Sabes o que sou?”
“- Sim, sei quem és, e o que és.”- pouco a pouco as minhas mãos soltavam-no.
“-Abre os olhos!” – as pálpebras entreabriram-se e o verde dos prados, sobressai de novo à minha frente. “-Tu!!” A minha ira, a minha raiva toma conta do meu corpo, da minha mente. Só penso em acabar com aquele “torpedo”.
“- Não sou quem pensas, espera!” A minha boca, os meus dentes encontram-se perto da jugular pulsante, bombeando o sangue que aguça cada vez mais o meu apetite, mas algo faz-me parar. Observo o ser à minha frente. Não tem nenhum corte, nenhum hematoma, a pele branca reluz sem nenhum sinal de luta, mas no corpo deitado por baixo do meu, algo chama a minha atenção. Por baixo, como se de uma cama se tratasse, está um aglomerado de penas negras, parecendo asas.
“- Quem és tu!?”- pergunto, levantando-me de seguida.
“- Não te quero fazer mal, simplesmente fui o isco para te apanhar, mas não podia deixar que “os torpedos” te matassem. Como te disse, chamo-me Gabriel e sou um Anjo Negro. De dia, analista, há noite, vagabundo do tempo. Foi numa das minhas saídas nocturnas que te conheci e desde esse dia que te observo sem dares conta. Sei que por vezes te abastecesses aqui na clínica, e que te sentes mal, triste, quando tens que matar alguém.”
“- Cala-te! Não sabes quem sou, nem me conheces o suficiente para falar.”
“- Na noite que foste mordida por Fausto, era eu quem te observava quando estavas no escritório. Desde aí tenho-te seguido. Perdi-te o rasto durante uns anos, mas quando te reencontrei nunca mais te deixei.”
“- E onde entram os “torpedos”?”
“- Certa noite vi-os perto da clínica, falavam de ti. Um deles segui-te e descobriu o teu esconderijo. Fiz-me amigo deles. Um dos dons dos anjos é fazer amigos depressa. Ouvi-os planear a tua emboscada e ofereci-me para ser o isco. Enquanto estavam distraídos contigo, reapareci como anjo para os assustar e o resto já tu sabes.”
“- E agora? Eles sabem onde estou.”
“- Eles pensam que morreste, consegui-os despistar para bem longe daqui. Basta que durante uns tempos não saias.”
“- Tenho que sair. Como me vou alimentar?”
“- Alimentas-te aqui na clínica. Já te perdi uma vez, não te quero perder de novo.”
Os olhos verdes sorriam para mim, Através deles “vi” os prados que um dia conheci com Fausto. Estava a ser hipnotizada por aquele olhar e pela segunda vez em toda a minha vida, estava a deixar.
Durante o dia mantinha-me escondida, praticamente como sempre tinha sido, e durante a noite deixava-me levar pela presença, pela beleza, pelas palavras de Gabriel. Estávamo-nos a descobrir mutuamente e teríamos toda a eternidade para o fazer e o melhor de tudo, nunca mais tinha morto ninguém para viver, para sobreviver.
Gabriel olhou para mim, sorriu e com as suas asas envolveu o meu corpo. Encostei a cabeça no seu tronco quente e ouvi o bater do seu coração bombeando o sangue veloz. A minha língua saboreou os meus lábios, estimulando o apetite por aquele sangue meloso. Os dentes saíram aguçados e suavemente penetraram a pele adocicada do anjo negro, deixando o sangue escorrer pela minha boca, alimentando-me.

O Anjo - Colectânea Corda Bamba - Pastelaria Estúdios Editora

Ao entardecer o nevoeiro vai descendo a encosta, cobrindo a cidade com um manto espesso. O vento sopra forte, fazendo rodopiar a folhagem que se encontra pelo chão.
Do alto de uma torre, alguém observa toda a atmosfera que envolve a cidade. O seu olhar observa para além do que o comum dos mortais consegue visualizar. Há séculos que aquela é a sua casa, aquela a sua cidade. Cidade que foi vendo ser construída a pouco e pouco. Um início tão diferente do que agora se apresenta. Aos poucos o betão foi ganhando terreno ao denso bosque. Dezenas, centenas, milhares de pessoas já passaram por si. Já o contemplaram, adoraram, idolatraram e até mesmo o odiaram.
Aquela era a sua sina. De dia uma estátua imóvel, fria, rude; de noite um anjo caído, um anjo que o único erro que cometeu foi o querer ser um comum mortal.
A angústia, o sofrimento de início, deu lugar a um coração vazio, a uma alma solitária. Quantas histórias de amor tinha visualizado, presenciado ao longo dos tempos. Quantos encontros, desencontros, amores, paixões, loucuras, traições, os seus olhos tinham visto, a sua alma sofrido.
Nunca soube o que era o amor. Nunca, nenhuma mulher, tinha feito o seu coração bater mais rápido, tinha conseguido transformar a gélida pedra em fogo ardendo de paixão.
O nevoeiro continuava a sua caminhada pela encosta. Não tardava muito para que a sua forma imóvel ganhasse vida e pudesse deambular sozinho pela cidade.
A poucos metros dali, um carro passa na rua.
“Não posso ir, compromissos inadiáveis!” – esta era a resposta que gostaria de ter dado à sua prima. Encontrar toda a família no fim de semana, não era propriamente agradável. Já estava a ouvir a tia Josefina e avó Teresa a papaguear: “Então o namorado?”, “Quando será a tua vez?” O acidente dos seus pais, anos antes, tinha sido o início desse afastamento.
Com estes pensamentos nem se tinha apercebido que tinha escurecido. Depois de passar na loja para comprar o vestido, seguiu viagem.
Olhou uma vez mais para o banco ao lado. Em cima do assento a caixa com o vestido acabado de comprar, que só iria usar no casamento da prima e teria o mesmo fim que os outros: armário.
Com tanta distração e pensamento com o vestido acabou por se perder.
Ao longe o céu iluminava-se em raios que rasgavam por entre as núvens negras. A chuva começou a cair cada vez mais forte. Não gostava de conduzir a chover, era melhor procurar um abrigo.
Uma luz ténue assinalava a entrada de um prédio. Não gostava muito de andar à chuva, mas não iria ficar dentro do carro à espera que a tormenta passasse. Abriu a porta e correu até à entrada do prédio. Era pouca a distância mas mesmo assim, ficou toda molhada.
A porta encontrava-se aberta. Entrou.
Era uma casa antiga. Um grande hall deixava ver uma escadaria em madeira trabalhada, lindíssima. À direita um pequeno corredor que tinha uma única porta ao fundo. À esquerda uma ampla janela que deixava ver o temporal lá fora.
“-Está aqui alguém?” a sua voz ressoou por toda a casa.
Ficou com receio de seguir. Voltou-se para sair, quando ouviu uma voz vinda do fundo do corredor, à sua direita.
“-Pode entrar, já aí vou.” Pareceu-lhe uma voz calma, que a sossegou.
Após as formalidades das marcações, uma senhora já de idade encaminhou-a ao quarto. Subiu as amplas escadas e seguiu à direita por um corredor escuro, cheio de pinturas, pouco iluminado. Engraçado, aquelas pinturas pareciam que a observavam. Deu por si a sorrir ao pensar em tal disparate.
Pararam defronte de uma porta larga.
“-Eis o seu quarto, menina!”
“-Obrigado!”
“-Se precisar algo, é só tocar a campainha.” e foi embora.
Depois da porta se fechar, olhou em volta para o quarto. Uma cama no meio do quarto, com um dossel, um tocador à sua esquerda, com um espelho trabalhado, ao lado um grande armário. À sua direita uma enorme janela que dava para um terraço.
Depois de colocar a pequena mala em cima da cama, chegou-se perto da janela. Tinha deixado de chover. Abriu as vidraças. Uma aragem fresca entrou pelo quarto. Seguiu até ao parapeito e observou a vista dislumbrante que dali se contemplava. Mesmo de noite escura, a vista era magnífica. Deixou-se ficar, sem dar pelos minutos passarem.
Quando se voltava para entrar de novo no quarto, viu uma estátua de pedra. Chegou-se um pouco para a examinar, A sua mão tocou numa textura rugosa, gélida. Naquele momento o seu coração bateu fortemente. A textura rugosa pareceu-lhe que tinha ficado lisa. “Que loucura!”
Voltou-se, entrou no quarto e fechou as vidraças, deixando o pouco luar que teimava aparecer por detrás das nuvens entrar pelo soalho até à cama.
“Quem é esta rapariga? Porque me tocou no momento em que o meu corpo começou a sua transformação?” Deixou-se ficar sossegado, até sentir que ela dormia.
Passaram alguns minutos.
As nuvens estavam mais dissipadas, deixando um mágico luar inundar a noite.
Entrou no quarto tentando não fazer barulho.
Na sua cama dormia uma jovem que não sabia quem era. Uma jovem que tinha teimado em lhe tocar. Um toque que nunca tinha sentido. Um toque que tinha feito o seu duro coração, derreter.
Sentou-se na beira da cama, contemplando a jovem. A pequena almofada encontrava-se desenhada por um farto cabelo ondulado.
Suavemente a sua mão desenhou no ar o contorno da cabeça, passando pelo pescoço, descendo pelo corpo. Um perfume exalava do seu corpo, inebriando o seu ser, o seu corpo angelical. “Quem é esta mulher?” Fechou os olhos e visualizou todos os séculos da sua vida, tentando encontrar perdido no tempo, alguma presença daquela mulher na sua vida. Nada. Nunca nenhuma mulher lhe tinha tocado no momento da sua transformação. Na sua forma de pedra já tinha sido tocado tanta vez, no entanto na sua forma humana nunca se tinha deixado ser visto por ninguém. Quem iria tocar-lhe tendo ele asas?
Com todos estes pensamentos, nem deu por Orquídea (assim se chamava a jovem) ter acordado, estar sentada na cama a vislumbrá-lo. Nunca tinha visto ninguém assim. O tronco nu deixava ver nas costas umas asas fechadas que as tapavam. Parecia alto, magro. Só podia ser a imagem de pedra que estava na rua. Olhou para o sítio onde a tinha visto a última vez e não estava lá.
Quando olhou em frente, os seus olhos encontraram os do seu Anjo.
Estavam os dois assustados, não pelo medo, mas pela surpresa daquele encontro.
O Anjo levantou-se e ia a sair, quando Orquídea lhe pegou na mão.
“-Não vás!”
Orquídea levantou-se e ficou mais perto do Anjo.
As suas mãos continuavam unidas, entrelaçadas. O encontro do seu olhar tocou fundo o coração de cada um. Um pequeno abraço uniu os seus corpos.
Olharam-se de novo. Suavemente os seus lábios tocaram-se, como se não soubessem o que fazer a seguir. As suas mãos tatearam os seus corpos, descobrindo-se mutuamente. O receio inicial foi dando lugar à paixão ardente que os seus corpos exalavam.
O Anjo aconchegou Orquídea junto a si e as suas asas tocaram o seu corpo despido. Os seus lábios exploraram cada pedaço do seu corpo. Orquídea tocava o corpo angelical, escaldando de desejo, de paixão.
Entre beijos e carícias suaves, os dois corpos uniram-se num só. Nesse momento os seus olhares encontraram-se e em pensamento disseram “Amo-te”.
O luar foi testemunha de uma noite de paixão.
Quando a manhã chegou, Orquídea encontrava-se sozinha na cama. Teria sonhado?
Levantou-se e correu até à janela. Lá fora, a estátua de pedra angelical, continuava no mesmo sítio. “Foi real! Eu sei que foi real!”
Depois de se arranjar, desceu as escadas e saiu.
Ao entrar no carro, olhou para o embrulho no assento ao seu lado e em cima dele encontrou uma pena. Sorriu e seguiu viagem.
À noite quando entrou no seu quarto, o Anjo encontrou um pequeno bilhete em cima da cama:
“Agora que te encontrei, nunca mais te irei deixar.
Eternamente tua.
Orquídea”
Sorriu e disse baixinho: “Ad' tejavel”

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O Fim

Como tudo na vida há um início e um fim para todas as coisas, para todas as situações.
No início deste blog, o propósito com que foi criado fez renascer em mim uma vida que há muito tinha perdido. Não que tivesse receio ou medo das coisas que aqui escrevi, mas enquanto ninguém sabia que eu as escrevia sentia-me livre. Neste momento sinto-me agrilhoada como Prometeu.
Perdi a vontade de escrever, de ler. Até o sorriso sai cada vez mais forçado.
Hoje é o último dia que aqui escrevo, este blog deixou de fazer significado para mim. Guardarei alguns dos post`s que aqui tenho para um dia mais tarde recordar e quem sabe até sorrir.
Irei aqui publicar as duas histórias que escrevi para as Colectâneas da Pastelaria Estúdios Editora e os dois poemas seleccionados para integrar a V Antologia de Poetas Lusófonos.
Como não gosto de dizer "Adeus" fica um "Até já!".
Carla David

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Doente à distância

A distância tem destas coisas.
Por mais que queiramos ajudar alguém, a longa distância deixa-nos de mãos e pés atados.
Um telefonema, uma sms alegra a alma, mas realmente não é a mesma coisa, quando o que queríamos era estar perto, ver o olhar, sentir um abraço.
As melhoras!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Incompreensão

É na solidão do meu lar, na noite escura que recupero do movimento frenético do dia a dia.
São estes os momentos nos quais me alheio da realidade que me envolve e me deixo levar para um mundo incompreensível.
Diariamente o cenário muda e os personagens desvanecem pela minha mente.
O certo, o errado confundem-se em momentos tortuosos.
Não há sol, não há céu, nem frio, nem calor.
E assim fico, aconchegada no meu leito esperando o amanhã.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Aula de alemão

Com a visita da sr.ª Merkel a Portugal, lembrei-me das aulas de alemão no longíquo ano de 1990.
A professora era o terror das turmas de Humanidades do 10º ao 12º ano.
Após a 1ª aula em português, todas as outras foram em alemão do início ao fim. Um horror!!
Pouco fiquei a saber, mas quando era para ler, lá estava eu sempre de braço no ar. Como a professora dizia :" A menina não percebe nada do que diz, mas tem uma pronúncia excelente!"
Ao menos isso!

domingo, 11 de novembro de 2012

Sempre agradável

Prenda de anos natural





Querida Mané, és uma apressada!!
Aqui vos deixo uma belíssima obra da minha amiga Mané.
Um nabo esculpido por ela, acompanhado por lindas folhas de Outono, que gosto muito.
Uma prenda de anos temporária mas oferecida com muito gosto.
Obrigado Mané!!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Sugestão Semanal

Sábado, dia 10 de Novembro pelas 16h, o Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre apresenta "Passeando na História", um reviver das nossas tradições, onde o passado, o presente e o futuro do Rancho da Boavista estão em ligação.
Comemorar 45 anos de Actividade.
Para este espectáculo recorreu-se a alguns dos elementos que um dia já fizeram parte da vida do Boavista, e dos actuais.
Também eu um dia já fiz parte desta família. E foi tão bom voltar a dançar ao fim de 23 anos. Como se costuma dizer é como andar de bicicleta, nunca se esquece. Assim que os primeiros acordes começaram foi como religar a máquina e ela arrancasse do ponto em que ficou.
Já há dois meses que temos ensaios semanais, duas horas de intensa actividade.
No ínicio parecia que tinha levado uma sova, mas depois o corpo foi-se habituando de novo ao movimento. O que custa ainda um pouco é os braços nos ar. Já não tenho mais 11-15 anos, eheheh.
Dançar sempre com um sorriso, o que me ensinaram e o que tenho posto em prática em toda a minha vida.
Convido-vos a aparecer.
Ficarão surpreendidos com o grandioso espectáculo que está a ser preparado e claro terem a oportunidade de me ver dançar, trajada a rigor.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Dave Matthews Band - If Only

Aniversário

A noite esteve seca e fria.
O Outono continua belo, com a sua folhas caídas e a paleta de cores amarelo-laranjas- avermelhados a colorir os campos verdejantes.
Só podia ter nascido num dia assim.
E faz hoje 38 anos.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Distância

Distante do ponto de partida, afastada do ponto de chegada.
Percorro o caminho trilhado por outros, caminho esse que não escolhi como meu.
Quantas vezes me quis perder e nunca mais me encontrar.
Tudo na minha vida é certo, o quase ideal. E do que serve?
Do que serve seguirmos com a máscara que todos esperam que tenhamos.
Por um só dia, gostaria extravasar toda a minha essência, todo o meu ser e alma, e ser uma única vez tudo o que sonhei.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Aniversário em atraso

E não é que aqui o meu jardim fez 3 anos no domingo e eu nem me lembrei????
Sem desculpa!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Sonhos

Quero correr!
Quero correr, saltar e quem sabe até voar. Voar por esta paleta que os tons outonais nos oferecem.
Dançar envolta nas folhas que se desprendem, bailando uma e outra vez até ao último "suspiro".
Rebolar pela erva que começa a brotar forte pela terra seca do árido verão.
Correr e correr pelos campos, abrir os braços e sentir os galhos bater fortemente marcando a sua presença nesta terra que é nossa.
Para ficar perfeito, falta o nevoeiro com a sua mágica neblina que me envolvia como se de um manto se tratasse, aconchegando-me...

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Dança outonal

Pequenas gotas que escorrem
do orvalho matinal
Apresentam a madrugada fresca
Banhando o manto Outonal

Dançam folhas pelo ar
Despedindo-se de quem as acolheu
A seus pés se depositam
Toda a vida esmoroceu

Aos poucos fica despida
Visualisando-se uma presença esquelética
Fortalecido o seu interior
Enaltece uma beleza poética

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Camisola Amarela

Isto há coisas incríveis.
Descobrir ao fim de 17 anos de serviço que eu e aminha colega somos a "camisola amarela" dos erros num programa que utilizamos para trabalhar todos os dias dá graça, muita graça.
Somos quem mais erros produz naquele programa e isto tudo por causa de um código que temos que inserir em cada dador que atendemos.
Por isso os "Excelente" na avaliação do SIADAP passava-me sempre ao lado, eheh.
É um erro mas justificado. E ao fim de 7 anos que se está a inserir esse código é que um iluminado descobre isso?? Quanto dinheiro não se terá perdido nestes anos?? Mas claro, todos os "chefes" que por lá passaram não deram por nada a não ser este que veio logo perguntar o que se passava e nos chamou as "camisola amarela" mas na brincadeira.
Tantos doutores, tantas cunhas e a incompetência é sempre a mesma.
Se a culpa fosse mesmo da Carlota, já estaria com um processo em cima e quem sabe ter que devolver todo o tostãozinho perdido nestes anos.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Vazio

Aos poucos o Outono faz-se sentir.
O meu olhar contempla tão bela paisagem outonal, tentando alegrar a alma triste.
Um vazio sufocante que se encaixou no meu peito, fazendo o meu olhar marejar pouco a pouco.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Conversas de avó e neta

Adoro a minha avó!
Gosto daquela maneira matriarca que ela tem em tratar a família. Eu quero, posso e mando, como se toda a gente tivesse 10 anos. Mas como ela não faz por mal e tudo lhe acha graça, ninguém lhe diz nada e fazemos (mais ou menos) tudo o que ela quer, eheheh
Ontem, antes do ensaio da dança (isto fica para outro post), fui à sua casa, sim aquela casinha da minha infância que já muita vez aqui falei.
Andava atrapalhada com um número de telefone, e quando peguei na agenda telefónica li:
- Pars;
- Eulali;
- Ato;
- Cala;
- Magigida;
- Baul;
- Culete Bolgado.
Quem adivinhar todos os nomes eu dou um beijinho, eheheheheheh
Esqueci de dizer que a minha avó fez a 4ª classe já adulta e avó de netos. Assistia às suas aulas e ajudava-a nos trabalhos de casa, eheheh

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Presenças

Há momentos na nossa vida em que nos sentimos perdidos, um pouco emaranhados num novelo que cresceu e que pouco a pouco vai diminuíndo, novelo esse a que chamamos vida.
Há pessoas que chegam e partem de uma forma tão inesperada que permanecem como uma leve lembrança de algum momento que tenhamos passado juntos. Outras há que se entranham em nós como um suporte para a nossa sobrevivência.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

"... gostava de ir para um lugar escuro, silencioso, em que só pudesse
ouvir o vento surrurrar suave no meu ouvido, fechar os olhos e ficar
assim, sentada com as pernas encostadas no meu peito e deixar a cabeça
repousar.
Ficar assim, e deixar de uma vez por todas as lágrimas correrem
livremente, sem vergonha, sem culpa..."

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Striptease em parque de estacionamento

Melhor que o striptease no trailler do "Magic Mike", só mesmo um suave strip (camisola) no parque de estacionamento do Hospital para onde a minha frondosa janela dá.
Em vez de uns musculados abdominais, uma barriga gorduchita com direito a vislumbre de boxer azul claro. Não se pode ter tudo, eheh

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Amanhece

Imagem "surrupiada" numa página do facebook, com autorização

Tendo as estrelas como tecto sinto a liberdade como minha, só minha.
Após Morpheu ter embalado o meu corpo num sono profundo, os primeiros raios da madrugada aquecem pouco o pouco meu corpo gélido.
O Outono aos poucos tem mostrado a sua presença, as noites mais frescas, a folhagem que vagueia à deriva, tentando encontrar um monte que as acolha e proteja.
Amanhece o dia com um brilho intenso, iluminando todos os cantos e recantos escondidos pela densa folhagem que ainda persiste em algumas árvores.
Amanhece o dia com um brilho intenso, iluminando todas as cores outonais que as árvores vão pintando, deixando o verde envergonhado.
Amanhece o dia com um brilho intenso, quando vejo o teu sorriso.
Amanhece o dia com um brilho intenso, quando o nosso olhar se encontra uma última vez.
Amanhece o dia com um brilho intenso.
Amanhece...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Outono

Imagem retirada da net

A aragem fresca da noite faz chegar até mim, toda a magia outonal.
Mais uns dias e a lua fica cheia.
As folhas que caíam pouco a pouco, há semanas que anunciavam a tua chegada.
Andei um pouco distante, eu sei! Mas no fundo andei a recordar-te, a sorrir ao pensar na tua vinda. Sim, gostava de te ter proporcionado uma festa como mereces, mas quem me surpreendeu foste tu.
Como magia, o dia da tua chegada ficou cinza, que por vezes oscilou entre o claro e o negro, e pequenas gotas foram caindo num início calmo, quase a sussurrar ao meu ouvido, noutros momentos bem forte para me despertar dos braços de Morpheu.
A janela aberta deixou entrar o fresco da madrugada que refrescou o meu corpo.
Os pés desnudos passearam pelo chão frio, levando-me até à janela aberta.
O cheiro da terra molhada inebriou a minha alma que se deixou encantar uma vez mais pela paisagem em que o nevoeiro deslizava suave pelo monte, cercando a cidade.
Assim fiquei a contemplar a tua chegada à minha vida, enchendo a minha alma de pequenas gotas que ao longo do tempo se irão transformar em oceanos de inspiração, de alegria.
A cor que anuncia a tua chegada está a mudar um pouco todos os dias. O verde vai ficando gasto, deixando o amarelo, laranja, vermelho rubro ofuscar o meu olhar.
Agora sim, posso ser eu de novo!
Agora sim, posso viver!
Sou, OUTONO!!!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Sugestão Semanal


E porque não uma exposição de fotografia?
Mamé, Adalrich espero poder encontrá-los, de novo.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Cheguei!!

E, de volta ao trabalho!
Quer dizer já vim na terça-feira, mas como o trabalho tem sido tanto, só agora consegui dizer "cheguei!!"
Por agora era só isto que queria dizer.

domingo, 2 de setembro de 2012

Finalmente: AS FÉRIAS!!!!

Oficialmente e FINALMENTE, hoje há meia noite começam as minhas férias!!!
O covil vampiresco só contará com a minha presença lá para o dia 18 de Setembro. Mas no próximo sábado (dia 8) temos mais uma festa da Associação Benévola de Dadores de Sangue de Portalegre e eu sem ideias para as decorações. Alguma coisa se arranjará!
Hei-de vir algumas vezes espreitar-vos!!!
Beijinhos para todos

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Noite de Luar

A noite encontra-se amena.
O luar nesta noite de Agosto encontra-se belo.
Encosto os cotovelos na mesa e com as mãos a segurar a minha cabeça, contemplo o mágico luar e assim me deixo ficar. Possivelmente até devo ter fechado os olhos um pouco.
Um mocho pia ao longe e quando os meus olhos se abrem, encontro-me rodeada de árvores bem altas, através das quais o luar se faz anunciar.
Percorro calmamente pela densa folhagem que se encontra no chão, da qual ouço o estalar de algumas folhas já secas.
Chego a uma clareira e deixo o luar denunciar a minha presença.
Olho em volta em busca de alguma presença, de alguma coisa que me indicasse onde estava, mas nada.
Sinto-me cansada. Refugio-me novamente no escuro e sento-me um pouco, contemplando a paisagem à minha frente. Uma densa área florestal circula um pequeno lago que se encontra esbatido por um mágico prateado, que a lua cheia deixa repousar no cimo da água.
E assim me encontro a contemplar esta mágica paisagem, quando Te vejo chegar. Olhas em volta e a tua roupa vai ficando caída pelo chão até chegares ao pequeno lago e nele entrares, desenhando pequenos círculos que ondeam à tua passagem.
Encolho as pernas até junto ao meu peito e fico a contemplar a tua passagem no pequeno lago. Não sei quanto tempo passou, possivelmente adormeci. Olhei em volta e já não estavas. Encontrava-me de novo encostada à mesa, no meu terraço, a observar a lua.
A meu lado repousava uma pequena flor.

O que é nacional é bem BOM

Não sou muito de novelas, mas esta cara laroca todas as noites a entrar pela minha sala faz-me sorrir.


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Muse - Madness New Single from The 2nd Law

Um leitor na Suécia????

Orquídea versus cão

O vento soprou toda a noite.
As árvores iam dançando consoante o vento ordenava.
Mais um dia de trabalho.
Em altura de férias acabam-se as mordomias do pópó até ao serviço e toca a levantar cedo para percorrer uns infindáveis 100metros até à paragem do autocarro.
Tudo corria bem, se pelo meio do caminho não encontrasse um minúsculo rafeiro que teima em me perseguir mais de metade do caminho e ainda por cima a ladrar.
"-Querido não preciso que anuncies a minha passagem, pois a minha beleza fantástica já o faz."
Como sabem tenho um medo pavoroso de cães. Agora imaginem a minha passagem naquela rua a tentar enxotar o cão o caminho todo e a rezar bem baixinho para ele não me morder.
"-Oh lambisgóia pára de me enxotar! Achas que quero morder o ossito já a caminhar para velho?? Gosto de carnucha nova." - responde o dito cão, em linguagem canina.
Eheheh

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Vazio

Quantas vezes se confundem as lágrimas que correm, com a chuva nos dias de Inverno?
Quantas vezes se confude o olhar triste, com uma dor mascarada?
Um vazio!
Um vazio imenso que trespassa todo o meu ser, toda a minha alma.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Da minha janela

Da janela que se encontra à minha frente vejo:
- no alto, uma réstia do céu por vezes azul límpido, outras mais mascarados em tons cinza;
- às vezes os pássaros também por lá passam, ora num voo solitário, ora em brincadeiras disparatadas de lutas entre si, pelo melhor galho, pela melhor fémea;
- o prédio em frente com a sua vida mundana, a sr.ª do 6º andar que sacode a roupa com uma fúria intensa como se não houvesse amanhã, nem mais roupa para sacudir; a vizinha do lado com o seu jardim de varanda lindíssimo que tenho visto crescer um pouco todos os dias; as vizinhas jovens do 3º andar com as janelas fechadas já a alguns dias; e o resto de janelas fechadas pelos vários andares, que um dia devem ter estado abertas de par em par, para deixar entrar o fresco das manhãs de fim de Agosto e deixar sair a alegria de uma casa com vida;
- as árvores no estacionamento, nas quais o meu olhar descansa várias vezes ao longo do dia, ver o vento dançar com os seus ramos, as suas folhas rodopiando até chegar ao chão;
- os carros dos que partem e os carro dos que chegam para mais um turno de trabalho;
- o sol, hoje escondido atrás de um céu cinza prateado, que ameaça desabar a qualquer momento, deixa os seus raios entrar um pouco envergonhados até mim;
Mas se fechar os meus olhos, nessa altura através da janela que está à minha frente sou capaz de ver tantas coisas, umas mais alegres que outras, mas aí sou eu quem comanda o que quero ver e quando o quero ver..
Neste momento gostaria de ver, um sorriso.

domingo, 26 de agosto de 2012

Um banho de mangueira

Altura de férias escolares, época complicada em casa.
O filho mais novo, passa o mês de Agosto, feito saltibanco de um lado para o outro, com mochila às costas.
Quinta e sexta-feira passada foi passar o dia com a minha mãe e aproveitaram o bom tempo e foram a casa da minha avó.
"-Mãe estou a tomar banho no tanque da avó!"
"-Que bom! Sabias que a mãe também aí tomou banho?"
Quando a chamada se desligou foi como se recuasse 30 anos na minha vida.
O pessegueiro com as pernadas suspensas por traves de madeira, tal era o peso da folhagem e a quantidade de pêssegos (acho que nunca houve um ano tão bom como aquele), a videira que trepou pela latada e fez uma sombra grande com pequenos cachos já suspensos, a macieira como teve "bicho" ficou mais apagada.
De manhã enchia-se o pequeno tanque de água limpa para ir aquecendo, aproveitava-se para regar os vasos com as mais variadas plantas, o canteiro da salsa, da hortelã, da pequena couve (que faz um feijão com couve delicioso) e por vezes até me regava a mim.
Tomar banho de mangueira é tão bom!
Depois ia para onde houvesse sol e era esperar que secasse.
Mas o mais agradável era tomar banho no tanque. Imaginava que estava numa piscina enorme só para mim. Ficava lá até a pele começar a ficar engelhada.
Quando chegava a hora de ir secar ao sol, passava pelo pessegueiro e tirava um pêssego que de tão madurinho que estava escorria pelo pescoço.
Quando cheguei à minha avó para ir buscar o pequeno Diogo, chorei de alegria ao ver o meu filho tão feliz a tomar banho no tanque, tal como eu quando era mais nova. Deu vontade de ser criança de novo e saltar para dentro do tanque.
Para estar tudo completo, só faltava ali o avô Porfírio a ler o seu jornal e a sorrir das minhas diabruras.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

"Onde o olhar começa..." - a exposição

De: 23 de Agosto a 30 de Setembro de 2012
Horário: de Segunda-feira a Domingo
9:30H às 13:00H
14;30H às 18:00H
Local: Galeria de São Sebastião - Portalegre

E o meu olhar começou por estes lírios. Deu vontade de os retirar e entregar a cada pessoa que se encontrava na exposição e porque não, a cada seguidor do meu blog.




Como não os pude oferecer a quem me convidou para a exposição, resolvemos "imortalizar" o momento com uma foto.

"Obrigada Mané!"


Junto à tela que mais gostei, com a D. Lita Falcão, a extraordinária pintora.
"Vai chegando o sol"-óleo sobre tela-55cm x38cm


Não sei porquê, mas esta tela recorda-me o Jardim da Corredoura (Portalegre) da minha infância.


Tendo nascido em Badajoz, Lita Falcão tem ligações a Portalegre desde a sua infância por laços familiares. O seu pai era natural de Portalegre.




As flores, as paisagens do Alentejo, a natureza circundante.
Um jogo de cores, sombras, luz que se conjugam de uma forma poética.





A paisagem do mar invernoso (minha interpretação) envolvente.



Gostei do convite e aproveitei da melhor maneira possível a exposição.

Conheci a D. Mamé e a D. Branca, irmãs da minha querida MJFalcão, o meu Belo Falcão Lunar.
"MJ lembrei-me de ti durante a exposição!"

Agradeço a forma como fui recebida por todos.

Para mais tarde ficará a minha interpretação sobre a tela que mais gostei e com consentimento da pintora.
"Obrigada D. Lita por nos envolver com o seu olhar!"

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Um convite

A Presidente da Câmara Municipal de Portalegre tem o prazer de convidar V.Exa para a
inauguração da Exposição de Pintura de Lita Falcão “Onde o olhar começa...”, que se
realiza no dia 23 de agosto, pelas 18h00, na Galeria de S. Sebastião em Portalegre.

Um convite feito pela Amiga Mané, irrecusável!!

I See Desire


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Uma semana de férias

O melhor desta semana de férias?
Descansar até mais não!
Dormi, acordei tarde, deitei-me ainda mais tarde, nadei, li, vi séries e filmes em atraso.
O Diogo aprendeu a boiar (com as braçadeiras), nadar debaixo de água, e ainda quer o cabelo, ou a falta dele, como o Pedro Abrunhosa, eheh.
A Salomé continua a princesa de sempre.
E eu tomei conta, que já não estou tão nova como quero parecer. Já me custou uma eternidade fazer os 200m crawl num piscar de olhos sem ficar cansada. Na 2ª feira, quando acabei, só faltou ter uma botija de oxigénio ao lado para me reanimar, eheheh. Tenho que voltar à natação.
Fiquei fã.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Material Escolar

Imagem retirada da net


Chegando o mês de Agosto, começamos a ser inundados pelas revistas dos hipermercados com material escolar.

Confesso que ainda hoje a vejo de fio a pavio.

Na minha infância pouco mais era do que um lápis de carvão, uma esferográfica azul, preta, verde e vermelha, uma borracha e uma régua, um caderno pautado e um quadriculado.

Quando ia com os meus avós comprar os livros à papelaria, trazíamos também o material escolar. Ficava uma tarde, os dias seguintes a olhar embevecida para tudo. Os livros quando chegavam à escola já iam em segunda mão, por os ter visto tantas vezes.

Como amanhã começa a semana de férias, é altura de ver com a Ana o material que tem do ano lectivo passado e que ainda se pode aproveitar e começar a ver o que é necessário comprar.

A diversidade é tão grande que nos perdemos facilmente nos corredores apelativos. Como sempre gosto de comprar um caderno novo para a minha escrita. Mas fiel como sou aos hábitos antigos e ancestarias, um caderno A5, agrafado de capas pretas é o meu preferido, eheheh.

Sabiam que há um compasso 3 peças precisão plus???? Isto mais parece um qualquer componente de algum carro artilhado, ou uma lâmina de barbear.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Um livro nas férias

Não posso deixar de programar a leitura deste livro para a semana de férias.
Até os meus olhinhos sorriem, eheh.
Japão, gueixas!! Adoro!!!!!

Quero Férias!!!

É só mais um dia e depois uma semana em casa a descansar.
Não vou programar nada, pois acabo por não fazer nada do que pensei. Por isso será a semana do deixa andar.
Mas ainda falta o dia de hoje, que está a demorar a passar e o de amanhã.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Pequenos momentos

Quando a madrugada nos encontra, ainda sinto o teu cheiro no meu corpo inebriando a minha alma.
Levemente acaricio a tua pele, arrepiando cada pedaço tocado.
Encosto os meus lábios quentes de paixão, na tua gélida pele, envolvendo-te com os meus braços e assim fico sentindo-te junto a mim.
Os olhos vão se fechando e deixo-me ficar, sonhando, sorrindo...

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Será assim tão mau um pouco de felicidade???

Será assim tão complicado, para certas pessoas, verem que estamos contentes com algo que nos dá realmente prazer, fazer???
E o prazer que têm em nos empurrar para baixo???

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Eu e a Pastelaria Estúdios

Esta será a capa da próxima colectânea da Editora PastelariaEstúdios, subordinada ao tema "Histórias Horríveis ou Impossíveis", que conta com uma pequena participação minha. Aguardemos pelo Outono, pois mais não posso adiantar.


E este é a capa do livro que já saiu, e no qual também tenho uma pequena participação. Lá encontramos "O Anjo" um conto que gostei muito de escrever.



terça-feira, 31 de julho de 2012

Peço desculpa

Devo um pedido de desculpas aos meus seguidores.
Os dois últimos meses não foram de muita inspiração e o blog foi um pouco prejudicado.
O calor, o tempo quente e seco não funciona tão bem comigo. Gosto de chuva, frio, nevoeiro.
Inscrevi-me em novo concurso literário e as 5 páginas para escrever uma história horrível ou impossível deram "água pelas barbas". A sorte é que não tenho barba e sei nadar, eheh.
Boa disposição acima de tudo.
As visitas e comentários aos vossos blogues estão em dívida, mas aos poucos vamos recuperar o tempo perdido.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

É aqui uma ajudinha, se faz favor!!!

Será do tempo, do computador ou da minha "nabice"??
Há mais de duas semanas que não consigo colocar fotos ou imagens retiradas da net aqui e no facebook.
Alguém me pode ajudar???

domingo, 29 de julho de 2012

A brisa gelou o meu rosto e aí ficou, até o quente do teu ser aquecer o meu coração.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Ter avós seria bem melhor, se todos aqui estivessem...

À sua maneira, os meus avós foram importantes na minha vida, no meu crescimento, mesmo aqueles que perdi ainda novinha.
Hoje em dia só tenho a minha avó materna, a matriarca da família.
Ter avós é como ter tesouros escondidos numa noite de luar.
Hoje comemora-se o seu dia, mas todos os dias deviam ser dias de avós.
Termos tempo para eles, para os visitar, ou simplesmente para os ouvir, pois eles têm tanto para nos contar, mesmo quando já repetem a mesma conversa vezes seguidas.
Gostaria que o meu avô António tivesse visto a mulher que me tornei. Sim aquela menina pequenina que levava à pré-escola todos os dias antes de ir trabalhar.
Gostaria que a avó Teresa tivesse partilhado os seus conhecimentos femininos comigo. Quem sabe hoje sabia pintar as unhas e pintar-me sem parecer uma pintura rupestre.
Gostaria que o avô Porfírio tivesse visto que a menina das mãos habilidosas escreve coisas bonitas (acho eu), que tirou um curso superior com 36 anos, e que tem um menino traquinas como ela era.
Gostaria de ver a avó Nazaré todos os dias. Gosto de dar beijinhos na sua cara enrrugada, ver os seus dedos gordinhos passar na minha face, sorrirmos quando ela se engana a dizer as coisas.
Hoje, dia dos Avós um beijinho para todos os Avós.
Beijinhos para a minha mãe que para além de já ser avó, hoje faz anos.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

"Sombras" em poema

Ergues possante o teu ser
Inebriando minha alma
Fortaleces, enfraquecendo-me
Tanto cuidado, tanta calma

Da escuridão, uma companhia
Transformando o meu ser
Pele rasgada ao emergir
pela ânsia de beber, por viver

Água! É tudo o que desejo
Apertada, lentamente sufocada
Marcado o meu corpo ressequido
Na terra renasci, abandonada

Troveja ao longe no firmamento
Mil raios faíscam pelo céu
Hum! Que cheiro a terra molhada
Cheiro forte, só meu!

Cheiro intenso que me enlouquece
Humidade envolvente, divina
Ouço a chuva ao longe
Imagino gotas cristalinas

A terra move-se intensamente
Numa luta furiosa
Castiga uma vez mais meu corpo
Debato-me no leito, formosa

Gota a gota vão caindo
perto, cada vez mais perto
Sinto-as passar a meu lado
Sinto meu corpo, liberto

Já não aguento mais.
Quero sair! Não pode tardar!
Meu corpo recebe furioso castigo
na luta, revoltosa. Tem que acabar!

A água chega enfim
Encharcando tudo ao passar
Para mim foi tarde o milagre
Desfaleci, sofri, acabou por me matar!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Aniversário Esquecido

E, quando na azáfama do dia a dia, nos esquecemos do aniversário de um amigo??
Pior, e quando é esse mesmo amigo que nos chama a atenção para o facto??
É enfiar a cabeça na areia de vergonha e pedir desculpas todos os dias até ao próximo aniversário, eheheheh
Agora a sério.
FELIZ ANIVERSÁRIO!!!!!!!!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Oh Dear John!

O que fazer? Eu sou assim e nada me irá mudar.
Gosto de ver filmes dramáticos, românticos, daqueles que a meio já estamos com a lágrima no canto do olho, e no final a tormenta já é tanta que nem conseguimos ver as legendas.
O culpado desta vez, foi o "Dear John", um filme de Lasse Hallstrom, baseado no livro de Nicholas Sparks, de 2010.
A Anónima Marisa é fã do sr. Sparks e já tenho lido alguns dos seus livros "obrigada", eheheh.
Se antes gostava de ver alguns filmes do sr. Channing, com este fiquei fã incondicional. O homem fez-me chorar baba e ranho que se farta.
Mas para compensar, tenho o "Magic Mike" debaixo de olho. Aquilo é que vai ser chorar por ver tanta "dança".

sábado, 14 de julho de 2012

Sinto Muito - Nuno Lobo Antunes


O livro que estou a ler no momento.
Estou a adorar conhecer este médico escritor que escreve de uma forma tão apaixonante, tão intensa que nos prende a cada história contada, histórias de vida real, sofrida e na maioria das vezes por onde a morte já passou.
Os seus outros dois livros já estão na mesinha de cabeceira, pois será a leitura que se segue.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Haja Greve

Oh gente! Escutem lá!
O que quer dizer "Greve dos médicos"???
Quer dizer que os médicos estão a fazer greve, e nesta, com os cortes que têm sofrido, só mesmo os dos serviços mínimos é que devem estar a trabalhar.
É que só hoje já entraram pela porta mais de 10 dadores de sangue. E depois ficam admirados quando lhes digo que o médico não está.
Não ouvem as notícias, ou estão com vontade de chatear??!!

Acordado

E, por momentos o tempo voa
E, por momentos o sonho vive
acordado
Num simples sorriso teu
Num simples toque teu

Um único olhar
Para me fazer sorrir
e, adormeço contigo a meu lado
Uma estrela, lá fora, a brilhar
O meu ser, amado

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Deixas em Mim Tanto de Ti

Momentos

Serão os momentos só meus e teus que eu gostaria guardar até ao fim da vida, até ao fim da minha vida.
O quanto eu queria recordar todos os momentos que nós tivemos e poder um dia, senti-los como os sinto agora.


quarta-feira, 4 de julho de 2012

Prenda de Natal - Post com seis meses de atraso, eheh (mais vale tarde, do que nunca)


Já estava em falta desde o Natal do ano passado.
Uma prenda da Anónima Marisa, minha cunhada, que Adorei.
Um livro em branco e uma esferográfica para dar asas à minha imaginação.
Mas, a prenda é tão linda, tão linda que tenho medo de a estragar. Lá está, no meu quarto, perto do campo de visão, mas a inspiração tem andado tão em baixo nestes últimos dias.
Falta algo que mexa comigo.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Menina sardenta

Timidamente foram aparecendo ao longo da minha infância, uma na bochecha, outra mais perto do lábio.
Pequenos sinais que faziam a minha delícia quando os contava.
"-Não contes os sinais que não é bom!" - já dizia a minha avó.
Se era bom ou não, não sei, nunca me aconteceu nada, pelo menos que eu desse conta.
A certa altura já eram tantos, tantos que os fui deixando de contar.
Quando o sol aquece, e os braços começam a andar mais à fresca, lá vão aparecendo uns sinais novinhos.
Sinais e sardas, muitas, muitas sardas.
Presentemente gosto das sardas que estão nos meus ombros, acho-as engraçadas e ficam lá muito bem, eheh.
Mas nunca me esqueço de uma coisa que avó dizia: "-Deus te marcou, um defeito te encontrou"
"-Eram preciso tantos!!!!" - penso eu.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Onde anda o azul do céu??

Com o tempo quente, seco e nebulado não há quem veja o céu azulinho há mais de 4 dias.
Ontem às 16:20h o termómetro marcava 46graus.
Para parecer um deserto só falta mesmo a areia, pois os camelos já por cá andam a governar-nos.
Mas este assunto da troika é para levar a sério, mesmo! É que até o céu azul já nos tiraram.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quero andar na ambulância tuning

Por vezes a minha pessoa é protagonista de situações um pouco embraçosas.
Sábado, a caminho de Avis para mais uma sessão vampiresca, íamos nós no transporte de doentes do Hospital, como quem diz uma ambulância.
A música ia num tom baixo. Começa a tocar uma música de Pedro Abrunhosa e peço ao motorista para elevar um pouco o som, pois não ouvia nada, e assim seguimos.
Já muito perto de Avis, e já devíamos ir assim com a música num tom mais alto há mais de 20 minutos, resolvi assoar-me. E como que por magia, os ouvidos que estavam bloqueados, "destaparam-se" e, meus meninos o som ia num tom muito alto, mas ninguém se queixava.
Resolvi logo contar o que aconteceu e pedir para baixar o som.
Foi risada geral até chegarmos ao destino.
Quem andou por aqueles lados este sábado, deve ter ouvido a ambulância tuning passar. É que só lhe faltava os "pirilampos" a piscar e o motor mais potente, eheheh.

Quantos???

Para quem andava a chamar pelo Verão, ele chegou.
Hoje para aqui, esperam-se 40graus!!
Isto é que vais ser andar com a língua de fora!!!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

E o resto da equipa???

E porque é que hoje, todos os jornais têm na capa o Cristiano Ronaldo????
Por acaso o resto da equipa não jogou?
E o excelente passe que o João Moutinho fez que foi "meio-golo"???

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Obras da Mané


Mais duas lindíssimas pinturas da Mané.
Ela é fantástica!

Prenda no 1º dia de Verão.


Uma prenda que recebi hoje da minha Amiga Mané.
Já tem lugar na minha sala.
Já lhe disse que para o Natal, compro uma folha maior, e que o meu quarto é em tons de vermelho e preto, eheh.
Uma excelente pintora, sem dúvida!

Uma coisa que vi neste dia de Verão...


Chuva!
Chuva com a chegada do verão.
Foto tirada à noite no meu terraço.

Ataques de vedetismo da M&%$# da Selecção

Quando começou o campeonato europeu de futebol, prometi a mim mesma que não iria falar sobre futebol, ou mesmo até sobre a nossa selecção.
Mas, as "birras" nos nossos jogadores tiraram-me do sério.
Desde já peço desculpa por algum palavreado menos próprio.
Então homens que ganham o que eles ganham, que tem feito umas exibições nada espectaculares (sim ganharam à Dinamarca e à Holanda) comportam-se da maneira que se comportam com os portugueses que os apoiam, com os portugueses cá em Portugal e com os muitos que foram até à Ucrânia e à Polónia ou que lá estejam emigrados. Estão as pessoas à porta dos hóteis para os ver, e nenhum se digna a olhar, a dar um autógrafo, nem tão pouco acenar para as pessoas?  E mesmo até a vedeta da Madeira com a m$#%& do capuz na cabeça para ninguém ver que era ele, para não o chamarem. O único que tenho visto acenar ou sorrir, nem português de gema é. Só tristes!
Nem à comunicação social falam?
E vem o Paulo Bento dizer que têm razão por se comportar assim!
Eu sei bem o que vos fazia.
O que mereceiam era não ter ninguém nos estádios a apoiá-los, nem tão pouco a recebê-los junto aos hóteis. E nem mesmo quando chegassem a Portugal.
Vedetas da M&%$# são o que vocês são!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Bela por ti

"Bela como livro que se desfolha,
com deleite.
Em Alexandria não havia papiro
tão perfeito.
Deixa-me olhar-te, por favor, nesse teu leito.
Sabes que sonho com ele,
teu corpo perfeito.

Por que não me aceitas,
do meu jeito?"
Mário Casa Nova Martins (A Voz Portalegrense)

No leito em que me deito,
contemplando o teu ser
Belo, sedutor, feiticeiro.
Quanto de ti "bebo", somente por te ver?
Quando teus olhos, os meus encontra
faíscam pedras de rubi escarlate
Tanta saudade, tanta dor

Será possível
nosso Amor?

Resposta a um post que li no blog "A Voz Portalegrense", e o qual aqui publico após a autorização do seu autor.

As minhas leituras de Verão...

Este ano tenho já um livro destinado para essas leituras. Foi o prémio do passatempo da D. Verita.
Habitualmente não destino nenhum livro para ler, como faço leituras durante o ano inteiro, por vezes é o que aparece.