sábado, 17 de agosto de 2013

Oficialmente de FÉRIAS!!!!

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Tempestades

A porta encontra-se fechada. Sentada na poltrona velha, o meu olhar afasta-se suavemente pela fresta da janela. O tempo lá fora anuncia uma tempestade. O ar sufocante, foi substituído por uma aragem fresca, por vezes gélida. Gélida demais para a época. Aos poucos as nuvens circundam a casa, primeiro flocos de algodão, depois o pincel em tons rosa vai pincelando uma, e mais uma e mais uma, como se o seu toque as fosse desfazendo, sumindo no ar. O tom cinza pressagia um final funesto. Os raios começam a cintilar ao longe, chegando até mim o cheiro de terra molhada. Terra que se revolta no seu ser, lutando, batalhando por água. Brrr Brooomm!! o som trepidante ecoa por quilómetros. Pequenos animais fogem, escondendo-se, tentando abrigar-se do que está para chegar. Os pássaros voam voos rasantes, descoordenados pelo céu cada vez mais negro. As árvores, com os seus ramos, dançam apaixonadamente com o vento, que se vai tornando cada vez mais veloz, mais forte, mais intenso. Pequenas gotas começam por cair ao longe, pouco a pouco vão chegando até mim. O seu cheiro impregna-se no meu corpo, no meu ser, na minha alma. Perto, cada vez mais perto. Cintilam raios pelo negro céu. Raios que possantemente trespassam a terra que os tenta suster. O gotejar depressa passa a uma queda de água ensurdecedora. A janela entreabre-se ferozmente deixando o meu olhar presenciar a mais bela paisagem, dançando com o vento as árvores oscilam formando um bailado único, das mais negras nuvens a chuva cai intensamente e o céu cortado por raios luminosos. Bem no alto presenciando tudo, a lua começa a alongar o seu brilho por entre as nuvens. Encostada à janela, sorrio.

Quase....quase férias!

Já comecei tantas vezes este post e apaguei que daqui a pouco estou a receber um aviso do administrador do blog a ver se me despacho. "Miúda indecisa!" Estamos em Agosto, não é? É verão, não é? Então porque raio o manto outonal já marca presença? Em contagem decrescente para as merecidas férias. Mas só amanhã é que começo a contar, pois ainda me espera um dia de trabalho. Sábados em viagem pelo distrito, tanto posso ficar a 20km como a 80km de casa. Isto hoje não dá para mais.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Gosto de escrever

O olhar passa vezes sem conta sobre o teclado e por momentos "sai" pela janela tentando encontrar algo, alguém. Os dedos agitam-se num compasso apressado sobre o tampo da mesa. A madrugada brindou o meu ser com mágica bruma envolvendo a cidade. Não me recordo de um ano em que a bruma estivesse tão presente como este, ou então, dei mais vezes por ela. Gosto da bruma, gosto dos dias chuvosos, gosto do frio. Ah e gosto de escrever! Gosto de juntar letras, enredar palavras soltas e deixar as frases sobrevoar a minha mente até que as consiga passar para o papel. Gosto de ver a tinta preta, azul preencher o espaço branco, uma página, duas, três. Mas nem sempre é assim. Há dias, noites, em que nada sai. As letras sorriem ao fugir por entre folhas repletas de palavras repetidas. Vejo, releio breves apontamentos dos dias mais iluminados e aí sei que a inspiração virá!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Já não há canções de Amor?

"Já não há canções de Amor?" Como resposta ao desafio do blog "cronicasontherocks.blogspot.com/‎" aqui fica o meu devaneio. As doze badaladas tinham soado a alguns segundos, a boca cheia de passas de uva e o pensamento em hora de ponta com os desejos todos amontoados em grande confusão "1º saúde, 2º passar de ano, 3º um namorado, 4º um namorado.." e até ao 12º o namorado foi o pedido mais requisitado. As amigas já todas namoravam ou tinham um namorado, e ela, nem sabia o sabor, o desejo de um beijo. As estórias românticas eram as suas preferidas, e há noite, já deitada, era com príncipes, samurais, anjos que sonhava. Nas rádios da altura, passava o último albúm dos Scorpions "Crazy World" curiosamente lançado no dia do seu aniversário. "Send me an angel" passou a música preferida na altura. Os dias continuavam frios, chuvosos. Por vezes a amiga que lá ia a casa, brincar com a irmã, perguntava-lhe se não queria sair. "Sair com aquele tempo? Nem pensar!" Aborreceu-a sempre com a mesma conversa e lá combinaram ir beber café sexta à noite. Não sendo vaidosa, quando a noite se aproximou começou por ficar nervosa por não saber o que vestir. A amiga tinha-lhe confidenciado que tinha combinado encontrar-se com uns rapazes da rua. "Seria tarde demais para recusar o convite?". Ocupava este pensamento o seu íntimo, quando no rádio a música voltou a passar. Sorriu para o espelho e decidiu que iria conhecer rapazes. Os poucos metros entre a sua casa e o café foram passados com a tagarela da amiga a falar dos rapazes, em especial um rapaz. Ela gostava dele e quem sabe não começaria o namorico naquela mesma noite. Por momentos deixou de a ouvir. Só queria beber o café, fumar o seu cigarro, conhecer os rapazes e nunca mais sair com eles. Uma noite não ia fazer mal nenhum. Recordou-se do seu quarto, os posters colados pela parede, a sua música, os poucos livros e o caderno onde gostava de escrever. Antes de chegar à porta, a amiga olhou para ela e acenando com a cabeça, sorriu e indicou-lhe o caminho a seguir. Ao fundo do extenso corredor, encontrava-se o café. Mas naquele momento as paredes podiam desabar, o chão abrir fendas, que nada a iria fazer parar. O seu olhar encontrou outro olhar e ..." um dia será o pai dos meus filhos..." este pensamento chegou até si. "Vês, vês aquele rapaz ali, é dele que te falava." O coração parou de bater, as pernas tremiam, a cabeça parecia que ia andar à roda. "Não pode ser! Aquele não!". Depois das apresentações a curiosidade inicial sobre a sua pessoa, depressa passou. "Graças a Deus!" A noite passou normalmente e de vez enquando o olhar recaía sobre o rapaz de quem a amiga gostava. "Não pode ser, ela é tua amiga e chegou primeiro". Quando a noite acabou e se despediram, o beijo ficou gravado na sua face, o cheiro no seu ser, a imagem na sua alma. Nessa noite, já deitada, enrolada nos cobertores, ouviu a música uma vez mais e chorou. Chorou por ter perdido o seu Anjo. Passado 22 anos, o Anjo já não é tão anjo assim, tem cabelos brancos, engordou, é pai de dois filhos e vive cá em casa, eheheh

Estranhos

Olhava fixamente os olhos castanhos que estavam à minha frente. Um olhar castanho, cor de mel que me hipnotizava. Através deles encontrei uma alma solitária. Através dele revi a minha vida, presenciei o meu nascimento e todos os bons e maus momentos. Nada fazia sentido, nada fez sentido até agora, até aquele preciso momento. Frente a frente, os nossos corpos transmitiam entre si uma conexão invisível. Sentia a tua respiração bem perto, perto demais para um estranho. Serias um estranho?

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Outros Verões

Ainda sinto o cheiro entre o acre e o doce das margaridas ou malmequeres. Não sei muito bem como definir o seu odor. Os dias de verão eram passados a correr pelos campos, com flores a enfeitar os cabelos que se iam perdendo pelos constantes pulos. Não havia a "variante" nem os prédios na encosta. Começava a correr cá no cimo, perto do adro da igreja, acabando alguns metros abaixo, perto da casa abandonada, que ainda hoje lá está. Quando por ali corria, não tinha medo de cair, não tinha medo de me perder, não tinha medo dos animais que por ali pastavam ou mesmo aqueles que não via, mas que por ali andavam a ver de comida ou simplesmente passear como eu. Sentia o ar quente, sufocante bater no meu corpo, escaldando-o. Sentia a blusa, os calções colarem-se ao meu corpo, como se a transpiração fosse cola. O cabelo desalinhado voava ao sabor da corrida alguns dias, noutros ao sabor do pouco vento. Nos dias em que o vento Suão chegava, esses sim é que eram dias de grande calor, sufocante. Por vezes, parava a meio do caminho. Deitava-me no chão em cima das ervas amarelecidas pelo tempo seco, e rebolava, rebolava, até ficar enjoada. É que só me lembrava que ficaria enjoada, já depois de algumas voltas dadas. Quando assim era, regressava a casa com dificuldade, ter que subir aquela ribanceira que na altura me parecia enorme, mal disposta, com vontade de vomitar nao era das coisas mais agradáveis. Sempre tive medo da casa abandonada. Imaginava fantasmas que por ali deambulariam, acorrentados aos pilares da casa. Imaginava que fantasmagoricamente nos tentavam atrair até lá e que nunca mais de lá sairíamos. Imaginava que nas noites de inverno, geladas, chuvosas, com nevoeiro, pudessem sair, "voar" pela cidade, espreitando às janelas, assustando quem os visse, divertindo-os. Hoje gostaria de correr novamente como naquela altura. Ser livre!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

***** = códigos a mais!

Números e mais números, assim se resume o meu dia a dia de labuta. Códigos de entrada no computador + códigos dos dois programas em que trabalho + código do e-mail do serviço + código do e-mail particular + código + código = mais de 20 combinações numéricas em que mexo todos os dias. E logo eu que não gosto de números e sempre fugi deles, e acho que eles também fugiam de mim. Nunca fui boa aluna a matemática, embora no 9º ano tenha feito os testes de aptidão profissional os quais como resultado deram que tinha aptidão para números. Desconfiei logo desse resultado, como é que uma aluna com nota negativa a matemática, a sua aptidão profissional poderia passar pelos números??! Mas digo-vos que estava enganada. E descobri como?? Quando entrei no ensino superior já com 35 anos. Esbarrou comigo uma disciplina com muitos números. Pensei logo "Estou f.....!". Não, não é o que pensam! O que pensei foi "Estou FELIZZ!" eheheh. Venha lá a Contabilidade e seja o que Deus quiser. Como trabalhadora-estudante a presença nas aulas eram poucas e andava sempre a ver de colegas para me emprestarem os apontamentos. Não me ia safar! Mas para grande surpresa minha e nem eu sei como fui fazendo as frequências e a nota que começou num singelo 12 foram sempre subindo até chegar ao 18,5. Afinal sabia contar!!! E afinal o teste de aptidão sempre estava certo, eu e os números em paixão avassaladora. Mas a minha grande paixão, o meu grande amor são sem dúvida as letras. Gosto de me envolver no seu emaranhado, tecer uma palavra aqui, uma frase ali.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O senhor é "Escritor"?

Prometi a mim mesma que não iria escrever, dizer, comentar nada sobre uma reportagem que li, mas não aguentei. Fiquei tão triste com um senhor que é (?) escritor, que figura no 35º lugar no ranking de "escritor bestseller do 'The New York Times'", vendeu cerca de 985 mil livros no mundo e está editado em 33 países - segundo dados fornecidos pelo próprio. Na revista "Tentações" (segunda revista da Sábado)de 14 a 20 de Março, da página 30 à 32 está a entrevista feita ao sr. Luís Miguel Rocha autor de entre outros de "A Filha do Papa". Começo por dizer que nunca li nada do senhor, nem sabia quem era até ler a entrevista e acrescento que também não mereceu da minha parte investigação por saber algo mais sobre si. O meu "mestrado" em informática não me ensinou como colocar aqui a entrevista, mas se alguém me quiser ajudar agradeço. Pelo menos para ler e ficar com a vossa opinião. Gosto de brincar um pouco com as letras e palavras, umas vezes com mais inspiração, outras menos. Não me considero, nem de longe, uma escritora. Mas gente que se intitula de "escritor" dar a entrevista que deu, é muito triste.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Gosto de livros

Desde que me lembro, os livros (meus ou emprestados) sempre fizeram parte da minha vida. Mesmo quando ainda não sabia ler, pegava nos poucos livros que haviam por casa e fingia. Inventava estórias, muitas vezes a olhar para a capa do dito livro ou para alguma gravura no seu interior. A biblioteca da minha cidade foi como uma segunda casa para mim, principalmente na altura das férias escolares. Hoje tenho pena de não conseguir por lá passar. Gosto muito de ler. Livros, revistas, jornais. Tudo quanto seja um conjunto de letras mexido e remexido num qualquer papel, mais vistoso ou rugoso, lá estou eu a colocar o meus olhos castanhos escuros em cima. Olhos curiosos! Gosto do cheiro de um livro novo, folheá-lo, sentir a textura as folhas intactas, o contacto com a minha pele. Gosto do cheiro de um livro antigo, a aspereza das folhas amarelecidas pelo tempo, pelo uso. Gosto de livros! Gostava de estar rodeada por livros, olhá-los, folheá-los, senti-los. Por onde quer que olhasse, ver livros, livros e mais livros.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

2 de Agosto - Dia de Memória do Holocausto dos Ciganos "Porrajmos"

Em 1944 a Segunda Guerra Mundial já tinha feito milhares de vítimas. Entre Judeus, prisioneiros políticos, criminosos, homossexuais, soldados soviéticos (prisioneiros) e muitos ciganos sucumbiram nas mãos alemãs. Em 1933 quando os nazis chegaram ao poder, a maioria dos ciganos já estava registrada e identificada, existindo já políticas anti-ciganas. Por essa altura, biólogos alemães tentaram descobrir quais as características da raça cigana, já que na maioria dos casos era impossível distinguir os ciganos do resto da população alemã. "Z" ou "Zigeuner" ou "cigano puro" = indivíduo com três ou quatro avós "verdadeiros ciganos"; "ZM+" ou mestiço em 1ºgrau = < de três avós "verdadeiros ciganos"; "ZM-" ou mestiço em 2ºgrau = tem pelo menos dois avós "ciganos-mestiços"; avó ou avô "verdadeiro cigano" = cigano Critérios nada científicos que levaram milhares a ser candidatos à esterilização em campos de concentração e posteriormente ao extermínio. Quase todos os romani de Auschwitz foram mortos em câmaras de gás. Alguns trabalharam até morrer de cansaço ou foram vítimas de fome e doenças. Na noite de 2 de Agosto de 1944 o "campo-cigano" de Auschwitz-Birkenau fechou! Cerca de 3000 romanis, entre homens, mulheres, velhos e crianças foram mortos na câmara de gás. Estima-se que 250 a 500 mil ciganos foram assassinados pelos nazis. Nunca se conheceu um número exacto, mas hoje sabe-se que não foram só os judeus as únicas vítimas de perseguição racista. Contudo o Holocausto Cigano continua a ser ignorado ou esquecido, ou como algo que nunca aconteceu. As indemnizações nunca chegaram. A dor, o medo, os "fantasmas" dos pouco sobreviventes continua presente por várias gerações. Nunca nenhum cigano foi convocado ou aceite para depor ou denunciar no famoso Tribunal de Nuremberga, como aconteceu com muitos judeus. Ainda hoje o Holocausto Cigano é pouco conhecido do grande público. Muitos ciganos continuam a ser discriminados. Agradeço hoje e para sempre a "AMSKBrasil", e principalmente ao blogue "Cozinha dos Vurdosn" tudo o que me tem ensinado e ajudado a derrubar algumas barreiras. Peguei a luta a meio, mas acompanho passo a passo, de braço dado as minhas Princesas Cozinheiras. Nais Tukê!!