sábado, 28 de dezembro de 2013

Invernoso

Os últimos dias têm passado lentamente, mais lento que o normal do dia a dia. O vento pára, pelo ar as folhas ficam suspensas, entre um sopro e outro. As gotículas caem frias no rosto que enregela a cada toque molhado. Quanto tempo terei andado, quantas horas, quantos dias? Pelo chão o manto outonal amontoa-se, beijando os meus pés a cada passo dado. A ramagem despida, chicoteia o meu corpo a cada passagem, marcando-o por todos os erros do passado, por cada escolha, por cada incerteza. Chegou o Inverno...

domingo, 10 de novembro de 2013

Orgulhosamente GLORIOSA!!!

Orgulhosamente Benfiquista e, desculpem lá os sportinguistas, mas este fim de semana o jogo foi nosso e por duas vezes; Taça de Portugal e no Futsal.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

39

O dia amanheceu com um sol radioso, temperatura amena para a época. Não era assim que sonhava o amanhecer hoje. Queria a bruma envolvendo a cidade, a cor cinza inundando os céus. E não é que pedi tanto, que as preces foram ouvidas? Já que hoje é dia de festa, dia de anos, ao menos que seja um dia como os que gosto. Gosto de ter a idade que tenho. Sorrio ao pensar que estou a ficar quase uma quarentinha toda jeitosa, eheheheh.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Enfeitiçada

Imagem retirada da net

Ténue é a linha que nos separa
Linha da vida e morte
Uns dias em desgraça
Outros de pouca sorte

Procuro um feitiço que me prenda
Eternamente ao teu ser
Eternamente em teus braços
E contigo renascer

Pelo mundo divago sozinha 
Na esperança que me encontres
Alumio a minha presença
Beberico em todas as fontes

Feitiço ou enfeitiçada
Nos teus braços me perder
Pensar em ti durante o dia
Ao teu lado adormecer

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Feliz Aniversário, Orquídea!

Imagem retirada da net

Mais um ano, mais um aniversário, pelos vistos o 4º.
Tantos sonhos, tantos desejos, tantas alegrias, tantas tristezas, tanto de mim, tanto da minha alma, do meu ser em muitos dos post's aqui escritos. 
Umas vezes mais assídua, outras mais distante, mas sempre com o pensamento aqui.
Gosto da minha casa e o que tenho feito com ela. O meu projecto!
Nada disto seria possível sem vocês, os que me seguem, os que vêm às vezes e mesmo os que vêm sem querer.
Parar? Nunca!
A escrita é a minha vida!
Por mais quatro ou quarenta, não sei! Apenas sei que agora estou aqui e quero continuar.
  

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Monotonias

Imagem retirada da net 

Mais uma noite mal dormida. A que agora termina deixou marcas profundas no corpo já cansado.
Refugio o meu ser pelos labirintos nocturnos que enaltecem a minha alma.
É pela noite dentro, na solidão do meu quarto, no refúgio que me aconchega, que liberto toda a minha essência. Desmascaro os meus desejos, os meus sonhos, a minha paixão.
Encontro uma manhã negra onde as nuvens despejam com toda a fúria, por momentos, as pequenas partículas suspensas na atmosfera.
Percorro as ruas desertas, onde o guarda-chuva é o meu abrigo. Por cada rua que passo, por cada porta, por cada janela, recordo os sorrisos, as faces que lá habitam ou que já habitaram. Faces que me têm marcado ao longo da minha vida.
Chego ao meu destino, ao sítio onde passo os meus dias, onde o meu corpo, o meu ser se limita a ser um mero objecto de trabalho.
Pela secretária acumulam-se resmas de documentos de um lado e do outro, sempre a mesma monotonia!
Quero fugir!
Quero correr!
O meu olhar desliza até à janela que se encontra aberta, deixando a aragem outonal entrar. Lá fora a chuva continua a marcar presença.
Lentamente a minha alma abandona o meu corpo, correndo para longe. Sinto a chuva molhar o meu rosto, sinto a aragem fresca da manhã. Vejo o verdejante manto que cobre as terras, as árvores que se despem a cada rabanada de vento, o riacho que corre mais forte após as primeiras chuvas. Ao longe, as vacas na sua monotonia.
O céu cinzento contrasta com o verde, os castanhos, os rubros, os vermelhos outonais. Uma paisagem magnífica.
Sorrio a cada passada dada, por cada músculo do meu corpo que se movimenta ora mais aparessado, ora mais lentamente.
As gotas que molham o meu rosto, começam a cair mais forte, acordando-me do pequeno sonho. A minha face encostada à janela, observa a paisagem lá fora. Era uma sonho!
Ajeito os óculos e dirigo-me para a papelada, embrenhando-me no trabalho. Uma folha, e outra, e outra até ao final do dia. 
Fisicamente aqui, fechado entre quatro paredes, mentalmente lá fora, correndo livremente pelo manto outonal.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Batimentos

Imagem retirada da net

Naquele tempo era o centro das atenções de toda a gente de casa, a sala onde era rei e senhor tinha sido decorada com o intuito de me proporcionar destaque supremo.
No dia da minha chegada houve um grande banquete de apresentação. Por mim deslizaram dezenas de dedos, uns mais delicados que outros, uns mais suaves. Os vestidos que roçavam pelos meus pés. Tanto cuidado,tanta atenção. Ao longe uns olhos curiosos. Aquele olhar não me largou desde a chegada. Quem será? Porque não me teria vindo tocar?
Silêncio. Nenhum som a não ser o vento lá fora, as folhas que dançavam, deslizando, voando numa tarde de Outono. Os dedos passam suavemente por todas as teclas, todas as 85 teclas recebem um pequeno toque como se de um acordar se tratasse. Todos os "dó", "ré", "mi", "fá", "sol", "lá", "si", entrelaçam-se entre os sustenidos e bemóis, vibrando cada corda no seu som. Sorrateiramente, o menino do olhar foi-se chegando. Um dia, quando não estava ninguém na sala, senti o seu toque. Os olhos sorriam a cada contacto. Mãos suaves, dedos pequenos, magros, mãos de anjo que me acariciavam delicadamente a cauda,as teclas. Momento mágico, único, só nosso. Durante anos, as visitas tornaram-se mais assíduas. Momentos íntimos, só nossos! Aos poucos, as mãos foram-se tornando maiores, mãos de homem, mas o toque continuava angelical. As flores que brotavam na primavera, o mar amarelo das searas no verão, as folhas caindo no outono, e a chuva intensa no inverno, não igualavam os nossos momentos dentro daquela sala. Alguns anos depois as visitas foram rareando. Pouco a pouco fui deixado ao abandono. A sala já não era arajada todos os dias, nenhuma companhia, nenhum dedos acariciando as teclas, passando suavemente por todo o meu ser, pela minha alma musical. Certo dia, um dia cinzento, chuvoso, ele voltou para mim. As mãos que me tocaram estavam rugosas, ásperas, a sua agilidade lenta. Pequenas gotas caíam por cima das teclas. Não era a chuva que teimava em cair fortemente lá fora, eram lágrimas, lágrimas de compaixão, de saudade, de dor. Lentamente, o corpo desfaleceu e tombou por cima das teclas. Recordei o suave contacto do primeiro dia, o toque das mãos de anjo que me tocaram tantos e tantos anos. A vida é feita de lembranças, e hoje, aqui, nesta sala onde as janelas por vezes estão fechadas, onde os sorrisos e o toque musical rareia, onde as estações passam devagar demais, fechei "os olhos" e recordei as mãos de anjo que por mim passaram e me marcaram.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Novidades regionais

E como uma novidade nunca vem só, cá vamos então!
Lembram-se da revista Plátano? A revista cá da minha terra, na qual participei com um conto? Sim?!
Lembram-se da entrevista que o Jornal cá da terra fez à minha singela pessoa? Sim?!
No final da entrevista estava um convite que resolvi aceitar. Uma colaboração com o jornal.
Pensei, pensei, pensei, no que poderia fazer pois não sou jornalista, e a colaboração tinha que ter algo escrito por mim, as minhas estórias, senão não fazia sentido.
Depois de muito pensar e do cheiro a fusível queimado, apresentei uma proposta que foi imediatamente aceite, o que me deixou feliz. Não posso ainda escrever sobre o assunto, mas está a dar-me muito prazer as investigações que já comecei a fazer.
Será depois aqui publicado o que irá sair no jornal. Não me esqueço dos meus primeiros leitores e muitos de vós, grandes impulsionadores da minha escrita.
Isto tudo para dizer que, por vezes irá passar algum tempo sem que aqui venha, mas não vos esqueço.
Até porque o Outono está a chegar e nunca se sabe de onde pode surgir a inspiração...



sábado, 12 de outubro de 2013

Momentos

Queria vir aqui mais vezes.
Queria poder dar asas à imaginação, e mesmo por pouco tempo, extravasar tudo o que capto nestas minhas viagens interiores. Pequenos nadas que muito me engrandecem.
É sempre bom regressar e encontrar a "minha Casa" tal e qual do jeito que a deixei.
O tempo fresco está a regressar e com ele, a manta pelas pernas no final da tarde, a chávena de chá, o casaco apertado. O cinza no céu, faz-me sorrir! A lua na fase certa! É fechar os olhos e deixar-me embalar.
Subitamente é um corropio de pensamentos, frases, momentos, paisagens tudo que aparece do nada, tentando passar e ultrapassar-se uns aos outros, como se fosse uma corrida, para saber qual o primeiro a chegar até mim.
Quando os olhos se abrem, o pensamento por vezes está um pouco confuso. Por vezes tento registar algum momento, frase, paisagem. Outras vezes vai-se sumindo tudo à medida que fico mais desperta.
Lá fora o vento sopra suavemente, fresco. O céu está negro. Ninguém na rua. Uma mágica noite de início de Outono, com tempo de Outono.
Vou dormir, pois uma das ideias apressadas da sesta, anda aqui às voltas, às voltas. Teima em sair a qualquer custo! 
Recosto-me suavemente, os olhos fecham-se devagar..............

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

José Luís Peixoto - assaltado e agredido em Bissau

O escritor português José Luís Peixoto foi assaltado e agredido numa das ruas de Bissau, capital da Guiné-Bissau, ao princípio da noite de domingo, contou à agência Lusa o autor, que sofreu um ferimento ligeiro no rosto. José Luís Peixoto encontra-se no país pela primeira vez, para participar em actividades literárias promovidas até sábado por uma associação cultural. O escritor foi abordado por um grupo de pessoas perto do local onde está alojado, no Bairro da Cooperação Portuguesa, à entrada de Bissau. Na altura, regressava a casa, a pé, depois de ter visitado o Mercado do Bandim, a maior área com bancas e comerciantes de rua da capital guineense. “Levaram-me o telemóvel que trazia na mão e tentaram tirar-me a carteira”, contou à agência Lusa. A carteira não saiu do bolso das calças, mas o escritor não evitou ser agredido com um murro na face, que lhe deixou uma cicatriz no nariz. Os agressores fugiram e o incidente foi hoje relatado à polícia local, referiu José Luís Peixoto. O escritor não tem esperança em recuperar o telemóvel e disse encarar a situação como um caso isolado. José Luís Peixoto foi vencedor do prémio literário José Saramago em 2001 e vencedor do prémio da Sociedade Portuguesa de Autores 2012, na categoria de poesia. (Agência Lusa) Um infeliz incidente! E logo ele que na sua página oficial do facebook foi publicitando esta visita e as várias actividades que ia desenvolver naquele país. Só lhe posso desejar as melhoras e que daqui a uns meses possamos ler este incidente contado como só ele sabe, enrolando-nos na sua fabulosa escrita.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Folhas...brancas

Observo a minha mão que segura uma caneta repousando sobre uma folha branca. Tão diferente da mão que pegava num lápis e fingia que escrevia estórias, enquanto a imaginação flutuava. Sonhava que um dia iria ter uma caneta como a do avô, ou mesmo até como a do senhor da mercearia. O desenho formado pelos meus dedos, finos, apoiados na folha branca, o polegar e o indicador segurando a caneta, era das mais belas pinturas que os meus olhos viam. Sonhava que iria ter uma lilás, como se isso fosse possível na altura, ou então uma pena preta e uma caixinha com tinta. Isso é que era! Um dia experimentei escrever com uma pena do galo que foi o jantar no dia antes e a graxa dos sapatos do avô. Não correu bem, mas naquele momento senti-me uma verdadeira escritora. Por vezes, quando a imaginação anda mais desvanecida, pego numa caneta e uma folha branca e lá deixo a mão repousar. Olho-a com o mesmo olhar infantil, aguardando. Por vezes, nem que seja uma simples frase, pequena, é escrita com tanta paixão. Lentamente a mão desliza de um lado para o outro, deixando atrás de si um rasto de letras, palavras, frases onde o sentimento de amor, paixão fica marcado. Não há paixão maior que escrever numa folha branca com uma caneta, como está a acontecer neste momento, e em quase todos os momentos da minha escrita, que começou com a observação da minha mão, de caneta em punho, repousada numa folha branca...

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Olhares

Uma vez mais a cortina é fechada ao final do dia. É ali, que o meu olhar se despede de ti. Hoje fiquei mais um pouco contemplando o teu ser, a tua beleza. Sorrio, tentando imaginar o dia em que terei coragem de falar contigo, de ouvir a tua voz não a falar para outros, a tua voz a falar para mim, o teu olhar ver somente o meu, o teu sorriso ser somente para mim. Invisível. Toda a vida invisível num mundo repleto de gente. Todos os olhares, sorrisos, vozes atiradas contra mim. Quantas vezes passámos lado a lado, entrámos ao mesmo tempo pela mesma porta, e o meu coração batia tão forte que dava por mim a pensar que toda a gente o conseguiria ouvir bater, o rubor inundava a minha face, e tu, simplesmente passavas e nem me vias. É daqui, desta janela, escondida pela vegetação que o arco íris ilumina todos os meus dias. Quando chegas e colocas a pasta em cima da secretária, o casaco despido meio sem jeito e arrumado no bengaleiro; olhas em redor pela sala, até o olhar ficar preso na janela observando a mesma paisagem que eu; o dedo que carrega no play do computador; as moedas tiradas do bolso das calças para o café. Diriges-te para a porta e sais, deixando a sala de novo vazia, mas tão presente com o teu ser. Algum tempo depois volto a olhar e já te encontras sentado por vezes a escrever no computador, outras organizando documentação que te é solicitada. São poucas as vezes que olhas de novo cá para fora. Outras vezes tens reuniões infindáveis, com gente que muitas vezes deves achar aborrecidas, pois são tantas as vezes que olhas para o "nosso" jardim. É deste lado de cá que tanta vez falo contigo e imagino que também tu, falas comigo. Diálogos de palavras, frases, entoações que só nós entendemos. Lá fora, o Outono tem anunciado a sua chegada. O vento sopra forte, as nuvens vão escurecendo o céu, fazendo com que pequenas gotas saltitem por aqui e por ali, lavando o manto florestal, deixando o pequeno jardim ainda mais bonito. Olho para o céu e sorrio, uma noite de chuva. Fabuloso! Quando o olhar desce, encontra a tua sala escura, vazia. A beleza do Outono distraiu-me e hoje não me despedi de ti. A cortina desliza escurecendo a minha sala. Amanhã é um novo dia. Pego no casaco e percorro os vários corredores até à porta de saída. Pelo caminho o meu ser vagueia, pensando em ti, entristecendo-me. O olhar cabisbaixo, envergonhado segue o percurso rotineiro. Na mão as chaves de tanto telintar, escorregam e acabam por cair ao chão. Baixo-me um pouco para as apanhar, mas antes de mim, já outras mãos as apanharam. O olhar percorre o corpo que se encontra à minha frente, até encontrar a face e ali estás tu, sorrindo para mim. Nada consigo fazer ou dizer a não ser olhar. O teu rosto passa perto do meu, e os teus lábios sussuram ao meu ouvido "Até amanhã musa do meu jardim" e vais embora. Na manhã seguinte, ao correr a cortina, encontro um bilhete preso na janela. " Bom dia. Não te escondas mais atrás da janela". O meu olhar percorre o pequeno jardim até encontrar um olhar, um sorriso do outro lado, atrás do vidro.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Notícias!!!

A foto diz tudo!!
A Carlota está na capa!

domingo, 29 de setembro de 2013

Reeditado. Um dos primeiros poemas

Chegou em silêncio
Altiva e bom porte
Transforma tudo o que toca
Em desgraça e em morte

Transfigura-se em mil pessoas
Bela, sedutora e sarcástica
Eleva os braços além do tempo
A sua plenitude é mágica

Quem será que me atormenta
Com aspecto tão divino?
O meu corpo transforma-se
Que pensamento maligno

O fogo é o seu alimento
As cinzas a sua força
Transforma a vida num inferno
Oxalá ninguém nos ouça

Gritar não vale de nada
A sua presença é-nos imposta
Não vale a pena lutar
Por fim sossega. E depois cai morta!

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Último brilho



O toque do telefone despertou-me de um sono profundo, sendo complicado distinguir entre o sonho e a realidade.
- Menina Matilde Lousada?
- Sim, sim sou eu. – a minha voz soou um pouco assustada.
- Fala o agente Pereira. Encontrámos a sua avó perto do ribeiro, de novo! – o tom de voz agravou-se na parte final da frase, fazendo-me temer o que diria a seguir. – Já é a quinta vez este mês. Se não tem condições, temos que…
- Vou já buscá-la!
Vesti a primeira camisola e par de calças que encontrei na roupa ainda por passar. Os turnos no hospital eram cada vez mais puxados e a casa de repouso onde ia fazer umas horas estavam a deixar-me cansada, esgotada. E depois havia a avó Juliana. Nos primeiros tempos que ficámos só as duas, tinha sida uma grande ajuda, o meu pilar, mas os últimos meses após a morte do avô tornaram-se complicados. Ao início eram as chaves esquecidas, o fogão ligado, esquecer-se de comer, mesmo até de tomar banho, até que os períodos de ausência começaram a ser cada vez mais longos. Não podia deixá-la num qualquer lar, era tudo o que tinha, tudo o que podia chamar de família.
Durante o caminho só pensei em qual seria o fascínio da minha avó por este ribeiro.
- Avó! De novo? Sou eu a Matilde.
- Minha senhora, estou à espera do meu amor. Marcámos um encontro aqui.
- Sim, sim, mas ele hoje não pode vir.
- Não pode? Mas ele disse que vinha!
- Ligou-me a dizer que tem que ficar para amanhã. Podemos ir embora, agora?
- Sim senhora pode ser.
Enquanto nos encaminhávamos para o carro, o agente Pereira veio ter connosco.
- Menina Matilde, temos que tomar providências.
- Eu sei senhor agente, mas não posso ficar sem a avó, ela é tudo o que tenho.
- Mas ela sozinha em casa também não pode ficar. Ou reduz o ritmo de trabalho ou encontra alguém para ficar com ela. – soou quase como uma obrigação, o que me deixou assustada.
- Eu sei. Obrigado pelo telefonema, e por favor não faça nenhuma participação, senão terei a visita da Assistente Social de novo.
- Fique descansada. Falei com o meu camarada e desta vez não haverá participação.
- Obrigado!
- Boa viagem!
Depois de sentar a avó, contornei o carro para me sentar quando senti que o agente Pereira me observava. Das poucas vezes que tínhamos falado pareceu simpático e bastante prestável, e muito bonito, mas definitivamente paixões era a última coisa que precisava no momento.
Quando me senti longe daquele lugar, segura no meu carro e perto da minha avó, as lágrimas caíam ininterruptamente. Sentia uma dor intensa dentro de mim. Mais uma vez não tinha conseguido tomar conta dela e estava a ficar sem muitas opções de escolha, assustada e com a possibilidade de poder ficar sem ela.
- Avó, tem que parar de fugir!
- Sim minha senhora. Não fugi, vim ter com o meu amor.
- Avó o avô já cá não está. Quando não estou em casa ou estou a descansar tem que ficar em casa.
- Uma menina tão bonita não merece chorar. Mal de amores?
- Avó…- preferi nem continuar a conversa. Sei que não ia dar em nada. Quando assim estava era deixá-la ficar com as suas histórias, com o seu amor e vê-la sorrir. Pelo menos naquele mundo só dela era feliz.

(continua)

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Manto de Outono

A pouco e pouco a aragem fresca vai despertando do ardente sono dos últimos meses.
Pelo chão, as folhas secas vão-se amontoando ao sabor do vento, pequenos montes por aqui e ali, perdidos.
O Outono vai-se anunciando devagar, calmamente.
As manhãs, em que a bruma trespassa pela cidade, brinda o nosso olhar com o mais belo quadro.
É aqui, agora, que o meu ser rejuvenesce, se liberta da opressão em que se encontra.


domingo, 22 de setembro de 2013

Portalegre by night CITY TRAIL - a reportagem

Vamos lá a correr, para não chegar tarde. Dia, hora e sítio combinados.
Já no local combinado, um pouco antes da hora. A 1ª foto do dia. Os companheiros de aventura.
Acreditem, aquele placard tinha um íman! Estão a ver a serra ao fundo? Daqui a nada estamos lá mesmo no cimo, como não sei, mas hei-de lá chegar... a rastejar feita lagartixa. Não, cobra não! O veneno que deito não chega a ser mortal!
Ri-te, ri-te! Mais logo até chamas pela mãe, pelos santos e anjinhos que te consigas lembrar, e pelo caminho inventas alguns...
Já equipada e em andamento. Engraçado que não sei onde esta foto foi tirada. Pipe não é preciso ires a correr, nós vamos na caminhada!
A Natália, o Pipe, a mais gira, e o Duarte, um menino que conheci nessa noite e que foi o meu companheiro durante os 13km, nunca me deixou para trás, ou eu a ele, pois foi-me dito que ele levava as sandes de presunto.
Duarte, tens a certeza que não havia um elevador lá embaixo? Quantos degraus são? 500?1000? Ah são 2000, eu bem sabia que isto era moleza demais. Mas sinceramente não sei quantos são, mais de 100 são de certeza, e largos. Ai, pernocas, pernocas!
Depois da passagem pela igreja da Senhora da Penha, a subida até à cruz. Escuro, muito escuro. Subidas horríveis. A sorte era eu nem ver onde punha os pés e quais seriam os companheiros que rastejariam ao meu lado, eheh
A cereja no topo do bolo, neste caso serra. Não, não estava a chover. Pó, muito pó!
Com a cruz atrás de mim. Sentada num trono de pedra. A vista era magnífica. Não havia por ali muita "guerra dos tronos", era sentar, tirar foto e andar, eheheh.
A chegar de novo à Igreja. Se a subida custou a descida foi pior, e houve um singelo rastejo pelo chão para não cair e rebolar até cá a baixo. Ah e também houve chicoteamento nas pernas e pelos braços, havia quem disesse que era para fazer a depilação.
Água, a companhia ideal. Número 1!
Cunhada (anónima M.) com esta foto ainda nos convidam para ir trabalhar para as minas.
A última subida, finalmente! Ainda faltam o quê, 2km? Sempre a descer, fantástico!
De volta ao ponto de partida! Um grupo um pouco reduzido. Houve desistências pelo caminho, os veteranos da corrida já tinham chegado há muito tempo e alguns já tinham ido embora. Aqui muitos dos caminhantes, para alguns a primeira vez numa actividade desta, como foi o meu caso. Gostei muito. Foi cansativo, foram subidas duras, descidas acrobáticas, uma noite amena, em que houve entreajuda entre pessoas que nunca se tinham visto, incentivos, uma união em prol do desporto e do bem estar. "Os lobos" estão de Parabéns! E quero mais! Em Maio são 23km. Já estou a treinar, e quem sabe nessa altura não irei na fase da corrida, eheheh. Sonhos!!!!

domingo, 15 de setembro de 2013

"Bora" lá participar??

http://acportalegre.com/2013/09/11/20-as-20-portalegre-by-night-city-trail/

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O início da corrida

Dos 49 aos 54 segundos voou por ali uma Orquídea.eheh.

Quase, quase o Outono

Setembro chegou. Os dias ainda continuam quentes a contrastar com as noites cada vez mais frescas. As árvores de folha caduca começaram a perder o verde viçoso, e as primeiras pinceladas amareladas vão surgindo. Pelo chão, o manto já se faz notar. As primeiras chuvas também já apareceram, embora um pouco envergonhadas. Assim se faz notar o meu Amado Outono. Saudades...

Viagens

Agora que as férias já passaram, e a Inspecção também já passou, vamos voltar (mais ou menos) regularmente à blogosfera. O bom de andar em transportes públicos é ficarmos a saber a vida de muita gente na cidade e arredores. Vocês sabiam que há um homem que "põe barriga" nas mulheres??!! Eu cá não quero chegar perto dele. Ando eu a correr todos os dias (novidade das férias), a manter a forma e depois vem um qualquer e põe-me uma barriga?? A "Manela" foi assaltada no túnel dos hipermercados, bateram-lhe, levaram 200€. "como é que ela tinha 200€?". Quer dizer não se importaram que ela tivesse levado uma sova, o importante é como é que ela tinha 200€. Ainda no fim de semana passei no túnel para ir às compras, mas não levava 200€. O "Jaquim" largou a mulher e juntou-se com a "Xica, aquela desenvergonhada do prédio da Jacinta, que se atirava aos homens todos." Ainda bem que não sou homem e nem sei quem é a "Xica". E isto tudo numa viagem de 20 minutos. Agora imaginem numa viagem de 1hora. Há gente que acorda com a corda toda.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A gozar o último dia de férias. Amanhã de volta ao trabalho. Aguarda-me uma inspecção de 3 dias ao serviço. Haja dureza!!!

sábado, 17 de agosto de 2013

Oficialmente de FÉRIAS!!!!

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Tempestades

A porta encontra-se fechada. Sentada na poltrona velha, o meu olhar afasta-se suavemente pela fresta da janela. O tempo lá fora anuncia uma tempestade. O ar sufocante, foi substituído por uma aragem fresca, por vezes gélida. Gélida demais para a época. Aos poucos as nuvens circundam a casa, primeiro flocos de algodão, depois o pincel em tons rosa vai pincelando uma, e mais uma e mais uma, como se o seu toque as fosse desfazendo, sumindo no ar. O tom cinza pressagia um final funesto. Os raios começam a cintilar ao longe, chegando até mim o cheiro de terra molhada. Terra que se revolta no seu ser, lutando, batalhando por água. Brrr Brooomm!! o som trepidante ecoa por quilómetros. Pequenos animais fogem, escondendo-se, tentando abrigar-se do que está para chegar. Os pássaros voam voos rasantes, descoordenados pelo céu cada vez mais negro. As árvores, com os seus ramos, dançam apaixonadamente com o vento, que se vai tornando cada vez mais veloz, mais forte, mais intenso. Pequenas gotas começam por cair ao longe, pouco a pouco vão chegando até mim. O seu cheiro impregna-se no meu corpo, no meu ser, na minha alma. Perto, cada vez mais perto. Cintilam raios pelo negro céu. Raios que possantemente trespassam a terra que os tenta suster. O gotejar depressa passa a uma queda de água ensurdecedora. A janela entreabre-se ferozmente deixando o meu olhar presenciar a mais bela paisagem, dançando com o vento as árvores oscilam formando um bailado único, das mais negras nuvens a chuva cai intensamente e o céu cortado por raios luminosos. Bem no alto presenciando tudo, a lua começa a alongar o seu brilho por entre as nuvens. Encostada à janela, sorrio.

Quase....quase férias!

Já comecei tantas vezes este post e apaguei que daqui a pouco estou a receber um aviso do administrador do blog a ver se me despacho. "Miúda indecisa!" Estamos em Agosto, não é? É verão, não é? Então porque raio o manto outonal já marca presença? Em contagem decrescente para as merecidas férias. Mas só amanhã é que começo a contar, pois ainda me espera um dia de trabalho. Sábados em viagem pelo distrito, tanto posso ficar a 20km como a 80km de casa. Isto hoje não dá para mais.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Gosto de escrever

O olhar passa vezes sem conta sobre o teclado e por momentos "sai" pela janela tentando encontrar algo, alguém. Os dedos agitam-se num compasso apressado sobre o tampo da mesa. A madrugada brindou o meu ser com mágica bruma envolvendo a cidade. Não me recordo de um ano em que a bruma estivesse tão presente como este, ou então, dei mais vezes por ela. Gosto da bruma, gosto dos dias chuvosos, gosto do frio. Ah e gosto de escrever! Gosto de juntar letras, enredar palavras soltas e deixar as frases sobrevoar a minha mente até que as consiga passar para o papel. Gosto de ver a tinta preta, azul preencher o espaço branco, uma página, duas, três. Mas nem sempre é assim. Há dias, noites, em que nada sai. As letras sorriem ao fugir por entre folhas repletas de palavras repetidas. Vejo, releio breves apontamentos dos dias mais iluminados e aí sei que a inspiração virá!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Já não há canções de Amor?

"Já não há canções de Amor?" Como resposta ao desafio do blog "cronicasontherocks.blogspot.com/‎" aqui fica o meu devaneio. As doze badaladas tinham soado a alguns segundos, a boca cheia de passas de uva e o pensamento em hora de ponta com os desejos todos amontoados em grande confusão "1º saúde, 2º passar de ano, 3º um namorado, 4º um namorado.." e até ao 12º o namorado foi o pedido mais requisitado. As amigas já todas namoravam ou tinham um namorado, e ela, nem sabia o sabor, o desejo de um beijo. As estórias românticas eram as suas preferidas, e há noite, já deitada, era com príncipes, samurais, anjos que sonhava. Nas rádios da altura, passava o último albúm dos Scorpions "Crazy World" curiosamente lançado no dia do seu aniversário. "Send me an angel" passou a música preferida na altura. Os dias continuavam frios, chuvosos. Por vezes a amiga que lá ia a casa, brincar com a irmã, perguntava-lhe se não queria sair. "Sair com aquele tempo? Nem pensar!" Aborreceu-a sempre com a mesma conversa e lá combinaram ir beber café sexta à noite. Não sendo vaidosa, quando a noite se aproximou começou por ficar nervosa por não saber o que vestir. A amiga tinha-lhe confidenciado que tinha combinado encontrar-se com uns rapazes da rua. "Seria tarde demais para recusar o convite?". Ocupava este pensamento o seu íntimo, quando no rádio a música voltou a passar. Sorriu para o espelho e decidiu que iria conhecer rapazes. Os poucos metros entre a sua casa e o café foram passados com a tagarela da amiga a falar dos rapazes, em especial um rapaz. Ela gostava dele e quem sabe não começaria o namorico naquela mesma noite. Por momentos deixou de a ouvir. Só queria beber o café, fumar o seu cigarro, conhecer os rapazes e nunca mais sair com eles. Uma noite não ia fazer mal nenhum. Recordou-se do seu quarto, os posters colados pela parede, a sua música, os poucos livros e o caderno onde gostava de escrever. Antes de chegar à porta, a amiga olhou para ela e acenando com a cabeça, sorriu e indicou-lhe o caminho a seguir. Ao fundo do extenso corredor, encontrava-se o café. Mas naquele momento as paredes podiam desabar, o chão abrir fendas, que nada a iria fazer parar. O seu olhar encontrou outro olhar e ..." um dia será o pai dos meus filhos..." este pensamento chegou até si. "Vês, vês aquele rapaz ali, é dele que te falava." O coração parou de bater, as pernas tremiam, a cabeça parecia que ia andar à roda. "Não pode ser! Aquele não!". Depois das apresentações a curiosidade inicial sobre a sua pessoa, depressa passou. "Graças a Deus!" A noite passou normalmente e de vez enquando o olhar recaía sobre o rapaz de quem a amiga gostava. "Não pode ser, ela é tua amiga e chegou primeiro". Quando a noite acabou e se despediram, o beijo ficou gravado na sua face, o cheiro no seu ser, a imagem na sua alma. Nessa noite, já deitada, enrolada nos cobertores, ouviu a música uma vez mais e chorou. Chorou por ter perdido o seu Anjo. Passado 22 anos, o Anjo já não é tão anjo assim, tem cabelos brancos, engordou, é pai de dois filhos e vive cá em casa, eheheh

Estranhos

Olhava fixamente os olhos castanhos que estavam à minha frente. Um olhar castanho, cor de mel que me hipnotizava. Através deles encontrei uma alma solitária. Através dele revi a minha vida, presenciei o meu nascimento e todos os bons e maus momentos. Nada fazia sentido, nada fez sentido até agora, até aquele preciso momento. Frente a frente, os nossos corpos transmitiam entre si uma conexão invisível. Sentia a tua respiração bem perto, perto demais para um estranho. Serias um estranho?

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Outros Verões

Ainda sinto o cheiro entre o acre e o doce das margaridas ou malmequeres. Não sei muito bem como definir o seu odor. Os dias de verão eram passados a correr pelos campos, com flores a enfeitar os cabelos que se iam perdendo pelos constantes pulos. Não havia a "variante" nem os prédios na encosta. Começava a correr cá no cimo, perto do adro da igreja, acabando alguns metros abaixo, perto da casa abandonada, que ainda hoje lá está. Quando por ali corria, não tinha medo de cair, não tinha medo de me perder, não tinha medo dos animais que por ali pastavam ou mesmo aqueles que não via, mas que por ali andavam a ver de comida ou simplesmente passear como eu. Sentia o ar quente, sufocante bater no meu corpo, escaldando-o. Sentia a blusa, os calções colarem-se ao meu corpo, como se a transpiração fosse cola. O cabelo desalinhado voava ao sabor da corrida alguns dias, noutros ao sabor do pouco vento. Nos dias em que o vento Suão chegava, esses sim é que eram dias de grande calor, sufocante. Por vezes, parava a meio do caminho. Deitava-me no chão em cima das ervas amarelecidas pelo tempo seco, e rebolava, rebolava, até ficar enjoada. É que só me lembrava que ficaria enjoada, já depois de algumas voltas dadas. Quando assim era, regressava a casa com dificuldade, ter que subir aquela ribanceira que na altura me parecia enorme, mal disposta, com vontade de vomitar nao era das coisas mais agradáveis. Sempre tive medo da casa abandonada. Imaginava fantasmas que por ali deambulariam, acorrentados aos pilares da casa. Imaginava que fantasmagoricamente nos tentavam atrair até lá e que nunca mais de lá sairíamos. Imaginava que nas noites de inverno, geladas, chuvosas, com nevoeiro, pudessem sair, "voar" pela cidade, espreitando às janelas, assustando quem os visse, divertindo-os. Hoje gostaria de correr novamente como naquela altura. Ser livre!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

***** = códigos a mais!

Números e mais números, assim se resume o meu dia a dia de labuta. Códigos de entrada no computador + códigos dos dois programas em que trabalho + código do e-mail do serviço + código do e-mail particular + código + código = mais de 20 combinações numéricas em que mexo todos os dias. E logo eu que não gosto de números e sempre fugi deles, e acho que eles também fugiam de mim. Nunca fui boa aluna a matemática, embora no 9º ano tenha feito os testes de aptidão profissional os quais como resultado deram que tinha aptidão para números. Desconfiei logo desse resultado, como é que uma aluna com nota negativa a matemática, a sua aptidão profissional poderia passar pelos números??! Mas digo-vos que estava enganada. E descobri como?? Quando entrei no ensino superior já com 35 anos. Esbarrou comigo uma disciplina com muitos números. Pensei logo "Estou f.....!". Não, não é o que pensam! O que pensei foi "Estou FELIZZ!" eheheh. Venha lá a Contabilidade e seja o que Deus quiser. Como trabalhadora-estudante a presença nas aulas eram poucas e andava sempre a ver de colegas para me emprestarem os apontamentos. Não me ia safar! Mas para grande surpresa minha e nem eu sei como fui fazendo as frequências e a nota que começou num singelo 12 foram sempre subindo até chegar ao 18,5. Afinal sabia contar!!! E afinal o teste de aptidão sempre estava certo, eu e os números em paixão avassaladora. Mas a minha grande paixão, o meu grande amor são sem dúvida as letras. Gosto de me envolver no seu emaranhado, tecer uma palavra aqui, uma frase ali.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O senhor é "Escritor"?

Prometi a mim mesma que não iria escrever, dizer, comentar nada sobre uma reportagem que li, mas não aguentei. Fiquei tão triste com um senhor que é (?) escritor, que figura no 35º lugar no ranking de "escritor bestseller do 'The New York Times'", vendeu cerca de 985 mil livros no mundo e está editado em 33 países - segundo dados fornecidos pelo próprio. Na revista "Tentações" (segunda revista da Sábado)de 14 a 20 de Março, da página 30 à 32 está a entrevista feita ao sr. Luís Miguel Rocha autor de entre outros de "A Filha do Papa". Começo por dizer que nunca li nada do senhor, nem sabia quem era até ler a entrevista e acrescento que também não mereceu da minha parte investigação por saber algo mais sobre si. O meu "mestrado" em informática não me ensinou como colocar aqui a entrevista, mas se alguém me quiser ajudar agradeço. Pelo menos para ler e ficar com a vossa opinião. Gosto de brincar um pouco com as letras e palavras, umas vezes com mais inspiração, outras menos. Não me considero, nem de longe, uma escritora. Mas gente que se intitula de "escritor" dar a entrevista que deu, é muito triste.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Gosto de livros

Desde que me lembro, os livros (meus ou emprestados) sempre fizeram parte da minha vida. Mesmo quando ainda não sabia ler, pegava nos poucos livros que haviam por casa e fingia. Inventava estórias, muitas vezes a olhar para a capa do dito livro ou para alguma gravura no seu interior. A biblioteca da minha cidade foi como uma segunda casa para mim, principalmente na altura das férias escolares. Hoje tenho pena de não conseguir por lá passar. Gosto muito de ler. Livros, revistas, jornais. Tudo quanto seja um conjunto de letras mexido e remexido num qualquer papel, mais vistoso ou rugoso, lá estou eu a colocar o meus olhos castanhos escuros em cima. Olhos curiosos! Gosto do cheiro de um livro novo, folheá-lo, sentir a textura as folhas intactas, o contacto com a minha pele. Gosto do cheiro de um livro antigo, a aspereza das folhas amarelecidas pelo tempo, pelo uso. Gosto de livros! Gostava de estar rodeada por livros, olhá-los, folheá-los, senti-los. Por onde quer que olhasse, ver livros, livros e mais livros.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

2 de Agosto - Dia de Memória do Holocausto dos Ciganos "Porrajmos"

Em 1944 a Segunda Guerra Mundial já tinha feito milhares de vítimas. Entre Judeus, prisioneiros políticos, criminosos, homossexuais, soldados soviéticos (prisioneiros) e muitos ciganos sucumbiram nas mãos alemãs. Em 1933 quando os nazis chegaram ao poder, a maioria dos ciganos já estava registrada e identificada, existindo já políticas anti-ciganas. Por essa altura, biólogos alemães tentaram descobrir quais as características da raça cigana, já que na maioria dos casos era impossível distinguir os ciganos do resto da população alemã. "Z" ou "Zigeuner" ou "cigano puro" = indivíduo com três ou quatro avós "verdadeiros ciganos"; "ZM+" ou mestiço em 1ºgrau = < de três avós "verdadeiros ciganos"; "ZM-" ou mestiço em 2ºgrau = tem pelo menos dois avós "ciganos-mestiços"; avó ou avô "verdadeiro cigano" = cigano Critérios nada científicos que levaram milhares a ser candidatos à esterilização em campos de concentração e posteriormente ao extermínio. Quase todos os romani de Auschwitz foram mortos em câmaras de gás. Alguns trabalharam até morrer de cansaço ou foram vítimas de fome e doenças. Na noite de 2 de Agosto de 1944 o "campo-cigano" de Auschwitz-Birkenau fechou! Cerca de 3000 romanis, entre homens, mulheres, velhos e crianças foram mortos na câmara de gás. Estima-se que 250 a 500 mil ciganos foram assassinados pelos nazis. Nunca se conheceu um número exacto, mas hoje sabe-se que não foram só os judeus as únicas vítimas de perseguição racista. Contudo o Holocausto Cigano continua a ser ignorado ou esquecido, ou como algo que nunca aconteceu. As indemnizações nunca chegaram. A dor, o medo, os "fantasmas" dos pouco sobreviventes continua presente por várias gerações. Nunca nenhum cigano foi convocado ou aceite para depor ou denunciar no famoso Tribunal de Nuremberga, como aconteceu com muitos judeus. Ainda hoje o Holocausto Cigano é pouco conhecido do grande público. Muitos ciganos continuam a ser discriminados. Agradeço hoje e para sempre a "AMSKBrasil", e principalmente ao blogue "Cozinha dos Vurdosn" tudo o que me tem ensinado e ajudado a derrubar algumas barreiras. Peguei a luta a meio, mas acompanho passo a passo, de braço dado as minhas Princesas Cozinheiras. Nais Tukê!!

domingo, 28 de julho de 2013

Uma porta encostada

Imagem retirada da net
Quando o crepúsculo nos brindava com a sua chegada, era ali que esperava por ti.
Sentada na poltrona, uns dias lendo um livro, outros olhando o horizonte, ocupada em fazer passar o tempo enquanto esperava por ti.
Tanta vez ali repensei toda a minha vida, toda a nossa vida. Nunca, nunca me arrependi das escolhas feitas e se hoje pudesse voltar atrás não mudava nada.
"-Menina Matilde? Sou o Vicente, o novo motorista. Seus pais estão aguardando por si em casa. - Voltei-me devagar e quando o nosso olhar se encontrou o meu coração parou de bater alguns segundos e perdi os sentidos" - passado tantos anos ainda sorríamos ao recordar o nosso primeiro encontro.
As noites de inverno eram as mais dificeis, mas enroscada, tapada com a manta de lã, de gorro, luvas, botas era ali que esperava, sempre, por ti. A primavera brindava o nosso olhar com um mar infinito de cores, mas era o Outono com a sua paleta de vermelhos, laranjas, castanhos que nos fazia sonhar e acreditar sempre no nosso amor.
"-Matilde, minha belíssima Matilde. - e sentia a tua mão acariciar a minha face, o meu cabelo, enquanto os teus lábios procuravam os meus, e quando se encontravam, deliciavam-se no beijo mais terno, suave, que ainda fazia o meu coração bater forte."
Mesmo quando a guerra chegou, e te vi partir para longe sem saber se um dia voltarias, era naquele pequeno templo das minhas noites, que pensava em ti, sonhava contigo e no meu íntimo, ainda esperava por ti. Esperei, esperei, esperei dias, meses, anos por ti.
A primavera chegou há dias. O mar florido mais uma vez presenteou o nosso canto, como um quadro de Monet. 
As flores estão dispostas pelas jarras, o livro do momento pousado na mesa, a porta encostada esperando a nossa entrada. O quarto minguante brinda-nos com a sua presença. Sento-me na poltrona à tua espera, ainda espero por ti.
Devo ter adormecido, pois a aurora já se faz anunciar. Ouço passos bem perto. Levanto-me, olho em volta mas não vejo ninguém. Seria imaginação? Um sonho? Volto-me e sentado na poltrona estás tu. Voltas-te! Meu Amor, finalmente voltas-te! Corro para ti. Ajoelho-me à tua frente. Não me estás a ver? Estou aqui! Vicente, estou aqui! Pouso a minha mão sobre a tua perna. Nada sinto!
Ajeitas as flores na jarra, um pequeno toque no livro, endireitando-o na mesa. Na mesa ao lado, espreitas a jarra para ver se tem água suficiente, encostas a porta do mesmo jeito que eu encostava. Sentas-te. Olhas para mim e não me vês. "Estou aqui, meu amor!"
Uma lágrima escorre. Encosto a minha mão na tua face, limpando as lágrimas que escorrem. A tua mão vem segurar a minha.
"-Minha bela Matilde, tenho tantas saudades tuas, meu amor. Sinto a tua falta. Porque partis-te tão cedo?"

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Anokas - I "Jared Followill" eheheh



Parabéns aos avós e à minha mãe!!

Continuas tão presente na minha vida, no meu ser.
Recordo quando fazias a barba de manhã e eu ficava a olhar para ti, a sorrir, a ver-te ficar bonito, com a pele macia, e sonhava que um dia quando casasse também gostaria de ver o meu marido a barbear-se.
As tuas mãos delgadas, sarapintadas com sardas como as minhas estão a ficar.
O teu sorriso quando vias a família toda junta.
A tua curiosidade pelos vários aparelhos modernos que iam aparecendo.
Sinto saudades tuas, sinto saudades dos nossos momentos sentados, tapadinhos, cheios de frio (nunca ninguém percebeu o nosso frio), de braços cruzados a ver televisão.
O teu orgulho na mulher que me tornei.
Partis-te cedo demais. Tanto que tínhamos para conversar, sorrir, festejar as vitórias no nosso Glorioso.
Sinto falta do teu cheiro.

Continuas a matriarca que sempre foste e ai de quem te contraria.
Tivemos as nossas zangas (havia alguém que dizia que nos dávamos mal, por temos o feitio igual), as nossas tristezas, as nossas alegrias.
Hoje em dia dizes a mesma conversa várias vezes e eu respondo-te como se a ouvisse a primeira vez.
Gosto de sentir as tuas mãos pequeninas, que um dia já foram bem gordinhas, acariciar as minhas.
Gosto de sentir o cheiro da tua casa.
Gosto de sentir o sabor do teu pão com manteiga e açucar.
Gosto de sentir o teu abraço, e hoje sou eu quem te protege no meu abraço.

Cada um há sua maneira, fez de mim a mulher que sou hoje.
Mais do que meus avós, vocês foram e são os meus pais.
E como um festejo nunca vem só.
PARABÉNS MÃE!!!
Hoje em dia também avó, eheh

Kings of quê??!!

Até hoje deveria ser a única pessoa a nível mundial e talvez em toda a galáxia, a pensar que os Kings of Leon era um grupo de meninos para aí com 60 anos.
Quando vi quem realmente são, fiquei de queixo caído!!
Como me passou este fenómeno ao lado durante este tempo todo?!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Internamento mais querido do mundo

Ainda não contei aqui a aventura do meu internamento.
Para mim hospital, só para trabalhar e já não é mau.
Entro de urgência numa sexta-feira quente, sufocante, mesmo já depois do sol posto.
Porque será que: mulher jovem, com dor de barriga tem quase obrigatoriamente que estar grávida?! Teste de gravidez negativo, à palpação há queixas aquando da palpação na fossa ilíaca direita (zona do apêndice), ecografia pélvica, normal; análises quase normais onde ressalta o valor de PCR (sinal de alguma infecção no organismo) alterado
Como não se chega a nenhuma conclusão (apendicectomia realizada há 15 anos) e como estamos no interior e não há médicos a pontapés, fico em observação e à espera para fazer uma TAC (tomografia axial computorizada) para saber onde realmente é a dor e a infecção.
Acordo (acordam-me todos os dias às 6:20h da manhã) muito nauseada e começa a minha romaria diária, nocturna a caminho da casa de banho (ficámos íntimas amigas - neste tempo que estive internada devo ter sido a pessoa que mais visitas lhe fez).
Informação clínica actualizada, uma infecção na trompa de Falópio à direita. Mas que raio de sítio para ter uma infecção. Cinco dias internada com antibiótico tipo bomba nuclear para a infecção baixar. Resultado, visitas e mais visitas ao wc, nauseada, enjoada e a vomitar tudo o que tinha e o que não tinha, só não saiu foi a porcaria da infecção pela boca.
Passado 15 dias de ter saído e feita nova reavaliação, a infecção ainda cá está, no mesmo sítio, do mesmo tamanho, a rir-se de mim.
Dia 31 vou fazer a análise que vai decidir a minha vida no talho. Ou sai uma barriguinha aberta e salpinge cá para fora, como se de uma cesariana se tratasse ou a salpinge cá fica a viver comigo eternamente como um karma, pior que marido.
Durante este tempo já voltei ao serviço de internamento a matar saudades da minha wc mais querida.

domingo, 21 de julho de 2013

Imagem retirada da net

Mais um amanhecer.
Aqui estou, distante da vida normal, distante de qualquer vida.
Enraizada nesta terra que me consome pouco a pouco, sugando o meu ser, consumindo a minha alma.
Neste lugar cavernoso fiz a minha casa, o meu lar. Despojado de tudo, sentimentos, alegrias, cor.
É aqui, neste mágico lugar onde a bruma me acompanha e envolve com o seu manto humedecido, onde as árvores fantasmagóricas me protegem, as folhas secas servem de leito, que estou em casa.
A ponte que une as duas margens, é percorrida vezes sem conta durante o dia. Por momentos, páro a meio, sustenho a respiração até não poder mais, exalando lentamente, expelindo todo o ar possivel, para inspirar bem fundo o ar bafio envolvente.
Quando o entardecer chega, e os pirilampos se juntam para me iluminar, aguardo. É por este momento que espero.
Hoje não te vi chegar. Apenas senti o teu abraço envolver o meu corpo, sentindo os teus lábios saboreando o meu pescoço. Fechei os olhos e deixei-me levar...

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Letras e números

CA 125.
Estas são as letras e números que irão acompanhar o meu pensamento durante os próximos dias.
Pensamento positivo!!!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Luar roubado

Imagem retirada da net
Brindas a minha noite com os teus raios cor de prata, brilhantes.
É na solidão do meu quarto que todos os desejos, sonhos, se tornam reais.
Deitada sobre a minha cama, o lençol envolve as minhas pernas, deixando o restante corpo desnudo. A noite está quente. O sono teima em chegar.
A mão desliza pela almofada, pelo lugar vazio que se encontra ao meu lado. Fecho os olhos tentando imaginar o teu corpo, o teu cheiro, aqui. Os braços agarram a almofada e deixo os lábios saborear um beijo imaginário...
Suavemente sinto a tua mão deslizar no meu corpo, passando a um toque possante que faz estremecer o meu ser.
Não quero abrir os olhos, quero continuar a sonhar, desejo, quero!
Envolves os meu corpo despido nos teus braços. Sinto o teu corpo quente, ardente, ardendo de paixão.
Saboreio os teus lábios, sentindo o teu beijo ofegante. Estou a sentir!
Não consigo fazer nada a não ser sentir, o teu toque, o teu corpo, o teu beijo, o teu desejo entrar dentro de mim.
Amas o meu corpo, enquanto o luar vai desenhando os nossos corpos envoltos pelas paredes, pelo chão.
É ele que te trás até mim.
O sol entra pela janela, acordando-me. Não quero olhar para o lado e ver a cama vazia. Lentamente a minha mão desliza pelo lençol vazio. Saio da cama, do quarto, deslizando o meu corpo pelo corredor escuro. Subo as estreitas escadas interiores, que me levam até ao sótão. Ao abrir o pequeno alçapão vejo o quarto minguante roubado na noite.
Sendo ele que te trás até mim, agora tenho-te tantas as vezes que desejo.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Estar doente, dói!

Como seria bom chegar, sem nunca ter que partir.

Os últimos dias não têm sido bons. Depois de uma semana internada a perspectiva de operação ainda paira no ar e a dor continua. Aguardemos então até sexta-feira, dia do verídicto final.
Muitas ideias, muitos bilhetes escritos espalhados pela mala, um conto a tomar forma, mas sinto-me em baixo ainda.
Tive miminhos dos amigos, dos daqui, do facebook.
Saudades dos tempos em que conseguia publicar um post todos os dias.
Obrigado a quem me visita.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Parar o tempo

Gentilmente cedida por Dias Miguel

Queira fazer parar o tempo aqui, agora, neste momento para sempre.
Quantas são as noites que espero ansiosa por te conseguir ver, nem que seja lá longe no horizonte, como estás neste momento.
Inundas o céu com os teus cálidos raios, tocando possantemente as nuvens que teimam em atravessar o teu caminho, colocando-se entre nós.
Acordei à pouco sentindo a leve aragem que do teu ser exala enquanto avanço pela estrada solitária que percorro todas as noites.
Por vezes as estrelas saltitam entre si, tentando alegrar o meu mundo. 
Outras vezes, um meteoro mais distraído passa mais perto, deixando um raio de luz atrás de si. É nestas alturas que alguns mortais aproveitam para pedir um desejo, desejo esse que nunca se concretizará, mas que os faz acreditar no momento mágico. Também eu por vezes peço um desejo. O mesmo desejo desde que me conheço."Parar o tempo aqui e agora neste momento, poder avançar e com a minha luz abraçar os teus raios, chegar o mais perto de ti e sentir o teu beijo. Uma única vez!"
Mais uma vez o teu belíssimo crepúsculo presenteia a minha chegada com deleitoso espectáculo.
Envergonhada minguo, chorando lágrimas de prata que voam pelo universo