quinta-feira, 9 de julho de 2020

Quero voltar, a sério que sim...


Nem sei muito bem como começar.
Já passou algum tempo, tempo suficiente para me fazer sentir uma desconhecida nesta "casa" que é minha.
Pequenas peripécias de como "abrir a porta", o redescobrir do manuseamento da "mansão", o medo de estragar alguma coisa, e ao mesmo tempo o sentimento de saudade, o avivar de memórias "esquecidas", os amigos que aqui fiz, os textos de escrevi...tanta, tanta coisa.
Não prometo nada, nem o quero fazer. Quero unicamente deixar fluir os dedos pelas teclas, entrelaçando letras umas atrás de outras e deixar o branco da folha marcado, não com a tinta da caneta (que tanto gosto), mas estas marcas dos tempos actuais.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

É este o caminho

Quero estar certa que este é o caminho válido, aquele pelo qual valeu a pena lutar.
Tenho a certeza que sim. Aqui, estou em casa!
Sinto uma calma, uma paz de espírito, um reencontrar de emoções, afectos que ao longo da minha existência foram-se perdendo por caminhos tortuosos.
Quero encontrar-me com a Carlota que aqui deixou tanto amor, tanto empenho, tanta magia. Ela por vezes bate à porta e quer entrar, mas o receio, o medo, deixam-na ficar encostada a uma porta que se encontra entreaberta, à espera....
Nestes dias, o "Delírios" tem estado em cima da mesa....pode ser que este delírio finalmente, veja a luz do dia. Claro que há muito a fazer, mas quem sabe...
Tanta folha branca à minha frente!
Tanta caneta pronta a ser usada e abusada. Os dedos, esses, sentem o tal formigueiro de não conseguir acompanhar o pensamento.
Quero, devo, voltar a estar de novo com os pensamentos a fervilhar numa ânsia de sair...

sábado, 17 de junho de 2017

Abrir uma janela

Como deixei a minha casa abandonada!
Dias, semanas, meses, anos sem aqui vir, sem espreitar pela fresta da porta.
Mesmo assim ainda sinto o cheiro tão característico do meu ser em tudo o que aqui se encontra. Amor, paixão, desgosto, entrega, sonhos...tudo o que aqui está sou EU!
Hoje vim só abrir uma janela para deixar a casa respirar um pouco.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Dias de Outono


Dias Miguel

São estes os dias que me consolam.
São estes os dias que me fazem delirar.
A chuva a cair lá fora, o vento ameno que baloiça as árvores pouco a pouco, o manto outonal que vai caindo.
Do verde escuro ao amarelado, até ao castanho, uma mudança de roupagem, de vida.
Cada uma à sua maneira, cada uma do seu jeito, renovam o espírito até nova folhagem emergir.
Viva o Outono!!

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Em falta, falhas, esquecimento

O tempo por esta altura tem sido pouco, quem me dera que as horas tivessem vinte e sete ou mesmo vinte e oito, em vez das vinte e quatro horas diárias. Passou o dia 28 de Outubro, o dia de aniversário do meu blog que foi completamente esquecido. O sexto anivesário!!! Imperdoável! Passou o dia 6 de Novembro, o dia do meu aniversário. O quadragésimo primeiro!!! Imperdoável! Acho que anda por aí um alemão a piscar-me o olho. Tenho que o colocar no sítio rapidamente, não sou senhora de piscadelas de olhos. Ai, ai! Custa-me um pouco a escrever "senhora", mas sim sou uma senhora de 41 anos. Não me vejo como tal, mas eles cá estão a pesar um pouco, eheheheh. Tenho que arranjar uma agenda para ir apontando todas as datas e compromissos´. Só não posso é esquecer de ver a agenda, eheh.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

"O Renascer"

Chegou hoje às bancas, o novo Fonte Nova. O renascer das cinzas, como Fénix, o pássaro da mitologia Grega. Claro está que tem uma participação minha, e do que depender de mim, poderão contar com algo meu quando quiserem. Dou os parabéns à Manuela, uma grande lutadora para que este dia acontecesse. Agora fica o meu blog, um pouco esquecido, mas é por uma boa causa. Pode ser que por vezes, aqui venha e repasse o escrito no Jornal, ou até que aqui venha buscar algo para lá colocar.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Belo Outono

Imagem retirada de uma página do facebook

O tempo corre sempre depressa demais.
Ainda há pouco tempo o meu corpo contorcia-se, brigando muitas vezes com o punhado de terra que aprisionava o meu corpo.
Quando esse mesmo corpo começou a tomar forma, as pequenas raízes unidas num único caule fino foi emergindo pouco a pouco até vislumbrar a luz do dia, da noite.
Pela primeira vez senti a chuva cair em seu frágil corpo, já não escorria pela terra árida, seca, chegando muitas vezes até mim, uma pequena gota que se deixava sugar ferozmente pela minha ânsia.
Do frágil corpo emergiram pequenos galhos que se foram distribuíndo por todos os lados, parecendo que queriam abraçar tudo à sua volta. Dos pequenos galhos, apareceram as primeiras folhas verdes, as primeiras flores e até os primeiros frutos.
E assim foi anos seguidos, ficando cada vez mais alta, cada vez mais forte. Até pequenos pássaros construíam seus ninhos nos meus braços cada vez mais fortes.
A primavera mais fresca ia aquecendo ao longo das semanas até o árido sol de verão quase secar a minha nascente.
O outono, tão belo e romântico com a queda das folhas que aos poucos ficavam rubras, amareladas, até ao castanho seco que as fazia desprender-se, começando o mais belo bailado até ao manto aveludado que as recebiam já no chão.
O inverno, muitas vezes bem rigoroso com chuva forte, frio, neve, deixava os meus despidos braços tão frágeis. Mas o tempo avançava, até chegar de novo a primavera.
Mas um dia, já a minha copa era das mais frondosas do bosque, um ser estranho à minha vista, foi tocando o meu corpo, contorcendo um pouco os meus braços, até que um barrulho estridente assustou-me e antes que tivesse tempo de pensar em algo mais, feriram o meu corpo, a minha vida.
Quando acordei, pouco restava do que fora. Uma pequena rodela de madeira, sem ramos, sem galhos, sem folhas. Cortaram-me a alma.
Chorei dias, semanas, meses.
Já nada me alegrava.
Aos poucos ia secando por dentro, a minha alma estava desfeita.
Certo dia, ao acordar, senti algo depositado em cima de mim.
Uma pequena caixa de madeira, fechada. O seu cheiro era-me familiar. Um dos meus ramos voltou para casa, voltou para mim.
Ainda consegui cheirar o meu novo ser e pouco a pouco sequei para sempre.
O vento soprava ameno.
O início de Outubro chegou com um outono ameno. A folhagem esverdeada ia dando lugar à roupagem outonal.
A pequena caixa pousada no tronco da árvore mexeu-se um pouco. O movimento fez parar tudo em volta. O céu escureceu um pouco.
Magicamente a caixa entreabriu-se e o meu corpo emergiu rodopiando pelo ar, deixando atrás de si um rasto de folhas secas.
O manto outonal vestido, foi caíndo aos poucos.
Olhei uma última vez, o lugar que me viu nascer, sorri e voei para longe, deixando o rasto de folhas secas atrás de mim, lembrando o rasto de uma estrela cadente.