sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Desejo

Feliz 2011 a todos quantos me visitam!!!

Delírio IV


(Continuação)


"Encontro-me sentado à sua espera.
O desejo de a conhecer é enorme. Sei tanto de si, que parece que sempre a conheci. E realmente conheço.
Toda a minha vida ouvi falar da Maria. O que a Maria fazia, o que lia, do que gostava. Nessas alturas tentava imaginar a sua vida, como seria, onde lia, quais seriam os seus sonhos, os seus desejos. Quantas vezes dei por mim a reler os livros que tinha lido, tentar sentir o seu cheiro através deles...
Um dia haveria de a conhecer e esse dia chegou...
Só tenho a agradecer ao avô Meireles..."

-
Avô Meireles!?!? Como avô Meireles!?!?

(Continua)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Trocadilhos

"- Olhe você me pode fazer uma "sacanagem"?"
"- O quê?"
Sacanagem? Então mas o brasileiro passou-se ou quê? Quer que eu lhe faça uma sacanagem?? Que tipo de sacanagem? Já me estou a imaginar de metralhadora na mão, a percorrer as favelas do Rio de Janeiro ou então a "sacanear" algum rapazito desprevenido; ou então numa "sacanagem" mais intimista.
"-Tenho uns documentos que precisava de enviar para meu amigo."
"Scanar" os documentos!!!
A minha perversa mente já estava a deturpar o conteúdo do pedido ou não!

sábado, 25 de dezembro de 2010

The Pogues & Kirsty McColl Fairytale Of New York



The Pogues!
Uma surpresa para ouvir nos dias mais frios de Inverno, como o de hoje.

AUREA - Busy (for me)



Um mimo de Natal!!
Não é habitual.
Devo ter comido ou bebido muito vodka com sabor a amora!!! M. a culpa é tua cunhadinha!!
Pronto.
FELIZ NATAL!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Um Feliz Natal e essas tretas...

O Natal é uma época de paz, alegria, magia. Porque não passar esta época para todas as semanas do ano??
Só nos lembramos dos amigos nesta altura.
Só nos lembramos da família nesta altura.
Só nos lembramos do vizinho do 2ºB que vive só, nesta altura do ano.
A nossa face, coloca a do Joker a um canto. Não sabemos se é alegria mesmo, ou o botox que repuxou demais.
Gosto de fazer o Natal todos os dias.
Não gosto da hipocrisia de certas pessoas, que levam o ano a dizer mal de nós, e quando chega a esta altura é sorrisos, troca de prendas, oferta de chocolatinhos, etc.
É como os jantares de Natal.
Chefes, pseudo-chefes, os bufos, os normais, os graxas, os coitadinhos, as giraças, tudo em confraternização, que até dá dó, de tanta falsidade. Ainda fui a dois ou três, quando comecei a trabalhar, mas depois de ver isto, desisti, e atrás de mim, vieram mais alguns. Não vale a pena forçar uma coisa, pois no dia a seguir já se está a comentar a mini-saia da Isabel, o casamento da Cristina que já teve melhores dias, a Maria vinha muito pintada, a Sandra que se estava a atirar ao empregado, enfim mulheres.
Mas senhores, não se ponham a rir, pois a vossa parte também aqui entra. O Manuel a olhar para as pernas da Isabel, o João a fazer olhinhos ao Manuel, o Vítor a falar de futebol, o Alberto a enfrascar no vinho e chegando ao fim da noite, já nem da mesa se levanta. É disto e algo mais que se trata os jantares de Natal das empresas.
E os de família não são muito diferentes. E não venham já criticar, que na vossa família não é assim, que é mentira.
Bem, isto tudo serve para desejar um Feliz Natal a todos quantos passam por aqui.
Depois de lerem isto, alguns nunca mais voltarão... espero que não. Sabem não sou sempre assim tão negativa, é já as saudades do meu Outono.
FELIZ NATAL!!!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Volta depressa, meu Outono

Anne-Louis Girodet de Roucy-Trioson
"Autumn"

Servem os dias mais frescos
Para anunciar a minha chegada
Dos meus cabelos caem folhas
A minha vinda está anunciada
A folhagem converte-se do verde ao castanho
Passando pelo rubro, escarlate
No ar a essência a castanhas
Faz lembrar um quente chocolate
Daqui a pouco vais embora
Outono do meu contentamento
Chega o gélido Inverno
Volta depressa, Meu encantamento!!

sábado, 18 de dezembro de 2010

"Atala no Sepulcro"

Anne-Louis Girodet de Roussy-Trioson (1808)

Pintado em plena época napoleónica.
Inspirado num dos mais importantes romances do tempo, Atala, de Chateaubriand, uma trágica história de amor entre dois selvagens, publicado em 1801 e que viria a ser tratada seguidamente por inúmeros pintores seduzidos pelo exotismo da narração.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Delírio III



(continuação)

Corri!
Corri até não poder mais. Tudo o que queria era sair dali.
"Ricardo" o nome, a cara, a voz não saíam da minha cabeça, do meu pensamento.
Começou a chover. As gotas batiam no meu corpo como se me quisessem derrubar, deitar ao chão.
O livro dentro da sacola. Era tudo o que nos unia. Porque quereria que eu o lesse?? Como saberia o que eu gostava?? Porque o sr. Meireles lhe falava de mim??
Tantas perguntas sem nenhuma resposta.
Sentia os ramos das árvores, ferirem o meu corpo; o meu pensamento feria a minha alma.
Nunca me tinha sentido assim. Nem mesmo com José.
Os dias foram passando.
A sacola dos livros continuava no mesmo sítio, desde a última ida à carrinha da biblioteca. Olhava para ela todos os dias, mas o receio por saber o que lá estava, o que lhe fazia lembrar, e saber que Ricardo lhe tinha tocado, teria o cheiro dele, o toque dele.
José já tinha estranhado não ver nenhum livro na sala, não encontrar Maria a sorrir. A sorrir para um livro. Nunca o conseguiria compreender.
Os dias foram passando entre o trabalho, a lida da casa. Por vezes olhava de soslaio para a sacola. O dia seguinte seria dia de visita da carrinha. Já tinha decidido não voltar lá. Não queria encontrar o novo bibliotecário.
Pega na sacola. Já não podia adiar mais ver o que lá estava.
Segura o livro. Uma folha escorrega e cai ao chão.
O seu corpo estremece.
Uma carta!!!
Uma carta de Ricardo!!!

(Continua)

Flesh and bone, sequela alentejana

Como sempre, todos os dias na hora de almoço, somos a mesa mais animada de todo o refeitório.
Já todos nos conhecem pelas gargalhadas, pelas brincadeiras.
Por que será que tudo tem que estar cinzento, até mesmo a comer!
Hoje era a M. a contar detalhadamente um filme que viu ontem, e depois os nossos comentários às "cenas" do filme fizeram um brilharete nas mesas vizinhas.
O que eles não sabem, é que isto se prolonga pela tarde dentro, todos os dias. E pior, começa logo de manhã. Alegria e boa disposição todos os dias, no serviço.
E, sim, trabalhamos, e muito, para quem já esteja a pensar que não se faz nada.
Afinal temos vidas a depender de nós...

Falta a educação

Se há coisa que não suporto são faltas de educação. E falta de educação da classe médica, ainda pior.
Lido com eles diariamente e já vou conheçendo as manhas de alguns. Todos são bons e maus, uns mais simpáticos, mais brincalhões, mais faladores do que outros. Há os residentes, e os que vêm alguns dias por semana, e há outros ainda que a gente nem sabe quem são.
O meu local de trabalho tem acesso para dois serviços diferentes e uma porta directamente para a rua.
Estava eu na minha labuta diária, quando vejo entrar e passar pelo meu serviço, um sr. de bata branca. Nada de bom dia, nada de com licença. Fiquei pasmada. Fui atrás dele.
- Olhe desculpe, o sr. é?
- Sou médico, não se vê?
Aqui, eu morri e renasci. Mas renasci maldosa.
- Vê-se?? Porquê?
- Tenho uma bata, o estetoscópio.
- Isso não quer dizer nada e se faz favor acompanha-me à porta.
- A menina está doida?!
- Até posso estar. Mas não entra por aqui dentro sem se identificar como deve ser, e para já um bom dia não custa nada dizer.
- Mas a menina não vê com quem está a falar? Preciso saber um resultado de um doente.
- Então eu acompanho-o.
- Está a duvidar de mim?
- Estou.
Lá soube o resultado, e acompanhei-o de novo à porta.
- Para a próxima, quando entrar por aqui, ao menos diga bom dia e faça favor de se identificar, pois isso de andar com bata não quer dizer nada.
- Peço desculpa.
De tarde, estava quase de saída, ouço bater à porta. Digo para entrar.
- Boa tarde!. Olhe sou o dr. M. posso passar pelo seu serviço, preciso de saber o resultado de um doente, e o telefone está sempre impedido.
Sorri.
-Faça favor de entrar. Está a ver que não custa nada?
Fiquei feliz, pelo menos nem que seja só por um dia, mas "eduquei" um senhor doutor. Eheheh

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sugestão Semanal

30 Seconds to Mars

Logo à noite, Pavilhão Atlântico.

Banda de rock alternativo, Jared Leto e companhia, apresentam aos fans portugueses "This is War", o disco de 2009 que serve de base ao concerto em Portugal.

Músicas como "Attack", "The Kill", "From Yesterday", "A Beautiful Lie", "Kings and Queens", "This is War" e "Closer to the Edge", irão ouvir-se mais logo.

Mamma Mia


Ao chegar ao bar do serviço para o 2º pequeno almoço, deparo com esta melodia que me fez recuar uns tantos anos...

Mamma mia, here I go again
My my, how can I resist you
Mamma mia, does it show again
My my, just how much I've missed you
Yes, I've been brokenhearted
Blue since the day we parted
Why, why did I ever let you go
Mamma mia, now I really know
My my, I could never let you go

É que na altura não havia cá Karaokes.
Era mesmo o Singstar do vinil.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Vencida

Serve o tempo de consolo à solidão?!
Apaga-se o rasto de minha presença em tua vida,
Guardas memórias de tempos passados
Tempos vividos, tempos amados.

Foge! Foges de mim, enlaçado
Como se teu corpo estivesse unido ao meu
Lembranças, mera lembranças de uma vida amaldiçoada
Nem sempre vencida, mais os tempos em que perdeu


Excertos Literários


"Era um conjunto indiferenciado de pessoas que subitamente ficaram a preto e branco. Meio em pânico pensei que estivesse a ter um ataque de daltonismo agudo. Algo que não vinha nos Manuais de Medicina que tinha estudado. (...) Uma rapariga. Mas como é que ela era a responsável por as cores terem desaparecido? Uma bruxa? Alguma ligação com poderes ocultos? Ou estaria Portugal tão cinzento, que até já as pessoas ficavam fisicamente contaminadas."


Pequeno excerto do livro "A Praia da Saudade", de Francisco Salgueiro. Um livro espectacular que retrata o Portugal dos anos 60.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sugestões

Museu da Tapeçaria de Portalegre - Guy Fino Dezembro de 2010
Comemoração dos trinta-e-tal anos do Atelier de Artes Plásticas de Portalegre
18 de Dezembro de 2010 a 8 de janeiro de 2011

Mané, já publicitei! Agora os quadros são contigo. eheheh

Sensações

Já vos aconteceu estar alguém a falar convosco e a mascar uma pastilha elástica ao mesmo tempo??
Para além do aspecto desagradável que isso implica na face de algumas pessoas (mascar com a boca aberta), a pastilha estar incluída num ménage à trois, com língua e dentes incluído, é má educação.
E, se tudo isto estiver incluído numa pessoa a fazer atendimento ao público, pior.
Para além do mau aspecto, fico sempre com a sensação que me estão a amolar.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Vida a Cores ou a Preto e Branco.

The Cure

O quanto nos tornamos inesquecíveis na vida de outras pessoas sem o sabermos.
Década de 80, era eu uma adolescente consciente (inconsciente, tinha dias), vestia de preto com as correntes que se usavam na altura, botas Dr. Martens, e o cabelo bem curtinho com muito gel. Estilo vanguarda, como era designado. Lia o "Blitz" à quarta feira. Ouvia "The Cure", "The Clash", "Echo and the Bunnymen", "U2"... (hoje em dia ainda ouço, não tanto como gostaria).
Os anos foram passando. O preto foi dando lugar a novas cores, dando alegria aos meus avós que não gostavam muito da minha indumentária negra. Passei pela fase negro e branco, azul, vermelho, rosa.
Passado quase 20 anos, estou eu em Castelo Branco às compras, quando ouço: "Ao fim de tantos anos, continua revolucionária, Menina C.S.!" Olho para trás e reparo no meu professor do 10º ano de Sociologia. Cumprimentámo-nos. Recordámos velhos tempos, e ao fim de tantos anos ainda se lembrava do meu nome completo.
E porque teria dito o professor que continuava revolucionária???
Eheheheh a indumentária era negro e cinza eheheheh.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Voltas trocadas

Voltou o Verão e não me disseram nada.
A indumentária que trago, parece adivinhar o nevão do século. Só faltou mesmo a neve.
Os sapatos de salto alto, perderam uma capa pelo caminho, e agora tenho que andar em biquinhos dos pés para não andar a coxear. Hoje é que vai ser pôr o gémeo a trabalhar.
O computador de manhã não ligou. Após várias tentativas, reparei que estava a ficha desligada. Quem me andou a boicotar??
O café, mais parecia uma água suja de lavar pratos.
AAIIII!!!
Quero ir para casa dormir!!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Um Delírio II

(continuação)


Lentamente voltei-me. Sentado no fundo da carrinha, vi um homem não muito alto, parecia novo. Cabelo escuro, olhos negros
- Maria? É esse o seu nome?
- Sim. - respondi um pouco surpresa. Como saberia, este homem o meu nome? Quem seria? Onde estaria o sr. Meireles?
- Decerto estará confusa. É natural! O sr. Meireles é muito querido pelas suas leitoras, e agora estranham a minha presença.
- Sim. - estava tão nervosa que não sabia responder mais nada.
Onde estaria o sr. Meireles? Quem era aquele homem, que me olhava de uma maneira tão misteriosa?
- Venho entregar os livros. Peço desculpa pela demora. - não queria pedir desculpa por nada. Não era a este homem que eu queria pedir desculpa.
- Não faz mal. Estava à sua espera. O Meireles fala tanto em si, que estava desejoso, curioso em a conhecer.
- A mim? O sr. Meireles fala em mim? Mas quem é o senhor?
- Chamo-me Ricardo e sou o novo bibliotecário. O Meireles adoeceu e durante os próximos meses serei eu a substituí-lo. - o seu tom de voz, alterou-se um pouco quando referiu que vinha substituir o sr. Meireles.
Revirei a sacola dos livros. Aquele olhar! Tinha que sair dali o mais rápido possível. Logo hoje, o dia em que pela primeira vez não me tinha arranjado, saí sem me pentear, andei à chuva, cheguei atrasada, com as faces ruborescidas. E o sr. Meireles não está!
- Guardei um livro só para si.
- Como sabe do que gosto de ler? - perguntei atrapalhada.
- Sei tudo sobre si. - disse convincente.
Desviei o olhar. Queria fugir dali. Encaminhei-me para a porta. Senti uma mão forte, mas ao mesmo tempo suave, segurar o meu braço.
- Por favor, não vá!- disse quase a suplicar.
- Tenho que ir. Já é tarde.- o meu pensamento foi enganado pela minha boca. Queria ficar.
- Leve este livro. Devolve para o mês que vem.
Peguei no livro e saí. Não queria olhar para trás. Quem era aquele homem, que pôs o meu coração a bater tão rápido, o meu pensamento a pecar, o meu corpo a desejar??
(continua)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Um Delírio I


(continuação)

O Inverno naquele ano tinha chegado mais cedo. As temperaturas geladas, a chuva ininterrupta há já vários dias, escurecia o seu dia, a sua vida.
Era dia da visita mensal do sr. Meireles. Com o tempo a preocupação de vestir o melhor fato, foi deixada de lado. Não estava com disposição de sair, mas tinha os livros para entregar, e nunca se tinha atrasado em tal compromisso. Olhou-se ao espelho, antes de sair. Uma madeixa branca teimava em revoltar seus longos cabelos castanhos. A pele macia, deixava as primeiras rugas ainda envergonhadas.
Pegou na sacola dos livros e saiu.
A chuva continuava a cair. Fechou o guarda-chuva. Adorava andar à chuva. Sentir as gotículas tocar o seu corpo. Pequenas gotas gelando o seu corpo. Naquele momento poderia ser quem queria, o seu pensamento voava para longe...
Não sabe quanto tempo terá andado à chuva. O sr. Meireles!?! Tinha que correr até à aldeia. Ainda lá estaria??
Ao longe avistou a carrinha. Estaria à sua espera? Ele não ficava assim tanto tempo.
-Sr. Meireles, desculpe. Sabe como eu sou. Adoro a chuva.
- O sr. Meireles não está. Estava à sua espera.

(continua)

Perguntas Estranhas

Uma dúvida que me tem assolado algumas vezes ao longo da minha vida.
Será possível um ginecologista ter prazer com a sua mulher, ao fim de um dia de trabalho???

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Rosto

O vidro mostra o reflexo de uma cara envelhecida.
Não sei quantos anos passaram.
A "loucura" enclausurou-me do mundo. O mundo que em tempos vi verde, azul, vermelho, de todas as cores possíveis e imaginárias.
A dor, a perda, tomaram conta de mim. Deixei-me levar, como se leva uma criança pela mão. O início foi bastante doloroso, uma dor que sufocava o meu peito, deixava-me sem ar, deixando-me esgotada, exausta.
As lágrimas, escorriam pelas faces.
Quis morrer. A vida não fazia sentido.
Dava por mim a vaguear pelas ruas, de noite, de dia. Nem sei quantos dias passaram sem que comesse, bebesse. Queria esquecer quem fora, queria esquecer a dor, essa dor sufocante.
Sorria, cantava, gritava. O mundo passou a ser o que eu queria. Se hoje chovia, amanhã nevava. Se agora era dia, logo era noite. Fui vivendo ao sabor do vento.
Fui esquecendo.
Perdi-me.
Agora, encontrei-me. Não conheço quem está no vidro. O cabelo grisalho, a pele enrugada, o olhar triste. Olho para as minhas mãos, vejo uma pequena cicatriz na mão esquerda. Eu tinha uma cicatriz igual. Mas era nova, o cabelo tinha uma pequena madeixa de brancos, à frente, a pele era lisa, o olhar, meu Deus o olhar, olhos mágicos os meus.
Onde estou? Quem sou?
Uma lágrima, escorre pela face.
O vidro embacia-se. Vou deixando de ver aquele rosto velho, enrugado.
Ao longe, o mar revolto, bate nas rochas

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

...


"Em todas as lágrimas há uma Esperança"

Simone de Beauvoir

D. Duarte, o Rei timorense.

"D. Duarte Pio, pede nacionalidade timorense."
A notícia de ontem à noite até me deixou sem dormir.
O nosso rei pedir outra nacionalidade? Estou a viver em Portugal?? Acho que não.
E a notícia ser dada logo no dia em que se comemora a Restauração da República.
Mais vale"vendermo-nos" aos espanhóis de novo.
Timorense?? Ainda me custa acreditar.
E o pedido já foi feito a Ramos Horta.
Se até o nosso Rei já está de fugida, o que não fará o povo???

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Hoje é dia não


Aaiiiiiiii!!!!!
Hoje é daqueles dias em que me apetece fugir, correr, bater em alguém, comer chocolate até não poder mais, encharcar-me em Licor Beirão, rebolar na relva; rebolar não que enjoo.
Já não sei se me dói a cabeça de chorar; se choro por me doer a cabeça.
Já não sei se vomitei por me doer a cabeça; se me dói a cabeça por ter vomitado.
"- É só um momento que já o atendo!"- Corrida para o wc.
E isto tudo ainda de manhã...
"-Estás grávida!!
Grávida?!?! Pronto, desmaiei. Não de susto, mas por pensar que 0 "Espírito Santo" me tem visitado em noites solitárias. Eu a dormir tão profundamente, a acordar tão sorridente ao pensar que meu corpo se encontrava envolto pelos braços de Morpheu e zumba! Sou infiel.
"- Morpheu querido, não é o que estás a pensar."
Bem que eu sentia as costinhas quentes, e deixava-me embalar de tal maneira, e o sacana do "Espírito Santo" a aproveitar-se...
Grávida não estou. Mas...sou infiel ao meu Morpheu.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um Delírio...

Charles Perugini

Os olhos vincados por uma noite mal dormida, fazem adivinhar um dia cansativo.
O corpo doído puxa-a da cama.
Recorda a noite que passou com enorme mágoa.
Os filhos já deitados, não assitiram ao início.
Fora deitá-los cedo. Aconchegou-os na cama e deu-lhes um beijo de boas noites. Sorriu ao ouvir o mais novo dizer "Mãe, gosto muito de ti!". O mais velho também disse algo, que a sonolência já não deixou decifrar. O do meio, mais acanhado, simplesmente sorriu. Beijou-os, afagou-lhes o cabelo, acendeu a luz de presença e encostou a porta.
Recostou-se na cama e folheou o livro que começara a ler horas antes. Só neste silêncio conseguia ler. Viver os seus sonhos, os seus desejos. Quantas vezes encarnava as heroínas, as vilãs. Quantas paixões, amantes terá tido? Nem se lembra. Fora tantos os livros que lera desde nova, que já não tinham conta.
Casara cedo. Os pais, homens do campo arranjaram-lhe pretendente cedo. Não queriam morrer sem deixar a sua menina entregue a alguém que cuidasse dela, quando eles tivessem partido.
José homem trabalhador, o filho dos vizinhos foi a escolha. Nem a diferença de idades foi obstáculo a tal união.
Maria tinha 15 anos quando casou e José tinha 40. No início, tratava-a bem. O seu corpo franzino fora seu cúmplice durante os primeiros anos de casada. José só a procurava uma vez por mês e era tão meigo, tão delicado, tão atencioso.
Aprendera a vida de lavoura com o marido. De madrugada, acordavam e enquanto ele tratava do farnel, ela dava um jeito na casa. Não gostava de deixar a casa desarrumada. Seguiam por uma vereda junto ao cercado do campo, acompanhando a rotação de culturas. Ela tratava dos cultivos, ele dos animais. Juntavam-se à hora de almoço, e ele quando chegava trazia sempre uma flor, que lhe entregava depois de a beijar. Ela corava, sorria.
Os anos foram passando. José já a procurava mais amiúde. O seu corpo franzino, dera lugar a um corpo formoso, e nem os filhos lhe tiraram esbelta figura.
Todos os meses passava pela aldeia a carrinha da Biblioteca. O ritual era o mesmo todos os meses, desde que aprendera a ler. Acordava cedo, vestia o seu melhor fato (não queria que o bibliotecário a visse como mais uma coitada da aldeia), pegava na sacola onde guardava os livros e lá ia percorrendo os poucos quilómetros até à aldeia. Com a chegada dos filhos, José queria mudar para mais perto da aldeia, mas ela gostava do sítio onde moravam. Um vale, com inúmeras árvores e onde passava um riacho. O sítio ideal para viver e sonhar. Com o passar dos anos, tornara-se amiga do Sr. Meireles. Ele guardava-lhe todos os livros da sua preferência e deixava-a trazer sempre mais do que o estabelecido. Ele sabia que ela os lia e tratava bem, como se de filhos se tratassem.
O marido ao início não se importava com a demora. Como não lhe podia dar mais, deixava-a entregue à sua leitura, pois sabia que a fazia feliz.

(continua)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Liev Tolstói


Assinala-se amanhã o 100º aniversário da morte de Liev Tolstói.
Considerado um dos maiores escritores de todos os tempos.
Obras mais famosas: Guerra e Paz; Anna Karenina; A Morte de Ivan Illitch entre outros.

Vigia

O nevoeiro desce pela encosta numa quietude fantasmagórica.
Pequenas gotículas caem intensamente sobre o meu corpo.
Espero, numa espera incessante.
As ramagens despidas, a folhagem dispersa pelo chão são as imagens que vislumbro.
Aguardo...

Viciada


Vício = 1. Prática frequente de acto considerado pecaminoso.
2. Tendência para contrariar a moral estabelecida.

Estas são algumas das definições da palavra vício.
E eu, Carlota, sou uma viciada.
Viciada em quê? Em chocolate. Não pode passar um dia sem que deglute tal preciosidade. Um quadradinho (leia-se tabulete inteira) de chocolate. E mesmo quando não tenho em casa, vingo-me no chocolate para o leite.
Já tentei deixar o vício, mas a ressaca da abstinência era pior. Olhava para as pessoas e via, autênticos flocos de chocolate andantes; os carros eram mousses; as casas, brigadeiros. Só via chocolate. Até as refeições eram saboreadas como autênticos manjares.
Brancos, pretos, com recheio, sem recheio, doces, amargos, com licor, sem licor, de culinária, marcha tudo. É mousse, é pudim, é bolo, é raspa, tudo, tudo. Ele é quente, gelado, à temperatura ambiente.
E com a chegada do Natal, fico pior. É tentação, atrás de tentação. Têm que me "arrancar" à força das lojas, pastelarias, hipermercados.
Por expemplo, agora que estou a escrever este post, estou a comer bolachas de chocolate, com recheio de morango.
Isto tudo para dizer que sou viciada. Viciada em chocolate.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Por Uma Noite

Klepht

Tocas no rosto enquanto o ar não sai
Inspiro sem medo do acto que vem
Envolvo os pés como mãos
Do toque nasce a nossa ilusão
Desenhas os risos de um novo medo
Que o peito demonstra sem qualquer sossego
Faz tempo que a culpa se foi
Ficámos de pensar só depois
Do erro.
Já pouco nos resta fechar os olhos
Escondemos actos sem qualquer receio ou angustia
Que nos prende a vontade de sentir
O corpo com prazer
Rasgas-me a roupa sem qualquer pudor
Enquanto buscas o ar pela boca
Passeias o teu cheiro no meu corpo
Por entre os braços misturo tudo
Após o prazer ficaremos mudos
Sem saber
Se é por uma noite
Grito teu nome sem saber
Como será o amanhã
Foi um sonho real
Por uma noite.
(Klepht)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mobbing

E o que é o mobbing?
O mobbing consiste numa atitude de perseguição ao trabalhador, com vista a despedi-lo sem justa causa.
O artigo da "Visão" de 11 de Novembro, deixa qualquer pessoa estupefacta com os relatos lá descritos.
Num pequeno teste de 9 perguntas poderemos saber se estamos a ser vítimas de mobbing, assédio severo ou assédio ocasional.
Reportando-me a uma situação profissional de há 3 anos atrás, e respondendo ao teste das 9 perguntas, respondi afirmativamente a 8, o que me posicionada numa posição de vítima de mobbing. Pena só agora saber isso.
Felizmente, a situação alterou-se, mas para isso tive que mudar de secção. Ao fim de 13 anos a trabalhar num serviço, aqueles últimos 4 meses, pareceram 40 anos.
O que fiz? Falei com as chefias, sobre o que se estava a passar. Os meus colegas, ficaram do meu lado, tive uma semana de baixa, e quase três meses a trabalhar a meio tempo, até conseguir de lá sair definitivamente.
Na altura, e com estatuto de funcionária pública a situação não foi pior, pois teriam que justificar com provas, as acusações feitas à minha pessoa, a qual eu exigi que fosse prestada.
Hoje estou perfeitamente bem na secção em que trabalho. Continuo a ir ao meu antigo local de serviço, cumprimentar os colegas, e faço questão de falar a todas as pessoas, principalmente às que me fizeram mal. Perguntam-me como sou capaz. Fácil. Pensamento positivo, um sorriso na cara, e fazer ver que me vergaram, mas não partiram.

Piropos

E, se de repente fôr na rua e lhe disserem um piropo?
O que fazer??

sábado, 13 de novembro de 2010

Wallpaper de Inspiração

Esta foi a escolha para wallpaper do meu pc de casa.
Seguir-se-ão momentos de Iluminação...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Em Formação...

Pronta para o 2º dia de formação.
Pode ser que hoje, os ouvidos já não estejam tapados, por causa da constipação, e consiga ouvir melhor o formador.
Pode ser que hoje não me deixe dormir.
Pode ser que hoje deixe de bocejar.
Pode ser que hoje, o formador me mande calar mais cedo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Desejo

A noite encontra-se gélida.
O quarto crescente, deixa o obscuro surgir em imagens fantasmagóricas que teimam em entrar pela janela ainda aberta.
O cheiro a lavanda inunda o quarto.
Inebrias a minha alma ao pensar em tua presença.
Deitada sobre a cama, deixo voar meus pensamentos, meus desejos.
Embebes todo o teu desejo em mim.
Teus lábios repousam sauvemente nos meus.
Fecho os olhos.
Sinto a tua mão, acariciar o meu rosto, enquanto a tua boca, pouco a pouco vai explorando cada pedaço da minha face, do meu pescoço, do meu tronco..
Cada botão da camisa é arrancado bruscamente à passagem possante da tua mão.
O teu corpo investe um pouco mais em mim. O pouco espaço entre nós, deixa de existir.
Sinto a tua respiração ofegante, passar pelo meu corpo.
Os teus lábios saboreiam os seios que ficaram a descoberto..
A campainha toca.
Foi um sonho. Senti-te tão presente, em mim.
Chego à porta. Abro e vejo o teu sorriso, o teu olhar...

domingo, 7 de novembro de 2010

Muse


Adoro...

Percurso


O aconchego de teus braços.
O calor que exala de teu corpo, aquece meu coração.
Cada passo teu, cada ondear de teu corpo, faz mover minhas raízes. Pequenas pedras, pequenos grãos de areia, se soltam, deixando o meu corpo mover-se.
O vento sopra gélido.
Meus olhos tentam abrir-se. Meu corpo retorce-se. Água, preciso de água.
A respiração está ofegante. Peço-te água.
Sinto o teu corpo parar. Dizes algo que não entendo.
Sinto teus lábios, repousar nos meus.
A tua boca, move-se, contra a minha.
As tuas mãos, acariciam meu singelo corpo.
Sinto a tua língua, saborear cada pedaço dos meus lábios.
Esqueço onde estou, esqueço quem sou.
Só quero viver.
Envolvo meu corpo no teu, deixando-me ficar.
"Estamos perto amor! Aguenta mais um pouco!" - dizes calmamente, baixinho, ao meu ouvido.

sábado, 6 de novembro de 2010

Feliz Aniversário para MIM , eheheheh

Faz hoje 36 anos, o dia amanheceu cinzento, chuvoso, um típico dia de outono.
Ainda faltava mais de um mês para nascer, mas a pressa em sair era tanta, que mal deixei a mãe dormir. O pai, andava de uma lado para o outro, suspirava, com as malas ao pé da porta. Já tinha ido a correr chamar os pais para o apoiarem nesta pequena batalha.
A mãe, essa, com os seus escassos 16 anos, pouco podia fazer senão andar de um lado para o outro, com dores. "Chega! Vamos para o hospital!" - gritou o jovem de 18 anos.
Mal chegaram e depois de observada, o médico veio cá fora dizer que tinham que avançar, ainda faltava um mês, mas o bébé queria sair. Com o nervos à flor da pele, a juventude, a imaturidade, o nascimento aqui da pequena teve que ser de cesariana. 3,980Kg, 46cm e um pulmão valente. Vi o luz do dia, ainda que nublado, chuvoso e segundo a minha avó, com nevoeiro (porque será que gosto desta combinação?) às 15h.
Á minha mãe, só tenho a agradecer a sua rebeldia, e o facto, segundo a minha perpesctiva, claro, o ter violado o meu pai, eheheheheh.
Ao meu pai, se tivesse oportunidade, agradecia a sua calma, e o facto de ter deixado a minha mãe atacá-lo eheheh. Estou a brincar, claro.
Hoje, e ao contrário de há 36 anos atrás, está um sol e um calor abrasador.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Momentos Nicola

Um dia... serás meu!!
Hoje é o dia.

Sombra


Atrás de mim vens seguindo os meus passos.
Minha companheira de todas as lutas, minha companheira de todos os momentos.
O teu rasto é negro, seguindo-me para todo o lado.
Tanto o sol, como a lua mostram-me a tua esbelta figura.
Por vezes os nossos dedos tentam entrelaçar-se, as figuras que fazemos.
Danças comigo por entre a folhagem do Outono.
Quando passamos junto a alguma árvore, ficas mais perto, quase que sinto o teu calor. Mas tão depressa chegas, como vais para longe. Mas nunca, nunca me abandonas.
Hoje, estou triste, e quando saí à rua, o sol mostrou-me a tua presença, meio desfigurada, achatada na parede. Comecei a mexer a minha cabeça, e a tua figura a imitar-me. Sorri. O primeiro sorriso do dia.
Sombra, nome negro, obscuro, que me acompanha em todos os momentos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

São secas as folhas que meus pés pisam
É seco o ar que custa respirar
O meu coração sangra de solidão
Sinto falta de ti. Quero-te amar.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Do que gosto...

Uma noite quase em claro, fez-me pensar em algumas das coisas que gosto.
Sem qualquer ordem de importância, eis algumas que me fazem sorrir:
- O sorriso, o olhar, e os beijinhos dos meus filhos de manhã, à tarde, à noite;
- Dias ou noites de nevoeiro;
- Andar à chuva;
- O cheiro da terra molhada;
- Pisar o tapete outonal;
- O cheiro do 1º café da manhã;
- Trovoada;
- Comer chocolate;
- O arco-íris;
- Ler;
- O Outono;
- O cheiro de um livro novo;
- O aroma de velas perfumadas (principalmente a da Air Wick Frutos e Especiarias);
- O cheiro a relva acabada de cortar;
- Andar descalça na relva;
- Nadar;
- Deitar-me numa cama acabada de fazer;
- Amar;
- O cheiro da lavanda;
- Ouvir e/ou ver os U2;
- Escrever;
- Courgette no forno, recheada com tomate e queijo;
- Beber Licor Beirão;
- O silêncio de dois olhares;
- Dormir despida;
- Sport Lisboa e Benfica;
- O quarto minguante;
- Orquídeas;
- Os filme do Richard Gere e da Meg Ryan;
- Beber chá de frutos vermelhos;
- Estar sentada à lareira;
- Comer nozes;
- Darem-me menos idade, do que aquela que realmente tenho;
- As minhas sardas;
- Vestir-me de preto.

Haveria mais para dizer, mas só me lembrei destas.

domingo, 31 de outubro de 2010

Halloween Night


Fim de semana com chuva, vento, frio.
Que bom!!! Finalmente um ar de Outono.
Adoro ver as folhas caídas pelo pátio, vermelhas, castanhas, amarelas, que paleta deslumbrante que temos a sorte de ver nesta altura do ano.
E os cheiros? Castanhas assadas, doce de abóbora, folhas secas a queimar. Cheiros que complemento com um chá de frutos vermelhos, sentada à lareira, vendo o dia a partir.
O nevoeiro desce a colina, deixando um rasto penumbroso atrás de si. A magia fica no ar. Os duendes, as fadas, as bruxas, os vampiros, acordam do seu profundo sono e hoje fazem-nos companhia.
Vamos dar-lhes as boas vindas, à nossa maneira humana: "Doce ou travessura?"
Eu aposto na travessura, eheheheh

sábado, 30 de outubro de 2010

This Is War


Fugi um pouco ao vídeo oficial.
Este tem mais "imaginação".

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Quero Amar-te

A brisa gelada que entra pela janela do quarto, desperta-me.
O dia acorda num cinzento-azulado que deixa vislumbrar o teu corpo despido.
Ainda sinto o teu cheiro, entranhado no meu corpo.
Vejo-te dormir.
Sorrio, por estares aí.
A tua mão, aberta, segura o meu seio. O único contacto entre nós.
Fecho os olhos, e relembro a noite em que os nossos corpos se uniram pela primerira vez.
O desejo, a paixão, a descoberta.
Suavemente toco na tua pele, deslizando a minha mão pela tua cabeça, pescoço...
Sorris.
Os teus braços envolvem o meu corpo, atraindo-me a ti.
Os teus lábios encontram os meus, como se fosse uma questão de sobrevivência.
A tua mão, percorre o meu corpo, explorando cada milímetro.
Dizes baixinho: "Quero fazer amor, contigo."
Nada digo.
Deixo as minhas mãos, os meus lábios e o meu corpo dar a resposta.
Pela janela, a brisa gelada continua a entrar.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

1º Aniversário


Faz hoje um ano que esta infeliz cabeça, pensou (sei pensar!?!?!?) escrever num blog.
Avançar nesta relação com as letras, com as quais me enrolo, envolvo, muitas vezes sem saber como (um dos sintomas da doença de Alzheimer, eheheh) foi importante para me descobrir.
O começo foi tímido, introvertido, mas a confiança, aos poucos deixou transparecer, uma orquídea que se foi deixando desfolhar.
Aos poucos surgiram os seguidores, uns mais presentes que outros, mas todos importantes na manutenção deste blog.
Um obrigado, a todos os que ainda têm a paciência de visitar esta "casa".
Aos que vêm espreitar pelo buraco da fechadura, podem entrar, eu não mordo, nem pico.
Às vezes, arranho...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Pinçalhadas

Nada como ter uma destas, para domar um impressora armada aos cucos.
Encravas as folhinhas, é?
Agora quem te encravou fui eu!!!
Poderosa!!!
Eheheh

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Amar-te

Quanto de ti a minha alma precisa?
Quanto do teu ser, o meu corpo adora
Procuro-te
Procuras-me

As folhas outonais vestem o chão, que meus pés descalços pisam.
As árvores dançam valsas ao som do vento. As suas folhas rodopiam, deixando-se cair no chão, como se fossem lábios a unir-se em mágicos beijos.
Chegas, calmamente.
O teu olhar feiticeiro, fascinante paraliza-me.
Deixo-me levar.
Para onde? Não sei. Apenas sigo os teus passos, como se estivessemos ligados num só tronco.
As ramagens, asperamente rasgam-me a pele.
Olhas-me de novo.
Nada dizes.
As tuas mãos tocam-me.
As roupas são arrancadas do meu corpo.
Os teus lábios saboreiam-me.
Amamo-nos intensamente.
O luar denuncia o adiantar da hora.
As folhas, essas, continuam rodopiando, agora tapando a nudez dos nossos corpos, que continuam unidos, como se fossem um só.
As árvores continuam a sua dança...

sábado, 23 de outubro de 2010

Sentimento profundo esta saudade que sinto.
Saudade de ti, do teu sorriso, da tua voz, do teu calor, do teu amor...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Leonices

Pronto!! Estou fula, zangada, chateada.
Só me apetece bater em alguém.
E depois digam que não é verdade.
Levanta-se uma pessoa de madrugada para vir trabalhar, sorridente, contente e zás!! um sportinguista a armar-se aos cucos.
- Ontem o Sporting ganhou 5-1.
- Ah sim!! Parabéns.
- Foi um jogão. Somos do melhor.
(silêncio) Ai a vontade de o mandar à merda, mas pronto o meu avô ensinou-me a respeitar os mais velhos.
- O Benfica perdeu, não foi? 2-0.
- Sim. Para a próxima corre melhor.
- A ver vamos. Continuamos em 1º lugar no grupo.
Ai que ódio. Acreditem que me passou uma coisa ruim pela cabeça. Tipo um bicada de uma águia na cabeça de um leão.
A sorte foi começar uma música na rádio.
Qual? Qual?
Elevation - U2
E pronto era só isto que queria dizer.
E Viva o Benfica, claro

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Noite

Noite.
O receio no seu início, transforma-se em magia no seu findar.
Encontro-me numa rua deserta. Ainda é noite.
Os meus passos é tudo o que consigo ouvir.
O meu pensamento está longe.
O meu desejo encontra-se longe.
Tão longe e tão perto.
Segues os meus passos, sem te conseguir ouvir.
Sorris ao ver o ondular do meu corpo a andar. É como as ondas que rebentam na praia.
Como te queria aqui.
Fechos os olhos. Viajo longe.
Encontro-me numa praia. Estou só. Ouço as ondas rebentar.
Ando, descalça pelo areal.
A água convida a um mergulho.
Não está ninguém, dispo-me calmamente e entro. A água gelada entranha-se no corpo.
Deito-me na areia e fecho os olhos que o sol encandeia.
Vens devagar para não me assustar. Sentas-te perto de mim. Observas-me. Sorris.
Ao ouvir o teu sorriso abro os olhos e sento-me no areal.
Dizes para não ter medo.
Não tenho medo, apenas as faces ruborescem pela nudez...
A tua mão toca a minha face, os teus lábios encontram os meus...
Abro os olhos, a rua continua deserta...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Arco-iris



O desejo de um dia de chuva encontrar o sol, faz vislumbrar uma maravilhosa paleta de cores...

Ser

O teu sorriso é tudo o que me lembro.
Sinto-te perto.
Os olhos continuam fechados.
Sinto as tuas mãos percorrer o meu corpo.
Mãos ásperas de quem trabalha a terra.
A tua voz, como será?
Deixo-me embalar.
Peço-te água.
Aconchegas-me.
Pegas-me ao colo e levas-me para casa.
Dizes que vais tomar conta de mim.
Estou exausta, a luta tem sido cansativa.
Adormeço nos teus braços.

sábado, 16 de outubro de 2010

Perdição

Que 1,91m de perdição me apareceu agora aqui à frente!!!
Com vistas assim até valeu a pena levantar às 6:00h da manhã para vir trabalhar.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Desejos

Eu quero
Eu quero-te
Eu quero-te muito


Desejo saborear-te
Desejo saborear-te intensamente


A minha boca deseja-te
A minha boca deseja-te ardentemente


Lloyd Cole


Gosto deste ar de vagabundo.

Fluarix da minha vidix II

Ainda não foi desta!!!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Fluarix da minha vidix

Fluarix rima com vernix.
Vamos lá ver é se não borro a pintura por ter levado a vacina da gripe.
Se amanhã não disser nada, morri.
É que, com a sorte que tenho, é mesmo azar a morte não me bater à porta. Se escapar, deve ser por milésimas.
Já sabem, se não houver notícias minhas logo de manhã, estão convidados a assistir. Não quero tristezas. A música e as bebidas são por minha conta. Quanto aos fumadores, tenho pena, mas fumar é na rua, que não posso ir a cheirar a fumo que afuguentava os bichinhos.
E enquanto festejam, não se esqueçam de me ir dando um copito de vez enquando. Não me abandonem logo...
(Saltapocinhas)
Nestas areias te encontrei
Nestas areias te perdi

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Recordações

O que têm os avós de bom??
Deixam fazer tudo aos netos, impôem limites à sua maneira. Para eles não há tempo para ralhar, nem para "educar".
Ontem, ao fim do dia, passei pela casa na qual vivi os melhores anos da minha vida.
A casa, térrea, fica rodeada por um pequeno pátio com árvores de fruto, flores, e os melhores poejos da região, eheh. As tardes de sábado que eu passei a limpar aquele pátio, que na altura me parecia enorme, e ontem a perspectiva foi completamente diferente.
É como tudo na vida. A inocência aos olhos infantis.
Nada mais na vida me soube tão bem, como o que eu fiz ou saboreei naquela altura.
Até uma simples fatia de pão com manteiga não tem o mesmo sabor que na casa da avó. E ontem comprovei isso. Havia mais coisas para lanchar, mas quis comprovar se era verdade o que tenho vindo a afirmar. E, não é que é verdade?? Será o pão? será a faca? será a manteiga? Acho que não. São as recordações, os cheiros, a magia que nos ficou da infância e que nos acompanham toda a vida.
As lágrimas correram pela face. Para estar tudo certo, para voltar a ser a pequenina C. só faltava ali uma pessoa. A mais importante da minha vida. E a avó, em silêncio olhou para mim, e os seus olhos também ficaram tristes, molhados, pela lembrança, pela recordação, pela saudade. Só ela compreendeu a importância daquele momento.
Obrigado avó, por estares aí, e por fazeres parte da minha vida.
Obrigado avô, por teres feito parte da minha vida.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Um sonho

A chuva lá fora convida a uma tarde enroscada no sofá, sem nada para fazer, simplesmente ficar ali.
Vejo nas notícias os pequenos "temporais" pelo país.
O dia está cinzento, praticamente negro, pelas nuvens carregadas que teimam em cair, sem pedir licença. O vento sopra forte, levando tudo à frente.
A chávena de chá encontra-se na mesinha, perto do sofá. Já pouco resta. O livro, entreaberto ainda no início deixa antever uma leitura tardia e nada empolgante. Os livros, ou me entusiasmam logo de início, ou nada feito. Tão depressa leio um livro num dia, numa noite, como posso demorar meses a ler outro.
Apago a televisão. O livro encontra-se no chão. Do chá, apenas ficou o aroma a frutos vermelhos pelo ar, ao qual se junta o de uma vela acessa com perfume a frutos e especiarias... deixei-me ir, calmamente de encontro aos braços de Morpheu.
A chuva continua a cair. As árvores "dançam" ao som do vento, que as ondeia apaixonadamente.
Não sei onde me encontro, a paisagem que vislumbro parece saída de uma floresta que faz lembrar os filmes do senhor dos aneis.
O vento gelado passa pelo meu corpo. Percorro um caminho trilhado. Os ramos das árvores roçam no meu corpo, ferindo-o. Nada sinto. Apenas quero percorrer aquele caminho. Onde me levará, não sei. Apenas sei que é por ali que quero ir.
Ao fundo, algo mexeu. Será humano? Será animal?
Parei.
A chuva molha-me o rosto, não me deixando ver nítidamente.
É uma pessoa, pelos menos o corpo assim o indica.
Sigo devagar.
O frio passou, a chuva já não me molha.
Estás à minha frente. Não sinto medo. Os teus olhos negros cegam-me. As tuas mãos, quando me tocam, queimam-me. Quero fugir. Não consigo.
Inclinas-te na minha direcção.
Os teus lábios tocam nos meus, suavemente...sugando-me a alma....
Ouço a chuva bater fortemente na vidraça. Abro os olhos. A minha sala, o meu sofá, a minha manta.
Foi um sonho. Foi um sonho.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

You´re The One

Mountains may move
River may run
But you make me be myself
You make me be
How do I tell you
How do I tell
You're the one
Stars may move
Time may run
But you make me free myself
You make me free
How do I tell you
How do I tell
You're the one
You're the one
In the world's eye
We were Laurel and Hardy
In our minds
We were Heathcliff and Cathy
In a moment of wisdom
We were a wizard and a witch
In a moment of freedom
We were Don Quijote and Sancho
In reality
We were just a boy and a girl
Who never looked back
How do I tell you
How do I tell you
How do I tell you
How do I tell you
How do I tell you
How do I tell you
How can I tell you
How could I tell you

You're the one
You're the one
You're the one
You're the one...
Para comemorar o 70.º aniversário do Beatle activista, amanhã dia 9.

Limpezas


Todos os dias é a mesma coisa.
Da janela que se encontra à minha esquerda, observo um prédio alto, e o último andar é o local do crime.
Às 10:00h em ponto abre-se a janela e começa a sacudidela das fronhas, dos lençóis, dos toalhoes de banho, dos tapetes e de mais uns panos que ainda não consegui muito bem perceber o que é.
Mas atenção que são quase 11:00h e a sacudidela ainda continua. É mais de 10minutos para cada peça. As fronhas até são voltadas do avesso e tudo e sacudidas.
Na minha opinião ou há alí falta do que fazer, ou então é paranóia a mais.
Já pensei em trazer a roupa que tenho lá em casa para passar, que é sempre muita. Às vezes chego a pensar se não tenho lá em casa uma nascente de roupa para passar.
Ou então, levar a sr.ª para casa à tarde e traze-la de manhã. Pena não ser um sr. Pena não ser o sr. da foto...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

As primeiras folhas já caem.
Passo calmamente onde te esperava encontrar. Nada. Nada sei de ti.
A tua ausência dói. A tua ausência mata.
As nuvens negras apressam-se em chegar. Pequenas gotas caem.
O vento sopra forte.
Sem ti nada é certo.

Confusões Policiais

Regresso de um curto tempo de férias e logo pela manhã (madrugada para alguns) chatearam-me.
Como habitual, antes de entrar ao serviço, fui beber um café ao posto de serviço da Galp.
Quando entrei, reparei que se encontrava ao balcão um agente da autoridade (PSP). Já não era a primeira vez que nos cruzávamos no referido posto.
- Oh giraça!
Olhei para o lado a ver quem seria a pessoa para a qual o referido agente estava a falar. Poderia ser alguém que ele conhecesse.
- Giraça, é mesmo para ti!!
Olhei para o referido sr. e perguntei: - O sr. agente está a falar comigo?
- Sim, giraça.
- Peço desculpa, mas o sr. agente deve estar a confundir-me com alguém.
- Não senhora, é contigo mesmo que estou a falar.
- Sr. Agente M. o sr. está a passar das marcas. Está a faltar-me ao respeito, e eu não o conheço de lado nenhum.
- Não? Então não te lembras do assalto na piscina?
- Eu fui assaltada na piscina, mas não me lembro de si. E peço desculpa, mas já estou a ficar atrasada para o serviço.
Sai porta fora e nem olhei para trás. No caminho ainda pensei se o referido sr. não estaria com um copito a mais, se não teria feito noite e estaria desorientado.
Quando ouço a palavra giraça, só me lembro de girafa e isso não sou de certeza. Nem girafa acabadinha de nascer.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Sugestão Semanal

James Dean 1931/1955
Sábado 02/10
22:30h "Fúria de Viver"
00:30h "A Leste do Paraíso"
RTP2
A não perder!!

Momentos

"Um dia levo-te para um elevador e carrego no stop"

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Longe...

O sol já não me aquece
Não me aquece com o seu calor
O meu coração sangra de saudade
Sinto falta do teu amor

Deixaste-me só e triste
Sem ti sinto-me perdida
Arrasto-me pelo tempo
A minha alma encontra-se ferida

Ferida com golpe profundo
Profundo como um punhal
Sinto-te longe de mim
Vem! Não te vou fazer mal...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Need You Now

Picture perfect memories,
Scattered all around the floor.
Reaching for the phone 'cause
I can't fight it any more.
And I wonder if I ever cross your mind
For me it happens all the time.

It's a quarter after one,
I'm all alone and I need you now.
Said I wouldn't call
but I lost all control and I need you now.
And I don't know how I can do without,
I just need you now.

Another shot of whisky,
can't stop looking at the door.
Wishing you'd come sweeping
in the way you did before.
And I wonder if I ever cross your mind.
For me it happens all the time.

It's a quarter after one,
I'm a little drunk, and I need you now.
Said I wouldn't call
but I lost all control and I need you now.
And I don't know how I can do without,
I just need you now.

Yes, I'd rather hurt than feel nothing at all.
It's a quarter after one,
I'm all alone and I need you now.
And I said I wouldn't call
but I'm a little drunk and I need you now.
And I don't know how I can do without,
I just need you now,
I just need you now.
Oh, baby I need you now.

Lady Antebellum

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O tempo


o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava. era a tua
a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade.


José Luis Peixoto

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Vindima

Ler o blog de um dos meus seguidores, fez-me recuar no tempo.

Finais de Setembro, a escola ainda não tinha começado. Eram os últimos dias de férias.
Antes da vindima, preparavam-se os cestos, os apetrechos, combinavam-se os turnos, e quem fazia o quê. Como sempre, deixavam-me de fora. Andava sempre a cirandar de um lado para o outro, queria ver como era, queria fazer parte do mundo adulto.
- Vai ler um livro! Vai ver os livros da escola! - mas como? se já tinha visto tudo, mais do que uma vez, e até já tinha feito algumas fichas de trabalho. Não queria ler, queria estar ali a aprender tudo, a ver como se fazia. E no dia seguinte, também queria ir.
Não conseguia dormir, acordava vezes sem conta durante a noite. E, há hora de acordar, estava a dormir que nem uma pedra.
5h da manhã, hora de acordar.
Custa um pouco no início, mas depois passa o sono e a ânsia de ir para as vindimas é tanta que até me esqueço do sono e da noite mal dormida.
A vinha fica no meio da serra. É ainda noite quando chegamos. Está nevoeiro. Mágico.
Perco-me um pouco na paisagem, e nem dou pelos trabalhos começarem. Esqueci um pouco a vindima, nem ouço as cantorias para aquecer a alma. Estou longe, bem longe, daquele lugar.
- C. então não vens ajudar? - ouço a minha mãe dizer.
Corro a buscar um cesto pequenino, pego na tesoura de poda e lá vou eu aprender.
A meio da manhã, já tinha apanhado dois cestos, pois entretinha-me mais a ver os outros a trabalhar do que propriamente a apanhar as uvas.
O almoço era quase sempre carne frita com migas de batata ou de pão, salada de tomate.
Depois de almoço, dormia a sesta, e quando acordava já estava quase tudo apanhado para aquele dia. No dia seguinte havia mais.
E assim era durante quase uma semana.


As noites já refrescam um pouco.
Durante o dia o sol aquece, um pouco.
Já sabe tão bem, um cafezinho bem quentinho, uma manta pelas pernas e ficar enroscadinha no sofá, a ler, ou então, não fazer nada. Simplesmente ficar assim.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Avó "Parinho"

Com a chegada do Outono, vi partir uma avó emprestada, mas que considerava como se fosse minha de verdade.
94 anos de idade.
94 anos de vida dura, vida sofrida de uma mulher abandonada pelo marido com três filhas a cargo. Trabalho do nascer ao pôr do sol para que nada faltasse às suas meninas.
Quis o destino que morresse no mesmo dia que o marido que a abandonou, com diferença de 3 anos.
Avó "Parinho" como o teu bisneto te chamava, vamos sentir a tua falta, do teu sorriso, da tua gargalhada.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Chegou o Outono

Finalmente!!!
A brisa outonal já se faz sentir.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Luz ao longe

A noite gela o meu corpo.
Abro os olhos.
O luar denuncia uma presença.
O corpo dorido tenta fugir, não consigo.
Agrilhoada. Encontro-me presa à terra que me consome, pouco a pouco.
Alguém chega.
A força abandonou o meu corpo.
Seguras-me. Sinto as tuas mãos no meu corpo.
A tua mão, dá-me de beber.
Os olhos abrem-se muito a custo.
Encontrei um olhar doce, um sorriso tão calmo.
Tentei sorrir...

SLB

Para os meus amigos sportinguistas, com muito amor e carinho.

sábado, 18 de setembro de 2010

Rattle and hum II

Simplesmente genial!!!
Adoro-te ...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Rattle and Hum



O DVD que chegou hoje às minhas mãos!!!
Já adivinharam onde vai ser passado o meu fim de semana e a fazer o quê.
Tantos temas para ouvir e ver.
Quem me conhece, sabe muito bem como estou, eheheh

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Procura

Procurei por ti
Procurei uma presença tua
O vento sopra forte.
Ando pela rua sentindo a aragem fresca que me gela o rosto, o corpo, o coração.
Sigo por uma estrada sem saber onde me leva
Começa a chover.
As gotas misturam-se com lágrimas que teimam em correr
O coração, aos poucos, vai gelando.
Os passos vão ficando difíceis de dar.
O corpo aos poucos vai definhando.
Se, ao menos, tu estivesses aqui...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Um sonho desfeito

De entre tanta gente que nos vai surpreendendo pela negativa, ainda há quem nos surpreenda pela positiva. Ao menos isso.
Para desgostos e amarguras, bem basta as que nos vão batendo na cara, como se chapadas fossem. E o mais engraçado é que damos sempre a outra face.
A vida continua, como sempre continuou, e sempre há-de continuar, mas o olhar fica mais triste. O interior moribundo. Algum dia já nem sei quem sou, nem para onde vou.
Os sonhos nunca passaram disso mesmo.
Sonhos...

sábado, 11 de setembro de 2010

Recordações

Ainda estava eu a deliciar-me com a recordação do meu 5ºano (antigo 1º do ciclo) na dita escola, onde fui levar a minha filha para o 1º dia de aulas quando ouço:
- Não vais para a Católica? O teu pai e os teus tios não foram e tu também não vais.
- Oh avó, mas as minhas amigas vão e depois vou ficar sozinha.
Católica??? - pensei. Mas ainda agora entraram no 5º ano, já está a pensar na universidade?? Erro meu.
- Lá não se aprende nada, tudo o que dizem é mentira, Deus não existe.
Pronto, a Católica não era senão as aulas de Religião e Moral.
Recordei as minhas aulas de Religião e Moral no 5º e no 6º ano, e só me recordo que foi onde aprendi a dar nós nas gravatas, não me recordo de mais nada. Ah e da catequista também, que ainda hoje vai ao meu serviço falar-me a mim e a metade da população de Portalegre, claro e o mais engraçado é que sabe os nossos nomes ainda. Não o nome que tenho no cartão de identificação, o nome de solteira mesmo.
Mas a conversa entre avó e neta continuou.
E no fim pensei. Está aquela criança (mais alta do que eu) a iniciar uma nova fase da sua vida, era para ser acarinhada, mimada e a parva da avó só a melgar a miúda. Ainda olhei duas ou três vezes de lado, a ver se ela percebia, mas acho que não me viu, só "via" era dizer mal de tudo, da escola, do ensino, dos professores, dos horários,...
Cheguei a casa, falei com a A. sobre a conversa da sr.ª e ela diz que não ouviu muito bem, pois estava a "ver" a escola nova. Contei-lhe algumas peripécias engraçadas, revi professores que ainda me recordam (por bom comportamento, não pensem que era uma rebelde), revi onde me apaixonei pela 1ª vez (e o apaixonado à minha frente com o filho) ehehehe.
Foi bom voltar ao 1º ano do ciclo, que era assim que se chamava no meu tempo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Check-up

Doutourices à parte, hoje foi dia de check-up anual.
Diagnóstico:
Visão - Cansada
Audição - Surdez de percepção (ouvir, até ouço, não percebo é certos sons; coisa que convêm às vezes)
Olfacto, Gosto e Tacto - não são mensuráveis (que desperdício o gosto e o tacto não serem avaliados com este doutor)
ECG - Coração de ferro, não sofro de mal de amor
RX ao Tórax - Boa insuflação
Análises - Segue o resultado amanhã
E como me apanharam lá, vacinaram-me. Não contra a raiva, mas sim contra o tecto, perdão, tétano. Com aquele doutor, era no tecto, na parede, no chão...

Sugestão Semanal

10 de Setembro 2010
21:00h
Pavilhão Atlântico

Poucos artistas cantam o amor com tanta elegância, eloquência e sentimento como o canadiano Leonard Cohen.
Aproveitem, para ouvir o mestre das letras românticas.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Saudades

Uma brisa outonal já espreita no horizonte.
Hoje, o dia está propício para uma estadia no sofá, a ler um bom livro, e um chá de frutos vermelhos ao lado.
Já tinha saudades deste tempo...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O sol brilha intensamente, queimando-me a pele
Penso em ti, nas saudades, na falta que me fazes
Estar sem ti, dói.
Uma dor agonizante.
Uma lembrança tua, rejuvenesce o meu ser

sexta-feira, 3 de setembro de 2010


A brisa madrugadora entra sorrateiramente pela janela.
Abraça o meu corpo despido, gelando-o.
Imagino-te... penso em ti.
Sentir a tua mão percorrer o meu corpo.
Os teus lábios saboreando-o.
Deixo-me levar por um sonho bom.
Deixo-me levar...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Abelhita

Sou um docinho, disso já não tenho dúvida.
No início do verão, umas picadas na perna, de seguida um ataque aracnídeo, na praia umas melguitas e agora uma abelha.
De manhã, aguardava a boleia da mãmã, e os cabelos ondelavam por causa da brisa matinal.
Acabadinha de tomar o banhinho matinal, a cheirar a pétalas de rosa, entrelaça-se a abelha no cabelo, vou lá com a mão e zás, duas picadelas, que doeram imenso. O dedinho, minúsculo, franzino, ficou quase da largura do punho. Só queria sair dali, senão a malvada ainda ia chamar as manas e para além do dedinho, ficava eu toda um inchaço.
Cheguei ao serviço e recorri logo à urgência para tomar um anti-histamínico que me deu uma pedrada enorme. O dedinho já está normal.
Durante o dia fiquei a pensar "devo ter um sangue bem docinho". Mas ainda bem que os vampiros, só mesmo os da novela e dos filmes, senão tinha filas intermináveis à porta. Acho que até se mordiam uns aos outros pelo meu sangue. Assim à falta de vampiros, que se queriam jeitosos, lá vamos tendo umas melgas, umas aranhitas e uma abelhinha.
Que mais virá até ao fim do verão.
Quero a minha estação do ano favorita, rápido.
Outono, onde andas??