domingo, 29 de setembro de 2013

Reeditado. Um dos primeiros poemas

Chegou em silêncio
Altiva e bom porte
Transforma tudo o que toca
Em desgraça e em morte

Transfigura-se em mil pessoas
Bela, sedutora e sarcástica
Eleva os braços além do tempo
A sua plenitude é mágica

Quem será que me atormenta
Com aspecto tão divino?
O meu corpo transforma-se
Que pensamento maligno

O fogo é o seu alimento
As cinzas a sua força
Transforma a vida num inferno
Oxalá ninguém nos ouça

Gritar não vale de nada
A sua presença é-nos imposta
Não vale a pena lutar
Por fim sossega. E depois cai morta!

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Último brilho



O toque do telefone despertou-me de um sono profundo, sendo complicado distinguir entre o sonho e a realidade.
- Menina Matilde Lousada?
- Sim, sim sou eu. – a minha voz soou um pouco assustada.
- Fala o agente Pereira. Encontrámos a sua avó perto do ribeiro, de novo! – o tom de voz agravou-se na parte final da frase, fazendo-me temer o que diria a seguir. – Já é a quinta vez este mês. Se não tem condições, temos que…
- Vou já buscá-la!
Vesti a primeira camisola e par de calças que encontrei na roupa ainda por passar. Os turnos no hospital eram cada vez mais puxados e a casa de repouso onde ia fazer umas horas estavam a deixar-me cansada, esgotada. E depois havia a avó Juliana. Nos primeiros tempos que ficámos só as duas, tinha sida uma grande ajuda, o meu pilar, mas os últimos meses após a morte do avô tornaram-se complicados. Ao início eram as chaves esquecidas, o fogão ligado, esquecer-se de comer, mesmo até de tomar banho, até que os períodos de ausência começaram a ser cada vez mais longos. Não podia deixá-la num qualquer lar, era tudo o que tinha, tudo o que podia chamar de família.
Durante o caminho só pensei em qual seria o fascínio da minha avó por este ribeiro.
- Avó! De novo? Sou eu a Matilde.
- Minha senhora, estou à espera do meu amor. Marcámos um encontro aqui.
- Sim, sim, mas ele hoje não pode vir.
- Não pode? Mas ele disse que vinha!
- Ligou-me a dizer que tem que ficar para amanhã. Podemos ir embora, agora?
- Sim senhora pode ser.
Enquanto nos encaminhávamos para o carro, o agente Pereira veio ter connosco.
- Menina Matilde, temos que tomar providências.
- Eu sei senhor agente, mas não posso ficar sem a avó, ela é tudo o que tenho.
- Mas ela sozinha em casa também não pode ficar. Ou reduz o ritmo de trabalho ou encontra alguém para ficar com ela. – soou quase como uma obrigação, o que me deixou assustada.
- Eu sei. Obrigado pelo telefonema, e por favor não faça nenhuma participação, senão terei a visita da Assistente Social de novo.
- Fique descansada. Falei com o meu camarada e desta vez não haverá participação.
- Obrigado!
- Boa viagem!
Depois de sentar a avó, contornei o carro para me sentar quando senti que o agente Pereira me observava. Das poucas vezes que tínhamos falado pareceu simpático e bastante prestável, e muito bonito, mas definitivamente paixões era a última coisa que precisava no momento.
Quando me senti longe daquele lugar, segura no meu carro e perto da minha avó, as lágrimas caíam ininterruptamente. Sentia uma dor intensa dentro de mim. Mais uma vez não tinha conseguido tomar conta dela e estava a ficar sem muitas opções de escolha, assustada e com a possibilidade de poder ficar sem ela.
- Avó, tem que parar de fugir!
- Sim minha senhora. Não fugi, vim ter com o meu amor.
- Avó o avô já cá não está. Quando não estou em casa ou estou a descansar tem que ficar em casa.
- Uma menina tão bonita não merece chorar. Mal de amores?
- Avó…- preferi nem continuar a conversa. Sei que não ia dar em nada. Quando assim estava era deixá-la ficar com as suas histórias, com o seu amor e vê-la sorrir. Pelo menos naquele mundo só dela era feliz.

(continua)

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Manto de Outono

A pouco e pouco a aragem fresca vai despertando do ardente sono dos últimos meses.
Pelo chão, as folhas secas vão-se amontoando ao sabor do vento, pequenos montes por aqui e ali, perdidos.
O Outono vai-se anunciando devagar, calmamente.
As manhãs, em que a bruma trespassa pela cidade, brinda o nosso olhar com o mais belo quadro.
É aqui, agora, que o meu ser rejuvenesce, se liberta da opressão em que se encontra.


domingo, 22 de setembro de 2013

Portalegre by night CITY TRAIL - a reportagem

Vamos lá a correr, para não chegar tarde. Dia, hora e sítio combinados.
Já no local combinado, um pouco antes da hora. A 1ª foto do dia. Os companheiros de aventura.
Acreditem, aquele placard tinha um íman! Estão a ver a serra ao fundo? Daqui a nada estamos lá mesmo no cimo, como não sei, mas hei-de lá chegar... a rastejar feita lagartixa. Não, cobra não! O veneno que deito não chega a ser mortal!
Ri-te, ri-te! Mais logo até chamas pela mãe, pelos santos e anjinhos que te consigas lembrar, e pelo caminho inventas alguns...
Já equipada e em andamento. Engraçado que não sei onde esta foto foi tirada. Pipe não é preciso ires a correr, nós vamos na caminhada!
A Natália, o Pipe, a mais gira, e o Duarte, um menino que conheci nessa noite e que foi o meu companheiro durante os 13km, nunca me deixou para trás, ou eu a ele, pois foi-me dito que ele levava as sandes de presunto.
Duarte, tens a certeza que não havia um elevador lá embaixo? Quantos degraus são? 500?1000? Ah são 2000, eu bem sabia que isto era moleza demais. Mas sinceramente não sei quantos são, mais de 100 são de certeza, e largos. Ai, pernocas, pernocas!
Depois da passagem pela igreja da Senhora da Penha, a subida até à cruz. Escuro, muito escuro. Subidas horríveis. A sorte era eu nem ver onde punha os pés e quais seriam os companheiros que rastejariam ao meu lado, eheh
A cereja no topo do bolo, neste caso serra. Não, não estava a chover. Pó, muito pó!
Com a cruz atrás de mim. Sentada num trono de pedra. A vista era magnífica. Não havia por ali muita "guerra dos tronos", era sentar, tirar foto e andar, eheheh.
A chegar de novo à Igreja. Se a subida custou a descida foi pior, e houve um singelo rastejo pelo chão para não cair e rebolar até cá a baixo. Ah e também houve chicoteamento nas pernas e pelos braços, havia quem disesse que era para fazer a depilação.
Água, a companhia ideal. Número 1!
Cunhada (anónima M.) com esta foto ainda nos convidam para ir trabalhar para as minas.
A última subida, finalmente! Ainda faltam o quê, 2km? Sempre a descer, fantástico!
De volta ao ponto de partida! Um grupo um pouco reduzido. Houve desistências pelo caminho, os veteranos da corrida já tinham chegado há muito tempo e alguns já tinham ido embora. Aqui muitos dos caminhantes, para alguns a primeira vez numa actividade desta, como foi o meu caso. Gostei muito. Foi cansativo, foram subidas duras, descidas acrobáticas, uma noite amena, em que houve entreajuda entre pessoas que nunca se tinham visto, incentivos, uma união em prol do desporto e do bem estar. "Os lobos" estão de Parabéns! E quero mais! Em Maio são 23km. Já estou a treinar, e quem sabe nessa altura não irei na fase da corrida, eheheh. Sonhos!!!!

domingo, 15 de setembro de 2013

"Bora" lá participar??

http://acportalegre.com/2013/09/11/20-as-20-portalegre-by-night-city-trail/

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O início da corrida

Dos 49 aos 54 segundos voou por ali uma Orquídea.eheh.

Quase, quase o Outono

Setembro chegou. Os dias ainda continuam quentes a contrastar com as noites cada vez mais frescas. As árvores de folha caduca começaram a perder o verde viçoso, e as primeiras pinceladas amareladas vão surgindo. Pelo chão, o manto já se faz notar. As primeiras chuvas também já apareceram, embora um pouco envergonhadas. Assim se faz notar o meu Amado Outono. Saudades...

Viagens

Agora que as férias já passaram, e a Inspecção também já passou, vamos voltar (mais ou menos) regularmente à blogosfera. O bom de andar em transportes públicos é ficarmos a saber a vida de muita gente na cidade e arredores. Vocês sabiam que há um homem que "põe barriga" nas mulheres??!! Eu cá não quero chegar perto dele. Ando eu a correr todos os dias (novidade das férias), a manter a forma e depois vem um qualquer e põe-me uma barriga?? A "Manela" foi assaltada no túnel dos hipermercados, bateram-lhe, levaram 200€. "como é que ela tinha 200€?". Quer dizer não se importaram que ela tivesse levado uma sova, o importante é como é que ela tinha 200€. Ainda no fim de semana passei no túnel para ir às compras, mas não levava 200€. O "Jaquim" largou a mulher e juntou-se com a "Xica, aquela desenvergonhada do prédio da Jacinta, que se atirava aos homens todos." Ainda bem que não sou homem e nem sei quem é a "Xica". E isto tudo numa viagem de 20 minutos. Agora imaginem numa viagem de 1hora. Há gente que acorda com a corda toda.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A gozar o último dia de férias. Amanhã de volta ao trabalho. Aguarda-me uma inspecção de 3 dias ao serviço. Haja dureza!!!