sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Desejo

Feliz 2011 a todos quantos me visitam!!!

Delírio IV


(Continuação)


"Encontro-me sentado à sua espera.
O desejo de a conhecer é enorme. Sei tanto de si, que parece que sempre a conheci. E realmente conheço.
Toda a minha vida ouvi falar da Maria. O que a Maria fazia, o que lia, do que gostava. Nessas alturas tentava imaginar a sua vida, como seria, onde lia, quais seriam os seus sonhos, os seus desejos. Quantas vezes dei por mim a reler os livros que tinha lido, tentar sentir o seu cheiro através deles...
Um dia haveria de a conhecer e esse dia chegou...
Só tenho a agradecer ao avô Meireles..."

-
Avô Meireles!?!? Como avô Meireles!?!?

(Continua)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Trocadilhos

"- Olhe você me pode fazer uma "sacanagem"?"
"- O quê?"
Sacanagem? Então mas o brasileiro passou-se ou quê? Quer que eu lhe faça uma sacanagem?? Que tipo de sacanagem? Já me estou a imaginar de metralhadora na mão, a percorrer as favelas do Rio de Janeiro ou então a "sacanear" algum rapazito desprevenido; ou então numa "sacanagem" mais intimista.
"-Tenho uns documentos que precisava de enviar para meu amigo."
"Scanar" os documentos!!!
A minha perversa mente já estava a deturpar o conteúdo do pedido ou não!

sábado, 25 de dezembro de 2010

The Pogues & Kirsty McColl Fairytale Of New York



The Pogues!
Uma surpresa para ouvir nos dias mais frios de Inverno, como o de hoje.

AUREA - Busy (for me)



Um mimo de Natal!!
Não é habitual.
Devo ter comido ou bebido muito vodka com sabor a amora!!! M. a culpa é tua cunhadinha!!
Pronto.
FELIZ NATAL!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Um Feliz Natal e essas tretas...

O Natal é uma época de paz, alegria, magia. Porque não passar esta época para todas as semanas do ano??
Só nos lembramos dos amigos nesta altura.
Só nos lembramos da família nesta altura.
Só nos lembramos do vizinho do 2ºB que vive só, nesta altura do ano.
A nossa face, coloca a do Joker a um canto. Não sabemos se é alegria mesmo, ou o botox que repuxou demais.
Gosto de fazer o Natal todos os dias.
Não gosto da hipocrisia de certas pessoas, que levam o ano a dizer mal de nós, e quando chega a esta altura é sorrisos, troca de prendas, oferta de chocolatinhos, etc.
É como os jantares de Natal.
Chefes, pseudo-chefes, os bufos, os normais, os graxas, os coitadinhos, as giraças, tudo em confraternização, que até dá dó, de tanta falsidade. Ainda fui a dois ou três, quando comecei a trabalhar, mas depois de ver isto, desisti, e atrás de mim, vieram mais alguns. Não vale a pena forçar uma coisa, pois no dia a seguir já se está a comentar a mini-saia da Isabel, o casamento da Cristina que já teve melhores dias, a Maria vinha muito pintada, a Sandra que se estava a atirar ao empregado, enfim mulheres.
Mas senhores, não se ponham a rir, pois a vossa parte também aqui entra. O Manuel a olhar para as pernas da Isabel, o João a fazer olhinhos ao Manuel, o Vítor a falar de futebol, o Alberto a enfrascar no vinho e chegando ao fim da noite, já nem da mesa se levanta. É disto e algo mais que se trata os jantares de Natal das empresas.
E os de família não são muito diferentes. E não venham já criticar, que na vossa família não é assim, que é mentira.
Bem, isto tudo serve para desejar um Feliz Natal a todos quantos passam por aqui.
Depois de lerem isto, alguns nunca mais voltarão... espero que não. Sabem não sou sempre assim tão negativa, é já as saudades do meu Outono.
FELIZ NATAL!!!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Volta depressa, meu Outono

Anne-Louis Girodet de Roucy-Trioson
"Autumn"

Servem os dias mais frescos
Para anunciar a minha chegada
Dos meus cabelos caem folhas
A minha vinda está anunciada
A folhagem converte-se do verde ao castanho
Passando pelo rubro, escarlate
No ar a essência a castanhas
Faz lembrar um quente chocolate
Daqui a pouco vais embora
Outono do meu contentamento
Chega o gélido Inverno
Volta depressa, Meu encantamento!!

sábado, 18 de dezembro de 2010

"Atala no Sepulcro"

Anne-Louis Girodet de Roussy-Trioson (1808)

Pintado em plena época napoleónica.
Inspirado num dos mais importantes romances do tempo, Atala, de Chateaubriand, uma trágica história de amor entre dois selvagens, publicado em 1801 e que viria a ser tratada seguidamente por inúmeros pintores seduzidos pelo exotismo da narração.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Delírio III



(continuação)

Corri!
Corri até não poder mais. Tudo o que queria era sair dali.
"Ricardo" o nome, a cara, a voz não saíam da minha cabeça, do meu pensamento.
Começou a chover. As gotas batiam no meu corpo como se me quisessem derrubar, deitar ao chão.
O livro dentro da sacola. Era tudo o que nos unia. Porque quereria que eu o lesse?? Como saberia o que eu gostava?? Porque o sr. Meireles lhe falava de mim??
Tantas perguntas sem nenhuma resposta.
Sentia os ramos das árvores, ferirem o meu corpo; o meu pensamento feria a minha alma.
Nunca me tinha sentido assim. Nem mesmo com José.
Os dias foram passando.
A sacola dos livros continuava no mesmo sítio, desde a última ida à carrinha da biblioteca. Olhava para ela todos os dias, mas o receio por saber o que lá estava, o que lhe fazia lembrar, e saber que Ricardo lhe tinha tocado, teria o cheiro dele, o toque dele.
José já tinha estranhado não ver nenhum livro na sala, não encontrar Maria a sorrir. A sorrir para um livro. Nunca o conseguiria compreender.
Os dias foram passando entre o trabalho, a lida da casa. Por vezes olhava de soslaio para a sacola. O dia seguinte seria dia de visita da carrinha. Já tinha decidido não voltar lá. Não queria encontrar o novo bibliotecário.
Pega na sacola. Já não podia adiar mais ver o que lá estava.
Segura o livro. Uma folha escorrega e cai ao chão.
O seu corpo estremece.
Uma carta!!!
Uma carta de Ricardo!!!

(Continua)

Flesh and bone, sequela alentejana

Como sempre, todos os dias na hora de almoço, somos a mesa mais animada de todo o refeitório.
Já todos nos conhecem pelas gargalhadas, pelas brincadeiras.
Por que será que tudo tem que estar cinzento, até mesmo a comer!
Hoje era a M. a contar detalhadamente um filme que viu ontem, e depois os nossos comentários às "cenas" do filme fizeram um brilharete nas mesas vizinhas.
O que eles não sabem, é que isto se prolonga pela tarde dentro, todos os dias. E pior, começa logo de manhã. Alegria e boa disposição todos os dias, no serviço.
E, sim, trabalhamos, e muito, para quem já esteja a pensar que não se faz nada.
Afinal temos vidas a depender de nós...

Falta a educação

Se há coisa que não suporto são faltas de educação. E falta de educação da classe médica, ainda pior.
Lido com eles diariamente e já vou conheçendo as manhas de alguns. Todos são bons e maus, uns mais simpáticos, mais brincalhões, mais faladores do que outros. Há os residentes, e os que vêm alguns dias por semana, e há outros ainda que a gente nem sabe quem são.
O meu local de trabalho tem acesso para dois serviços diferentes e uma porta directamente para a rua.
Estava eu na minha labuta diária, quando vejo entrar e passar pelo meu serviço, um sr. de bata branca. Nada de bom dia, nada de com licença. Fiquei pasmada. Fui atrás dele.
- Olhe desculpe, o sr. é?
- Sou médico, não se vê?
Aqui, eu morri e renasci. Mas renasci maldosa.
- Vê-se?? Porquê?
- Tenho uma bata, o estetoscópio.
- Isso não quer dizer nada e se faz favor acompanha-me à porta.
- A menina está doida?!
- Até posso estar. Mas não entra por aqui dentro sem se identificar como deve ser, e para já um bom dia não custa nada dizer.
- Mas a menina não vê com quem está a falar? Preciso saber um resultado de um doente.
- Então eu acompanho-o.
- Está a duvidar de mim?
- Estou.
Lá soube o resultado, e acompanhei-o de novo à porta.
- Para a próxima, quando entrar por aqui, ao menos diga bom dia e faça favor de se identificar, pois isso de andar com bata não quer dizer nada.
- Peço desculpa.
De tarde, estava quase de saída, ouço bater à porta. Digo para entrar.
- Boa tarde!. Olhe sou o dr. M. posso passar pelo seu serviço, preciso de saber o resultado de um doente, e o telefone está sempre impedido.
Sorri.
-Faça favor de entrar. Está a ver que não custa nada?
Fiquei feliz, pelo menos nem que seja só por um dia, mas "eduquei" um senhor doutor. Eheheh

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sugestão Semanal

30 Seconds to Mars

Logo à noite, Pavilhão Atlântico.

Banda de rock alternativo, Jared Leto e companhia, apresentam aos fans portugueses "This is War", o disco de 2009 que serve de base ao concerto em Portugal.

Músicas como "Attack", "The Kill", "From Yesterday", "A Beautiful Lie", "Kings and Queens", "This is War" e "Closer to the Edge", irão ouvir-se mais logo.

Mamma Mia


Ao chegar ao bar do serviço para o 2º pequeno almoço, deparo com esta melodia que me fez recuar uns tantos anos...

Mamma mia, here I go again
My my, how can I resist you
Mamma mia, does it show again
My my, just how much I've missed you
Yes, I've been brokenhearted
Blue since the day we parted
Why, why did I ever let you go
Mamma mia, now I really know
My my, I could never let you go

É que na altura não havia cá Karaokes.
Era mesmo o Singstar do vinil.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Vencida

Serve o tempo de consolo à solidão?!
Apaga-se o rasto de minha presença em tua vida,
Guardas memórias de tempos passados
Tempos vividos, tempos amados.

Foge! Foges de mim, enlaçado
Como se teu corpo estivesse unido ao meu
Lembranças, mera lembranças de uma vida amaldiçoada
Nem sempre vencida, mais os tempos em que perdeu


Excertos Literários


"Era um conjunto indiferenciado de pessoas que subitamente ficaram a preto e branco. Meio em pânico pensei que estivesse a ter um ataque de daltonismo agudo. Algo que não vinha nos Manuais de Medicina que tinha estudado. (...) Uma rapariga. Mas como é que ela era a responsável por as cores terem desaparecido? Uma bruxa? Alguma ligação com poderes ocultos? Ou estaria Portugal tão cinzento, que até já as pessoas ficavam fisicamente contaminadas."


Pequeno excerto do livro "A Praia da Saudade", de Francisco Salgueiro. Um livro espectacular que retrata o Portugal dos anos 60.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sugestões

Museu da Tapeçaria de Portalegre - Guy Fino Dezembro de 2010
Comemoração dos trinta-e-tal anos do Atelier de Artes Plásticas de Portalegre
18 de Dezembro de 2010 a 8 de janeiro de 2011

Mané, já publicitei! Agora os quadros são contigo. eheheh

Sensações

Já vos aconteceu estar alguém a falar convosco e a mascar uma pastilha elástica ao mesmo tempo??
Para além do aspecto desagradável que isso implica na face de algumas pessoas (mascar com a boca aberta), a pastilha estar incluída num ménage à trois, com língua e dentes incluído, é má educação.
E, se tudo isto estiver incluído numa pessoa a fazer atendimento ao público, pior.
Para além do mau aspecto, fico sempre com a sensação que me estão a amolar.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Vida a Cores ou a Preto e Branco.

The Cure

O quanto nos tornamos inesquecíveis na vida de outras pessoas sem o sabermos.
Década de 80, era eu uma adolescente consciente (inconsciente, tinha dias), vestia de preto com as correntes que se usavam na altura, botas Dr. Martens, e o cabelo bem curtinho com muito gel. Estilo vanguarda, como era designado. Lia o "Blitz" à quarta feira. Ouvia "The Cure", "The Clash", "Echo and the Bunnymen", "U2"... (hoje em dia ainda ouço, não tanto como gostaria).
Os anos foram passando. O preto foi dando lugar a novas cores, dando alegria aos meus avós que não gostavam muito da minha indumentária negra. Passei pela fase negro e branco, azul, vermelho, rosa.
Passado quase 20 anos, estou eu em Castelo Branco às compras, quando ouço: "Ao fim de tantos anos, continua revolucionária, Menina C.S.!" Olho para trás e reparo no meu professor do 10º ano de Sociologia. Cumprimentámo-nos. Recordámos velhos tempos, e ao fim de tantos anos ainda se lembrava do meu nome completo.
E porque teria dito o professor que continuava revolucionária???
Eheheheh a indumentária era negro e cinza eheheheh.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Voltas trocadas

Voltou o Verão e não me disseram nada.
A indumentária que trago, parece adivinhar o nevão do século. Só faltou mesmo a neve.
Os sapatos de salto alto, perderam uma capa pelo caminho, e agora tenho que andar em biquinhos dos pés para não andar a coxear. Hoje é que vai ser pôr o gémeo a trabalhar.
O computador de manhã não ligou. Após várias tentativas, reparei que estava a ficha desligada. Quem me andou a boicotar??
O café, mais parecia uma água suja de lavar pratos.
AAIIII!!!
Quero ir para casa dormir!!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Um Delírio II

(continuação)


Lentamente voltei-me. Sentado no fundo da carrinha, vi um homem não muito alto, parecia novo. Cabelo escuro, olhos negros
- Maria? É esse o seu nome?
- Sim. - respondi um pouco surpresa. Como saberia, este homem o meu nome? Quem seria? Onde estaria o sr. Meireles?
- Decerto estará confusa. É natural! O sr. Meireles é muito querido pelas suas leitoras, e agora estranham a minha presença.
- Sim. - estava tão nervosa que não sabia responder mais nada.
Onde estaria o sr. Meireles? Quem era aquele homem, que me olhava de uma maneira tão misteriosa?
- Venho entregar os livros. Peço desculpa pela demora. - não queria pedir desculpa por nada. Não era a este homem que eu queria pedir desculpa.
- Não faz mal. Estava à sua espera. O Meireles fala tanto em si, que estava desejoso, curioso em a conhecer.
- A mim? O sr. Meireles fala em mim? Mas quem é o senhor?
- Chamo-me Ricardo e sou o novo bibliotecário. O Meireles adoeceu e durante os próximos meses serei eu a substituí-lo. - o seu tom de voz, alterou-se um pouco quando referiu que vinha substituir o sr. Meireles.
Revirei a sacola dos livros. Aquele olhar! Tinha que sair dali o mais rápido possível. Logo hoje, o dia em que pela primeira vez não me tinha arranjado, saí sem me pentear, andei à chuva, cheguei atrasada, com as faces ruborescidas. E o sr. Meireles não está!
- Guardei um livro só para si.
- Como sabe do que gosto de ler? - perguntei atrapalhada.
- Sei tudo sobre si. - disse convincente.
Desviei o olhar. Queria fugir dali. Encaminhei-me para a porta. Senti uma mão forte, mas ao mesmo tempo suave, segurar o meu braço.
- Por favor, não vá!- disse quase a suplicar.
- Tenho que ir. Já é tarde.- o meu pensamento foi enganado pela minha boca. Queria ficar.
- Leve este livro. Devolve para o mês que vem.
Peguei no livro e saí. Não queria olhar para trás. Quem era aquele homem, que pôs o meu coração a bater tão rápido, o meu pensamento a pecar, o meu corpo a desejar??
(continua)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Um Delírio I


(continuação)

O Inverno naquele ano tinha chegado mais cedo. As temperaturas geladas, a chuva ininterrupta há já vários dias, escurecia o seu dia, a sua vida.
Era dia da visita mensal do sr. Meireles. Com o tempo a preocupação de vestir o melhor fato, foi deixada de lado. Não estava com disposição de sair, mas tinha os livros para entregar, e nunca se tinha atrasado em tal compromisso. Olhou-se ao espelho, antes de sair. Uma madeixa branca teimava em revoltar seus longos cabelos castanhos. A pele macia, deixava as primeiras rugas ainda envergonhadas.
Pegou na sacola dos livros e saiu.
A chuva continuava a cair. Fechou o guarda-chuva. Adorava andar à chuva. Sentir as gotículas tocar o seu corpo. Pequenas gotas gelando o seu corpo. Naquele momento poderia ser quem queria, o seu pensamento voava para longe...
Não sabe quanto tempo terá andado à chuva. O sr. Meireles!?! Tinha que correr até à aldeia. Ainda lá estaria??
Ao longe avistou a carrinha. Estaria à sua espera? Ele não ficava assim tanto tempo.
-Sr. Meireles, desculpe. Sabe como eu sou. Adoro a chuva.
- O sr. Meireles não está. Estava à sua espera.

(continua)

Perguntas Estranhas

Uma dúvida que me tem assolado algumas vezes ao longo da minha vida.
Será possível um ginecologista ter prazer com a sua mulher, ao fim de um dia de trabalho???

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Rosto

O vidro mostra o reflexo de uma cara envelhecida.
Não sei quantos anos passaram.
A "loucura" enclausurou-me do mundo. O mundo que em tempos vi verde, azul, vermelho, de todas as cores possíveis e imaginárias.
A dor, a perda, tomaram conta de mim. Deixei-me levar, como se leva uma criança pela mão. O início foi bastante doloroso, uma dor que sufocava o meu peito, deixava-me sem ar, deixando-me esgotada, exausta.
As lágrimas, escorriam pelas faces.
Quis morrer. A vida não fazia sentido.
Dava por mim a vaguear pelas ruas, de noite, de dia. Nem sei quantos dias passaram sem que comesse, bebesse. Queria esquecer quem fora, queria esquecer a dor, essa dor sufocante.
Sorria, cantava, gritava. O mundo passou a ser o que eu queria. Se hoje chovia, amanhã nevava. Se agora era dia, logo era noite. Fui vivendo ao sabor do vento.
Fui esquecendo.
Perdi-me.
Agora, encontrei-me. Não conheço quem está no vidro. O cabelo grisalho, a pele enrugada, o olhar triste. Olho para as minhas mãos, vejo uma pequena cicatriz na mão esquerda. Eu tinha uma cicatriz igual. Mas era nova, o cabelo tinha uma pequena madeixa de brancos, à frente, a pele era lisa, o olhar, meu Deus o olhar, olhos mágicos os meus.
Onde estou? Quem sou?
Uma lágrima, escorre pela face.
O vidro embacia-se. Vou deixando de ver aquele rosto velho, enrugado.
Ao longe, o mar revolto, bate nas rochas

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

...


"Em todas as lágrimas há uma Esperança"

Simone de Beauvoir

D. Duarte, o Rei timorense.

"D. Duarte Pio, pede nacionalidade timorense."
A notícia de ontem à noite até me deixou sem dormir.
O nosso rei pedir outra nacionalidade? Estou a viver em Portugal?? Acho que não.
E a notícia ser dada logo no dia em que se comemora a Restauração da República.
Mais vale"vendermo-nos" aos espanhóis de novo.
Timorense?? Ainda me custa acreditar.
E o pedido já foi feito a Ramos Horta.
Se até o nosso Rei já está de fugida, o que não fará o povo???