quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Penfriend

Os penfriend´s dos anos 80.
Numa altura em que os computadores não abundavam nas casas em Portugal, nem se ouvia falar em hi5, netjovens, facebook´s ou outros semelhantes, os penfriend eram moda, no 5º e 6º ano da altura.
A aprendizagem de uma língua nova, levava muita adolescente a inscrever-se.
Não me recordo muito bem, como se processou a inscrição, mas no preenchimento da mesma para além dos nossos dados pessoais que ficavam registados a nível mundial (diziam eles), podíamos escolher alguém com quem escrever. Escolhia-se o sexo, a idade e o país.
Escolhi um italiano, sexo masculino, da mesma idade que eu, na altura.
As semanas seguintes, foram vividas com alguma preocupação, angústia. Era uma correria pegada de volta da caixa do correio, que de tanta vez ser aberta e fechada, ainda lhe ia estragando a fechadura.
Chegava à escola e via algumas colegas já com o endereço dos penfriend´s que tinham escolhido a delinear as primeiras cartas e eu nada, nem o que escolhi chegava.
Certo dia, nem me lembro se chovia ou não, se estava sol, se nevava, quando cheguei a casa, tinha em cima da mesa um envelope colorido. O meu penfriend, tinha chegado!!!!
Assim que abri o envelope, lá tinha um nome, morada e era só começar a escrever.
As vezes que eu peguei naquele papel (ainda o tenho guardado, eheheh).
Escolhi na altura um papel de carta todo joli (bonito) e escrevi a primeira carta.
E até hoje o parvalhão do italiano não chegou a dizer nada. Nem um "não quero nada contigo!"
Michelle Migliorini não sabes o que perdes-te, eheheheheh
E eu que gostava e ainda gosto de escrever cartas, e nem um penfriend tive.
E o que mais me custou foi ver as outras colegas com as cartas dos seus penfriend´s e eu penfriendava com os amigos imaginários.

6 comentários:

  1. No meu tempo,antes do seu, não chamávamos "penfriends", mas correspondentes.

    Tive uma correspondente, francesa, a Françoise. Morava em La Varenne - St. Hilaire, nos arredores de Paris.

    Fomos correspondentes durante uma data de anos. O curioso é que ainda guardo as cartas.

    Good old times.

    Raul

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  2. Bloggetrotter.
    São recordações engraçadas, que gostaria de ter, mas ninguém quis "penfriendar" comigo.
    Anos mais tarde, conheci uma espanhola e durante alguns anos escrevemo-nos em espanhoportuingles, eheheheh

    Beijo

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  3. Carlota
    O tipo não sabe mesmo o que perdeu.
    Quando os soldados nossos conhecidos iam para o Ultramar tinham uma madrinha de guerra, eu fui madrinha de um irmão de um cunhado meu, eu já namorava e casei a corresponder-me com ele, é lógico que o meu falecido marido sabia. Também se namorava por carta. E quando o meu marido foi para a tropa já casados nós escriviamos cartas lindas, ainda as tenho guardadas.
    Beijinho

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  4. Também tive várias penfriends, o que foi muito importante, principalmente quando decidi tornar-me vagabundo. Eram sempre porto de abrigo e, curiosamente, ainda hoje tenho duas amigas desses tempos.

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  5. Carlos.
    Mas eu não cheguei a ter nenhum penfriend. O rapaz não quis saber de mim, o desnaturado.
    Não sabe o que perdeu. eheheh

    Beijo Outonal

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  6. Minha Flor.
    O tipo não sabe mesmo, eheheh.
    Sei o que são madrinhas de guerra e os casamentos que havia na altura por procuração. Tenho investigado bem o assunto com conhecidos por causa dos meus "Delírios", eheheh

    Beijo

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