segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Indignação

Como se costuma dizer: "A minha alma está parva!" e é que está mesmo.

Como toda a gente sabe, trabalho no banco de sangue.

Neste dias, e ainda bem, tem aparecido muita gente para se inscrever no CEDACE (Centro de Histocompatibilidade - no nosso caso do Sul). Muitos deles devido ao apelo de Carlos Martins, para o seu filho Gustavo.

Este caso é importante, mas também é importante para todos os doentes que estão à espera de um transplante. Mais inscritos, maior possibilidade de haver uma compatibilidade.

Agora a minha indignação prende-se com o facto de as pessoas se irem inscrever SÓ para o filho do Carlos Martins e até o caso de uma senhora dizer que se fosse compatível já tinha a vida garantida, por amor de DEUS esta gente existe?????

Como funcionária pública e estando a exercer a minha profissão não pude responder à letra. Deixou-me comichão na língua...

15 comentários:

  1. Carlota,
    O que pensou, eu também pensei. O mediático é mais relevante do que a necessidade em si.
    Desejo que o filho do futebolista arranje um dador compatível e que esta doação em massa seja aproveitada para outros doentes.

    Não sabia que trabalhava na área da saúde. Área tão desprezada por este governo.
    Antes lutava-se e apostava-se no conhecimento para a vida. Agora, a lentidão do processo, a falta do essencial vai levar os que menos podem a morrer mais cedo.

    Desculpe o desabafo e a crueza do mesmo. Os políticos deviam descer da cátedra e viver segundo a maioria dos portugueses... gostava de ver!
    Bjs.

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  2. Carlota
    Triste demais para mim saber que existem pessoas tão insensiveis neste mundo, essa senhora deve ser uma pessoa infeliz, acredita.
    Tal como tu fiquei sem vontade de dizer o que penso.
    Beijinho boa semana

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  3. ssa gente existe, mas não precisa ir pra dentro da sua casa...deixe-os lá.

    5 bjs grandes

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  4. Estimada Comadre Carlota,
    A vida é assim, não fique indignada.
    Abraço amigo

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  5. Carlotamiga

    É o retrato do País que somos e que, pelos vistos, vamos continuar a ser. Pior: queremos que assim continue. A tua indignação é perfeitamente compreensível.

    O drama do Carlos Martins estendeu-se por todo o mundo dos futebóis. Ainda na sexta-feira, a Marca, o maior jornal desportivo de Espanha, lhe dava primeira página. É incomensurável a força da comunicação - e global.

    Mas, foi o próprio Carlos Martins que solicitou a ajuda, não apenas para o seu filho Gustavo, mas para todos em tais circunstâncias. Gostei.

    Qjs

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  6. Há gente para tudo e para todos os gostos...

    Uns dão sem olhar a quem, outros dão para determinado fim, há quem dê só para aparecer na televisão...

    As intenções ficam...

    Quantas vezes temos que nos calar para não ter que gritar ou dar um sopapo bem merecido.

    Coragem!

    Bjs

    Raul

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  7. No sábado, em conversa com amigos, avancei exactamente com essa hipótese, Carlota. Pessoas que só iriam dar sangue se fosse para o filho do Carlos Martins. Disseram-me que estava a ser perverso. Agora vou- mostrar-lhes este post.
    Beijinho

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  8. O filho do Carlos Martins, como antes aconteceu com o filho do André Couto, chamam a atenção para um fenómeno que passa despercebido no resto do ano, Carlota.
    Infelizmente é assim.
    E choca, irrita.
    Bjs

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  9. Completamente de acordo menina Carlota.
    Dá náuseas, o que faz mover as pessoas. bj.

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  10. Sinceramente, pensei que fosse ficar contente. Afinal, mesmo que por um impulso torpe e fútil, há gente a querer ajudar (pelo menos a possibilidade vai existir, se ficam inscritas no CEDACE, pois pelo que sei é para sempre, e para todos os possíveis casos em que haja compatibilidade).

    Eu lembro-me que me inscrevi no CEDACE há uns três anos, quando houve um pedido para ajudar uma menina chamada Marta. Antes disso nunca me tinha lembrado de o fazer, embora seja dador de sangue regular (menos regular neste momento, mas em breve irei fazer uma nova dádiva!). É certo que não deviam ser os apelos mediáticos a chamar-nos a atenção para as necessidades dos outros, mas olhe, no meu caso funcionou, porque nesse dia fui despertado para uma realidade bem próxima da dádiva de sangue, mas ao mesmo tempo tão diferente.

    E mesmo que seja pelos apelos mediáticos, olhe, antes isso do que não haver ninguém a dar.

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  11. Vou tentar responder a todos.
    A situação que se passou no serviço reflecte, infelizmente, a nossa mentalidade de querer fazer só em função de um benefício.
    É o filho de uma pessoa conhecida, como anteriormente foi para o filho do André Couto (neste caso menos conhecido), como para a Marta, a Inês e tantas outras pessoas que lutam dia a dia, à espera que alguém, seja quem for, seja compatível.
    Há também quem venha, independentemente de ser para A ou B. Claro que casos de crianças, deixam a maioria das pessoas mais sensíveis. Como muitas mães, e pais também, não podemos só fazer referência às mães, já imaginámos "E se fosse o meu filho? Podia ser o meu filho!".
    Quando o apelo de Carlos Martin é passado na comunicação social, já se esgotaram todas as possibilidades (entre família e todos os já inscritos).

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  12. Carlota
    Creio que no seu post e nos comentários, está tudo dito. Apenas quero sublinhar a sua indignação.

    Há uns anos, para aí 8, um irmão cedeu (penso que um rim) a outro. A comunicação social falou bastante nisso. Os irmão eram, se a memória me não falha, de Fronteira(aí perto).
    Por coincidências da vida encontrei-me com o dador na sala de recobro do Hospital de Stª Cruz. Tinha saído de uma angiosplastia e o dador estava a ser preparado para a delicada operação. Recordo o Amor pelo irmão, recordo que me disse, que daria a vida por ele se necessário. Na verdade nunca mais ouvi nada, já agora se a Carlota souber, diga qualquer coisa.
    Beijinho
    Rodrigo

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  13. Indigna-te porque tens toda a razão. Qualquer pessoa que decida "dar" deve dar a quem necessitar, nunca só ao X que é mais mediático...
    Tristezas! Mas não desistas de te indignar. Estás certa, não devia ser assim!
    beijinho

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  14. Rodrigo.
    Irei tentar saber de alguma coisa e depois digo-lhe.
    Beijo

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