quarta-feira, 29 de junho de 2011

Um Delírio XIII

Claude Monet (Garden Path/1902)

(continuação)

Casar!! Será que estava a ouvir bem?! José estava a pedir-me em casamento??"- Então o que dizes?- Achas um disparate, não é? Eu tenho idade para ser teu pai. - a voz saiu tão sumida, como se tivesse medo que eu ouvisse o que ele dizia."- José, tenho quase 15 anos. Acabei de perder o meu pai. Ainda nem tive tempo para pensar o que será a minha vida, o meu futuro. Tenho a minha mãe, tenho que a ajudar.""- Eu sei isso, Maria. Eu sei. E por isso mesmo te faço este pedido, neste dia."Como toda a rapariga, também eu sonhava com o meu casamento. O vestido, a igreja, a festa, o noivo. O noivo tinha sido até à bem pouco tempo, a única incerteza em todo este sonho. O corpo era visível, a face nem tanto. Tantos livros que lera, tantos sonhos. E, agora, neste momento o confronto com um dos sonhos ao qual eu não sabia dar resposta.A mão de José segurou a minha. Os nossos dedos entrelaçaram-se. Os seus dedos faziam cocegas na minha mão.O meu olhar baixou ao chão. A dor tornara-se mais forte. Os olhos encheram-se de lágrimas. Lágrimas de tristeza, lágrimas de felicidade."- Não chores, Maria. Por favor não chores. Se não quiseres casar, eu compreendo. Afinal somos desconhecidos um para o outro. Se tu quiseres, eu espero.""- Eu quero, José. Eu quero casar contigo. Choro de tristeza pela perda de meu pai. Ao mesmo tempo sinto alegria por este pedido.""- Minha doce Maria."Senti os seus lábios tocar levemente os meus. Os seus braços envolver o meu corpo.Fechei os olhos e deixei-me levar.



Recordei tudo isto, desde que José tinha fechado a porta."-Maria, ouviste o que te perguntei?"Levantei-me e fui ter com José. Beijei-o como se fosse a primeira vez, como a do riacho."- Gosto muito de ti, José.""- Também gosto muito de ti, minha doce Maria."O nosso olhar encontrou-se e os seus olhos transmitiam amor."- Ainda não me respondes-te. Porque não foste à biblioteca? O sr. Ricardo perguntou por ti. Não foste levar os livros?"Ricardo! Ricardo, perguntou por mim?!?
(continua)

5 comentários:

  1. Carlota,

    É agora vc apertou. Penso num porque, mais me parece óbvio demais, será? Ricardo, Ricardo.

    E agora José?

    5 bjs atentos

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  2. Estimada Comadre Carlota,
    Estou ficando a delirar com toda esta maravilhosa história que irá terminar, por certo, com um casamento, mas pelas letras do romance, fico na dúvida se será com o José ou com o Ricardo, é que o amor, por vezes, nos prega grandes partidas, que o diga eu.
    Foi por amor perdido em Portugal que fiquei nestas longínquas paragens do oriente.
    Abraço amigo, fico à espera do desenrolar dos acontecimentos, que dariam uma óptima novela.

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  3. Caros Amigos, Cozinha dos Vurdóns e Mar do Poeta.
    Um conselho: leiam o Delírio desde o início. A Maria está casada com o José, o Ricardo é que apareceu a meio.
    A história do José é recordada pela Maria quando o José aparece à porta.
    Mas leiam do início e logo percebem a história.

    Hoje e ao contrário de outros comentários, são 8 beijinhos do meio do mundo eheheheheh

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  4. Tens que começar a juntar tudo e imprimir os Delírios!
    Beijinhos amiga!

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  5. Cara MJ!, já estão impressos em casa para começar a dar os retoques.
    Entretanto vou escrevendo o que der...

    Um grande abraço para ti e para o Manuel!!

    Beijos

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