segunda-feira, 23 de julho de 2012

"Sombras" em poema

Ergues possante o teu ser
Inebriando minha alma
Fortaleces, enfraquecendo-me
Tanto cuidado, tanta calma

Da escuridão, uma companhia
Transformando o meu ser
Pele rasgada ao emergir
pela ânsia de beber, por viver

Água! É tudo o que desejo
Apertada, lentamente sufocada
Marcado o meu corpo ressequido
Na terra renasci, abandonada

Troveja ao longe no firmamento
Mil raios faíscam pelo céu
Hum! Que cheiro a terra molhada
Cheiro forte, só meu!

Cheiro intenso que me enlouquece
Humidade envolvente, divina
Ouço a chuva ao longe
Imagino gotas cristalinas

A terra move-se intensamente
Numa luta furiosa
Castiga uma vez mais meu corpo
Debato-me no leito, formosa

Gota a gota vão caindo
perto, cada vez mais perto
Sinto-as passar a meu lado
Sinto meu corpo, liberto

Já não aguento mais.
Quero sair! Não pode tardar!
Meu corpo recebe furioso castigo
na luta, revoltosa. Tem que acabar!

A água chega enfim
Encharcando tudo ao passar
Para mim foi tarde o milagre
Desfaleci, sofri, acabou por me matar!

4 comentários:

  1. Mais um belissimo poema.
    Sempre que te visito surpreendes-me com palavras intensas...palavras que fazem com que eu viva e sinta cada momento, cada sentimento...uma fonte de água viva :)

    Obrigado

    Bjinho

    Luis

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  2. Anónimo Luís.
    É bom saber que a minha escrita faz isso tudo.
    Obrigado pelas tuas palavras.
    Beijo

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  3. Se a inspiração não voltou, então eu não sei o que esse poema é.

    Cheio de vida e de encantamento.

    bjs nossos e meus

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  4. Minhas Princesas Cozinheiras.
    A inspiração tem-me pregado partidas, e quando ela me visita é de aproveitar, eheheh
    7 beijos brilhantes

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