terça-feira, 15 de maio de 2012

Cozinha dos Vurdóns: Um convite à Utopia

Como não podia deixar de ser, não recuso um convite feito pelas minhas belas Princesas Cozinheiras.
"Combater O Crime do Ódio com Poesia".
Não sei muito bem se é isto que elas querem, mas cá vai a minha poesia. Não quero falar da parte má, da parte que a maioria de nós quer ver, pois há tanto de bom, que se deixarmos a nossa porta aberta, entram de uma maneira que nunca pensámos que fosse possível. E descobrimos coisas lindíssimas.
Cá vai.
Espera! Outra explicação. A poesia tem o cunho da Orquídea, por isso não irá sair coisa boa, eheh.
Vamos lá então!

Era noite e adormeci
Na lua e nas Estrelas ficou o pensamento
Deixei a minha alma voar
Senti próximo um nascimento

A um acampamento fui ter
Senti que já lá tinha estado
Ninguém deu pela minha presença
Ninguém me terá notado?

Uma fogueira no meio
Em volta um Vurdón, lindo!
É aconchegante este espaço
Tudo me estava atraindo

Com cores garridas nos fatos
Mulheres dançavam, sorriam
Tachos. Frutas, legumes
Alimentos que floriam

Crianças corriam
Numa alegria contagiante
Dá vontade ser criança, de novo
Viver esta vida saltitante

Homens tocando instrumentos
Som de música inebriante
Uma presença chama a minha atenção
Uma Estrela, cintilante.

O seu olhar é penetrante
O único que me consegue ver
Conheço este olhar
Uma calma, paz, invade o meu ser

Os seus passo vêm ao encontro dos meus
Deixa o meu corpo preso ao chão
Os seus olhos observam-me por dentro
Sinto o começo de algo, sinto um turbilhão

Passa por mim, rodeando o meu corpo
Ficando imóvel atrás de mim
Os seus braços envolvem o meu ser
No ar um odor a jasmim

Os seus lábios tocam o meu pescoço
Não consigo um só passo dar
Extansiando um perfume o meu ser
Fecho os olhos, não quero acordar!

Um violino toca ao longe
Não sei quanto tempo assim fiquei
Ainda sinto o seu cheiro
Abri os olhos, não o encontrei

Uma criança chega perto
Convida-me para comer
Faço parte das suas vidas
Só demorei a perceber

Serei esta, o EU verdadeiro?
Ou aquela que anda adormecida?
Ter mil vidas numa só
Ou só uma, eternamente vivida?

Quantas vezes fugimos do diferente?
Quantas vezes fugimos do inexplicável?
Com as Princesas Cozinheiras, muito tenho aprendido
Uma Cozinha bastante saudável.

10 comentários:

  1. Querida,

    penso que mil vidas vividas eternamentes.
    Que seu coração permaneça assim, manso e apaixonado.

    bjs de todas nós e de todos aqueles que hoje ainda sofrem pela discriminação e o preconceito.

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  2. Clap, clap, clap (sou eu a bater palmas)
    Beijinho

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  3. Estimada Comadre Carlota,
    Por vezes temos sonhos que paracem realidade, uma Utopia singela esta que passou para poema, muito giro e que nos leva a pensar, se por vezes o nosso espirito não se solta a vai voar.
    Abraço amigo, mas cuidados com suas Princesas cozinheiras.

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  4. O meu aplauso, Carlota, parabéns!

    Beijo :)

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  5. Parabéns... uma verdadeira virtuose das letras e das rimas

    Beijinhos

    Raul

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  6. Minhas Belas Princesas.
    Um desafio vosso, nunca o podia deixar passar em branco.
    Também concordo com as mil vidas, vividas eternamente, eheheh
    Beijinhos para todas vós, e para todos os que sofrem pela descriminação e preconceito.

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  7. Pedro.
    Obrigado.
    Um pedido de uma Amiga nunca se deixa passar em branco e eu gosto de desafios, eheheh
    Beijo

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  8. Caro Compadre.
    O meu voa todas as noites e o mais engraçado é que por vezes durante o dia já dou com ele a querer fugir, eheheh
    14 beijos e abraços

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  9. Bloggetrotter.
    Não está mal, para 15 minutos de escrita, que foi o tempo que levou a fazer o poema.
    beijo

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