(continuação)
Tentei imaginar os meus pais no cais. Intimamente até acho que os vejo mesmo. Ali, ao fundo, encostados aquele poste. Sorrio. Uma lágrima corre pela minha face. O braço, dorido, levanta-se e acena. Quero acreditar que os estou mesmo a ver. Aceno fortemente para o cais, como fazem dezenas de pessoas a meu lado. Não sou o único que chora. Mas possivelmente serei o único a não ter ninguém fisicamente naquele dia, naquele espaço a corresponder à minha despedida.
Deixo-me ficar encostado aos ferros a ver a cidade de Lisboa ficar cada vez mais pequena.
"Para onde irei?"
Aos poucos, lembro as últimas horas, os últimos dias, e uma dor assola não só o meu corpo, como o meu ser.
Respiro fundo. Deixo a brisa do mar, entrar bem fundo nos meus pulmões. Saco às costas. Tenho que procurar alguém que me diga para onde vou.
Caminho sem saber para onde. Entro por uma porta que me leva a um corredor estreito, onde vejo algumas portas abertas. Camas e mais camas. A meio do corredor, encontro outras escadas, que desço. Poucas são as pessoas que para mim olham. Nem sei muito bem como estou. Possivelmente as feridas, as nódoas negras que terei na cara, afastam-nas e percebo porquê. Não condeno ninguém por me querer afastar. Mas precisava mesmo saber para onde ia.
"...mesmo longe da pátria, temos que nos unir, ajudar os irmãos que ficaram..." - eu conheço esta voz! Uma voz conhecida. Sigo mais rápido até chegar à porta de onde saía o som da voz.
"-Ana Maria!"
(continua)
Tentei imaginar os meus pais no cais. Intimamente até acho que os vejo mesmo. Ali, ao fundo, encostados aquele poste. Sorrio. Uma lágrima corre pela minha face. O braço, dorido, levanta-se e acena. Quero acreditar que os estou mesmo a ver. Aceno fortemente para o cais, como fazem dezenas de pessoas a meu lado. Não sou o único que chora. Mas possivelmente serei o único a não ter ninguém fisicamente naquele dia, naquele espaço a corresponder à minha despedida.
Deixo-me ficar encostado aos ferros a ver a cidade de Lisboa ficar cada vez mais pequena.
"Para onde irei?"
Aos poucos, lembro as últimas horas, os últimos dias, e uma dor assola não só o meu corpo, como o meu ser.
Respiro fundo. Deixo a brisa do mar, entrar bem fundo nos meus pulmões. Saco às costas. Tenho que procurar alguém que me diga para onde vou.
Caminho sem saber para onde. Entro por uma porta que me leva a um corredor estreito, onde vejo algumas portas abertas. Camas e mais camas. A meio do corredor, encontro outras escadas, que desço. Poucas são as pessoas que para mim olham. Nem sei muito bem como estou. Possivelmente as feridas, as nódoas negras que terei na cara, afastam-nas e percebo porquê. Não condeno ninguém por me querer afastar. Mas precisava mesmo saber para onde ia.
"...mesmo longe da pátria, temos que nos unir, ajudar os irmãos que ficaram..." - eu conheço esta voz! Uma voz conhecida. Sigo mais rápido até chegar à porta de onde saía o som da voz.
"-Ana Maria!"
(continua)
Um inesperado encontro...
ResponderEliminarIsto promete! : )
Abraco
E eu continuo a acompanhar.
ResponderEliminarBjs
Pelo menos chegou a algum lugar!
ResponderEliminarO reconhecimento pelo nome "Ana Maria", pareceu-lhe familiar, a voz conhecida, aquele tom doce e quente... E ela a precisar tanto de se encontrar, ela que se estava perdida, desorientada, naquele mundo que não conhecia, naquele lugar que não era o seu...
Que vai acontecer a seguir?
Suspense!
Bjs.
Raul
Carlota
ResponderEliminarCom algumas "baldas" nos comentários mas sem fugir à leitura, não por qualquer obrigação, mas porque de facto gosto do seu estilo, algo ficcionista mas com grande dose de realismo à mistura.
Quanto aos delírios a estória incentiva a nossa imaginação, talvez porque muitos de nós conhecemos algo parecido.
Beijo
Rodrigo
:)
ResponderEliminarSem palavras...tantos sentimentos aqui descritos...
Beijocas
Luis
Palavras para quê...se está tudo dito no texto.
ResponderEliminarApenas Comovente.
Aguardo a continuação.
Beijinho e uma flor
Vamos ver o que sai daqui... não posso dizer que não estivesse à espera!
ResponderEliminarCatarina.
ResponderEliminarTambém não podia correr tudo mal.
Beijo
Pedro.
ResponderEliminarFico contente por aí continuar.
Beijo
Bloggetrotter.
ResponderEliminarA Ana Maria tem muito para dar, é mais forte que o José, e, mais não digo. Aguarde.
Beijo
Rodrigo.
ResponderEliminarFico feliz por ai estar, e gostar da leitura do meu "Delírio".
Beijo
Anónimo Luís.
ResponderEliminarSentimentos que muitos dos que foram devem ter tido, imagino eu...
Gosto de te saber aqui.
Beijo
Minha Flor.
ResponderEliminarQue bom estar aí.
Vamos ver o que no reserva a viagem...
Beijo
José Piçarra.
ResponderEliminarDemorou um pouco mais que os últimos capítulos, um pouco por sua culpa, mas no bom sentido.
Espero não demorar mais tempo a escrever o próximo capítulo e que seja um pouco maior que este, eheheh.
Beijo
Estamos acompanhando, como o Pedro e por aqui, fico feliz em ver que a escrita lhe saiu formosa. A Maylê me perguntou se era uma novela e quando terminei de ler me disse: continua, porque parou?Bonitinha ela.
ResponderEliminarmil bjs de todas nós e um meu
Princesas Cozinheiras.
ResponderEliminarLeu tudo para a Maylê? Ela é linda, sim, eheh.
Demorou mais um pouco desta vez, mas vou tentar colocar a preguiça de lado.
Um beijo especial para ti, e mais 5brilhantes
Então não me diga que a estou a atrasar na escrita?
ResponderEliminarMantenha-se fiel à sua história e ao rumo que lhe quer dar, e não ligue demasiado às minhas parvoíces. Vá escrevendo que nós cá estaremos para ler as aventuras do José!
José Piçarra.
ResponderEliminarAtrasa mas no bom sentido, como referi no último comentário que lhe indiquei.
Atrasar, pois tenho que ter especial atenção à escrita, é que o workshop de escrita não abunda pelo Alentejo, ehehe.
Mas inscrevi-me no workshop do Dexter, eheheh
E aquilo que escreve não são parvoíces nenhumas.
Beijo
O que nos reservará a menina Carlota, depois deste encontro surpresa. Bj.
ResponderEliminarAnónimo.
ResponderEliminarAguarde! Não se vai arrepender! eheh
Beijo