quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Noite

Noite.
O receio no seu início, transforma-se em magia no seu findar.
Encontro-me numa rua deserta. Ainda é noite.
Os meus passos é tudo o que consigo ouvir.
O meu pensamento está longe.
O meu desejo encontra-se longe.
Tão longe e tão perto.
Segues os meus passos, sem te conseguir ouvir.
Sorris ao ver o ondular do meu corpo a andar. É como as ondas que rebentam na praia.
Como te queria aqui.
Fechos os olhos. Viajo longe.
Encontro-me numa praia. Estou só. Ouço as ondas rebentar.
Ando, descalça pelo areal.
A água convida a um mergulho.
Não está ninguém, dispo-me calmamente e entro. A água gelada entranha-se no corpo.
Deito-me na areia e fecho os olhos que o sol encandeia.
Vens devagar para não me assustar. Sentas-te perto de mim. Observas-me. Sorris.
Ao ouvir o teu sorriso abro os olhos e sento-me no areal.
Dizes para não ter medo.
Não tenho medo, apenas as faces ruborescem pela nudez...
A tua mão toca a minha face, os teus lábios encontram os meus...
Abro os olhos, a rua continua deserta...

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