Foto retirada da net
Com a chegada do mês de Maio, as crianças correm pelos campos que circundam a cidade à procura de malmequeres para se enfeitarem como as meninas das fotos.
Uma tradição que tem décadas.
Nunca fui uma "Maia" e com muita pena. Quando era mais nova, só haviam rapazes perto de onde eu morava e as meninas da escola nunca me escolheram para fazer parte do "grupo" delas.
Às escondidas, ia pelos campos apanhar flores e à tardinha em casa da minha avó, na "minha praia" fazia colares, pulseiras, coroas, vestia uma saia comprida da minha mãe e imaginava que era uma "maia".
Cantava a canção da Maia:
"Oh Maia, Oh Maia
Oh Maia das cachopas
Onde vai a Maia
vai por essas barrocas ..."
Foto retirada da net
Anos mais tarde, os meninos também começaram por participar no desfile.Tudo isto fazia parte dos festejos do dia da cidade a 23 de Maio.
Conta a lenda que:
"Era uma vez
uma pastora chamada Maia que passava os seus dias alegremente, a guardar o
rebanho nas margens de um ribeiro.
Era muito
bonita, formosa e serena e um pastor chamado Tobias, muito bondoso, gostava
muito dela e fazia-lhe companhia, tocando flauta.
Certo dia
apareceu-lhes de repente um vagabundo que os assustou. Tobias escondeu-se atrás
de um rochedo, mas Maia, hospitaleiramente, pegou na sua cabaça, encheu-a no
ribeiro e ofereceu-a a Dolme. Era assim que se chamava o vagabundo, que era
muito mau. Este deixou cair a cabaça de propósito e agarrou Maia com força que
desatou a chamar por Tobias.
Tobias veio
logo em seu auxílio para a defender do vagabundo, mas como não estava habituado
a lutar, foi morto com um machado de pedra.
Maia, quando viu Tobias morto ficou
apavorada e quis fugir, mas o vagabundo apanhou-a e acabou por tirar-lhe também
a vida. Depois, só com as ovelhas ruminando à volta, Dolme desatou a fugir por
esses outeiros fora e desapareceu na tarde.
O pai de
Maia, que era Lísias, vendo que se fazia noite e a filha não chegava com o
rebanho, decidiu procurá-la. Não a encontrando, regressou a casa, triste e
desolado. Depois foi ao Templo que tinha mandado edificar em honra de seu pai -
Baco – e orou para que nada de mal tivesse acontecido a Maia. Nessa altura, o
cão que acompanhava o rebanho de Maia, uivou e ajudou-o a encontrar o corpo da
filha.
Ficou como
um louco com a tristeza e dor que sentia e, durante anos, ninguém o conseguiu
afastar daquele local, acocorado e murmurando o nome de Maia. Os que passavam
naquele ribeiro a beber um golo de água fresca, chamavam-lhe “Louco de
Baco” porque ele não queria acreditar que a filha morrera.
Certo dia,
porém, pareceu ao velho que Maia lhe aparecia, viva e alegre. Levantou-se a
custo, estendeu os braços e iluminado de alegria íntima exclamou:
“Maia, minha
filha, morro feliz!”"
Não conhecia a tradição, as meninas são lindas e esse amarelo a enfeitar o pescoço e a cabeça é muito fofo.
ResponderEliminarbjs nossos
Desconhecia por completo.
ResponderEliminarBjs
Confesso que me deixei rir com a letra da cantoria, mas depois fiquei a conhecer a "lenda " e entristeci um pouco. Nunca tinha ouvido falar. Gostei menina Carlota. Beijo.
ResponderEliminarNão conhecia, que tipo de flores são essas que elas têm ao pescoço? São aquelas amarelas do campo?
ResponderEliminarPrincesas Cozinheiras.
ResponderEliminarUma tradição que se mantêm até aos dias de hoje, dia 23 de Maio haverá mais um desfile.
O amarelo das flores dá alegria.
7 beijos
Pedro.
ResponderEliminarTradições do nosso Portugal.
Beijo
Anónimo.
ResponderEliminarUma lenda ainda hoje contada nas escolas e não há criança em Portalegre que não a saiba.
Beijo
Anokas.
ResponderEliminarSão essas mesmo. Os malmequeres do campo.
Beijo
Carlota,
ResponderEliminarHá muitas tradições associadas às Maias que se festejam de Norte a Sul de Portugal e por muitos países desta Europa.
Também há várias lendas e histórias assiciadas às Maias.
No meu Bloggetrotter do dia 1 de Maio também lá pus uma outra versão e outra história.
Gostei desta, apesar de ser uma lenda funesta.
Beijos
Raul