(continuação)
Corri!
Corri até não poder mais. Tudo o que queria era sair dali.
"Ricardo" o nome, a cara, a voz não saíam da minha cabeça, do meu pensamento.
Começou a chover. As gotas batiam no meu corpo como se me quisessem derrubar, deitar ao chão.
O livro dentro da sacola. Era tudo o que nos unia. Porque quereria que eu o lesse?? Como saberia o que eu gostava?? Porque o sr. Meireles lhe falava de mim??
Tantas perguntas sem nenhuma resposta.
Sentia os ramos das árvores, ferirem o meu corpo; o meu pensamento feria a minha alma.
Nunca me tinha sentido assim. Nem mesmo com José.
Os dias foram passando.
A sacola dos livros continuava no mesmo sítio, desde a última ida à carrinha da biblioteca. Olhava para ela todos os dias, mas o receio por saber o que lá estava, o que lhe fazia lembrar, e saber que Ricardo lhe tinha tocado, teria o cheiro dele, o toque dele.
José já tinha estranhado não ver nenhum livro na sala, não encontrar Maria a sorrir. A sorrir para um livro. Nunca o conseguiria compreender.
Os dias foram passando entre o trabalho, a lida da casa. Por vezes olhava de soslaio para a sacola. O dia seguinte seria dia de visita da carrinha. Já tinha decidido não voltar lá. Não queria encontrar o novo bibliotecário.
Pega na sacola. Já não podia adiar mais ver o que lá estava.
Segura o livro. Uma folha escorrega e cai ao chão.
O seu corpo estremece.
Uma carta!!!
Uma carta de Ricardo!!!
(Continua)
Vou estar atento à continuação. É..., digamos, empolgante! Falo a sério.
ResponderEliminarObrigado, Manuel.
ResponderEliminarNada que se compare ao que escreve...
Um abraço!
Fico curioso, à espera da continuação
ResponderEliminarCarlos, é sempre um prazer uma visita sua.
ResponderEliminarÉ bom "ver" que alguém segue o meu delírio...
Um abraço!